A construção da identidade da mulher/mãe no conto “mãe não é mulher” de Dina Salústio:
uma perspectiva dos estudos culturais
DOI:
https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.65-77Resumo
Os estudos culturais no âmbito da crítica literária nos abrem um leque de possibilidades de análises sociais, culturais e psicanalíticas no que se refere ao sujeito e às suas subjetividades. Partindo dessa perspectiva, propõe-se uma leitura do conto “Mãe não é mulher” da coletânea Mornas eram as noites de Dina Salústio, com o enfoque nas questões de gênero, raça e classe. Com isso, pretende-se observar como o conto, à luz dos estudos culturais, problematiza o lócus subalternizado da mulher na sociedade em face de uma cultura voltada para a homogeneização das identidades e anulação de certas subjetividades, ou seja, que não considera a heterogeneidade de determinados grupos marginalizados ou silenciados. O conto evidencia a dicotomia entre as categorias mulher e mãe, estabelecida pela sociedade patriarcal, na qual a subjetividade da mãe fica reduzida exclusivamente à maternagem. Dito de outro modo, a mulher, para assumir o papel de mãe, limita-se ao espaço privado e é levada a suplantar outros desejos, como a sexualidade, pois a subjetividade passa a ser sufocada por um discurso falocêntrico e patriarcal limitado e limitante.
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