“E por que é que elas não podem brincar?”
A crônica de Ana Paula Tavares e o direito de contar a própria história
DOI:
https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.92-110Resumo
A literatura angolana caracterizou-se como um importante veículo de resistência às imposições colonialistas e de afirmação das identidades dos sujeitos pós-coloniais, sendo a obra de Ana Paula Tavares um exemplo disso. Embora mais conhecida por sua poesia, suas crônicas se debruçam sobre aspectos culturais, políticos e sociais de Angola, dialogando mais de perto com a realidade e desmistificando narrativas ocidentais exoticizadas sobre o continente africano. Nesse sentido, o presente artigo propôs-se a analisar de que forma a autora retrata a violência da colonização, ao mesmo tempo em que discute a cultura e a identidade angolana, na crônica “E por que é que elas não podem brincar?”, presente na coletânea Um rio preso nas mãos (2019). Para tanto, teorias decoloniais como a colonialidade do poder, de Aníbal Quijano (2005), as Epistemologias do Sul e seus desdobramentos, de Boaventura de Sousa Santos (2002; 2018), juntamente com as reflexões sobre modernidade de Mignolo (2016), serviram como referências para situar a literatura de Tavares nesse panorama. A partir disso, confirma-se, na crônica em foco, os processos de humanização que permitem a criação de um campo de significados mais vasto e digno para as populações historicamente subalternizadas ao Sul global.
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