SUBALTERNIDADE, MARGINALIZAÇÃO E POLITIZAÇÃO: A LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA COMO CRÍTICA DA MODERNIDADE
DOI:
https://doi.org/10.47209/1519-6674.v32.n.1.p.348-377Palavras-chave:
Literatura Indígena, Subalternidade, Tradição, Crítica da Modernidade, Politização.Resumo
Argumentaremos que a literatura indígena brasileira caracteriza-se como crítica da modernidade-modernização periférica brasileira a partir da dinamização de uma voz-práxis direta, política e politizante, carnal e vinculada, em que minorias político-culturais produzidas pela modernização como colonialismo superam o silenciamento, a invisibilização e o privatismo aos quais estiveram tradicionalmente relegadas, por meio de uma postura ativista, militante e engajada na esfera pública. Na literatura indígena brasileira, por conseguinte, emerge, se desenvolve e se publiciza um eu-nós lírico-político que tem na correlação de (a) revalorização de sua singularidade étnico-antropológica e (b) explicitação da sua história comunitária em termos de relato da marginalização e da violência vividas e sofridas o aguilhão crítico-emancipatório garantidor da politização de nossa sociedade, da tematização dos efeitos deletérios de nossa modernização e do repensar de nosso futuro. Trata-se, com isso, de uma voz-práxis direta viabilizada como manifestação estético-literária, sem mediações institucionalistas, cientificistas e tecnicistas, aberta, inclusiva e participativa.
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