“Se ficar gritando não te atendo”: Violência Obstétrica em Ji-Paraná-RO
DOI:
https://doi.org/10.26568/2359-2087.2021.4835Palavras-chave:
Educação Crítica. Violência Obstétrica. Direitos Humanos.Resumo
As violências contra as mulheres têm se manifestado de diferentes formas e, dentre estas, localizamos a Violência Obstétrica (V.O.). O artigo sistematiza uma reflexão acadêmica sobre o tema envolvendo aspectos historiográficos, narrativos, legais e conceituais no período de 2017-2019 no município de Ji-Paraná, estado de Rondônia. O objetivo foi analisar a V.O. na perspectiva do conhecimento crítico no âmbito das relações em educação e saúde. É um estudo qualitativo, ancorada na pesquisa-ação (FRANCO, 2005; 2016) com adoção da pesquisa narrativa (CUNHA, 1997) e documental (GIL, 2008). Os resultados apontam que a definição da V.O. está em construção e que os diálogos, leituras e os minicursos realizados na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Campus Urupá, possibilitaram compreender e interpretar a realidade que a envolve produzindo uma reação político-pedagógica com a aprovação da Lei Municipal nº 3215/2019. Concluímos que as leituras críticas de problemas sociais na perspectiva educacional, a partir das visões subalternizadas podem contribuir como importantes elementos formativos nas esferas locais apontando caminhos de enfrentamentos às violações dos Direitos Humanos.
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