Perspectivas afrocentradas e diálogos amefricanos em Mayra Santos-Febres e Yuliana Ortiz Ruano

Autores

  • Lucy Miranda do Nascimento Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.422-437

Resumo

O conceito político-cultural de Amefricanidade criado pela intelectual e feminista afro-brasileira Lélia Gonzalez (1988) nos demonstra a importância da recuperação e reconhecimento dos saberes produzidos por negros e indígenas nas Américas, uma proposta contra-hegemônica ao paradigma racista colonial de apagamento e inferiorização dos aportes afro-ameríndios na constituição das nações latino-americanas. Além de problematizar como a experiência afrodiaspórica, atravessa as subjetividades afro-latino-americanas, especificamente, as das mulheres negras. Tece, assim, outras perspectivas para se pensar acerca das identidades americanas, a partir de uma proposta mais democrática e plural. Nesse sentido, a proposta deste trabalho é estabelecer um diálogo amefricano entre as produções literárias Fe en disfraz (2009), da afro-porto-riquenha Mayra Santos-Febres e Fiebre de carnaval (2022), da afro-equatoriana Yuliana Ortiz Ruano. Busca-se também pensar como questões que tangenciam a violência de gênero, patriarcal e racial perpassam as narrativas, e como a prática do paradigma Mulherismo Africana, cunhado pela afro-estadunidense Cleonora Hudson-Weems (1993), que é centrado na vivência da mulher afro e ligado à ancestralidade, se estabelece nas personagens negras das referidas obras.

Downloads

Publicado

29/12/2024