Imagens e sentidos distorcidos em representações de narrativas históricas e literárias amazônicas

Resumo

Neste estudo, tecemos uma reflexão crítica sobre um conjunto de textos literários e não literários que versam sobre representações da Amazônia. Do primeiro bloco, comentamos narrativas ficcionais de Mário Maia, Alberto Rangel e Carlos Vasconcelos. Já do segundo bloco, interpretamos textos de Euclides da Cunha, Thomas Whiffen, Craveiro Costa, entre outros. Para a consecução da proposta, o principal objetivo da invesgigação é problematizar aspectos presentes em textos selecionados, classificando-os aqui como amazonialistas e/ou colonizadores. Assim, buscamos perceber de que forma determinados processos discursivos foram se constituindo e reconstituindo ao longo dos tempos e dos espaços amazônicos, tendo como foco de discussão diversos objetos e sujeitos que fornecem múltiplas representações à Amazônia. O estudo desta temática é relevante e justifica-se por apresentar olhares de diferentes autores sobre o mesmo objeto. Por um lado, entendemos que o ato de narrar, nomear, renomear é tomar posse, por meio das percepções de sujeitos que cunharam significados in loco, frisando suas próprias experiências, atravessadas pelos valores culturais e ideológicos dos grupos e sociedades dos quais são partícipes; por outro lado, a partir do momento em que há uma ressignificação do universo, no caso, Amazônico, por parte de viajantes, literatos, teóricos, etc., existe uma construção discursiva que reescreve a história através de uma perspectiva que é, por exemplo, pejorativa e deturpa inúmeros sentidos sociais e culturais. As análises aqui expostas são fundamentadas pelos seguintes autores e autoras: Albuquerque (2016/2019); Freire (2011); Ishii (2019); Loureiro (2014); Said (1990), entre outros.