O ESPETÁCULO E A FÉ, A MÚSICA RELIGIOSA CATÓLICA NO SÉCULO XIX: UM ESTUDO SOBRE O STABAT MATER DE ROSSINI

Autores

  • Marco Antônio Domingues Teixeira Universidade Federal de Rondônia, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.47209/1519-6674.v32.n.1.p.214-241

Palavras-chave:

Rossini, Stabat Mater, Música Sacra, Missas Étnicas, Fé e espetáculo.

Resumo

Em 2017, o Papa Francisco dirigiu uma conferência no Vaticano, convocada por ocasião do cinquentenário de Musicam Sacram, "Instrução sobre a Música Litúrgica", um documento construído no Concílio do Vaticano II, que se destinava a discutir a sacralidade do aparato musical nos contextos litúrgicos e de adoração. Partindo deste ponto - a sacralidade da música, no contexto católico romano de adoração e de culto - procuraremos, através deste artigo, discutir a música sacra católica do século XIX, especialmente o “Stabat Mater Dolorosa” de Rossini, composto em 1831. Mesmo sendo aprovado um conjunto de mudanças na musicalidade católica, a partir do Vaticano II, ficaram determinados alguns princípios, que devem reger o canto e a música sacros. Dentre outras práticas, o documento do cinquentenário da Musicam Sacram determina que a música litúrgica católica consista em quatro tipos de música sagrada: "canto gregoriano, a polifonia sagrada nas suas várias formas antiga e moderna, a música sagrada para o órgão e outros instrumentos aprovados e a música popular sagrada, seja ela litúrgica ou simplesmente religiosa". Este artigo trabalha com a questão da musicalidade religiosa católica no contexto das diversas formas de culto religioso, especialmente as grandes apresentações musicais desenvolvidas no período pós tridentino e, particularmente no século XIX, quando outras razões, além da fé, tocaram os ouvidos católicos. Nosso elemento de discussão e pesquisa é o Hino Stabat Mater Dolorosa, especialmente querido pelos franciscanos, mas só incluído no Missal Romano por Bento XIII. Mais exatamente, trabalharemos com a versão produzida por Giacomo Rossini, que da mesma forma que Mozart, não concluiu, sua grande obra sozinho.  A proposta do artigo é discutir a música católica, apresentada entre grandes vertentes populares, que, de acordo com o Concílio do Vaticano II, deve ser respeitada e produzida de acordo com as noções étnicas dos fiéis ou mantida nos limites tridentinos da Musicam Sacram. Nossa discussão deverá produzir uma reflexão sobre a arte e a musicalidade católica do século XIX, momento em que o mundo estava em sua maior encruzilhada entre a fé e a razão. Stabat Mater Dolorosa é nosso objeto de estudo.

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Publicado

31/08/2020

Edição

Seção

ARTIGOS - DOSSIÊ