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A Gênese e a Dinâmica rural-urbana do município de Canitar - SP
Genesis and rural-urban dynamics in the municipality of Canitar – SP
Génesis y dinámica rural-urbana en el municipio de Canitar - SP
Revista Presença Geográfica, vol.. 07, núm. 01, 2020
Fundação Universidade Federal de Rondônia

Artigos



Recepção: 18 Maio 2020

Aprovação: 24 Junho 2020

DOI: https://doi.org/10.36026/rpgeo.v7i1.5234

Resumo: O objetivo do trabalho é apresentar a gênese da pequena cidade de Canitar, cuja origem remete ao período cafeeiro, porém, presentemente pauta a economia municipal quase exclusivamente no cultivo de cana-de-açúcar, discutindo alguns elementos resultantes desse processo. A emancipação de Canitar, em 1993, insere-se no processo de desmembramentos de municípios, após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Para a realização do trabalho, consultou-se as referências bibliográficas, dados censitários e foi realizado um levantamento de campo em junho de 2018, com o objetivo de coletar informações não discutidas pela bibliografia consultada. Compreendeu-se que a dinâmica rural-urbana de Canitar pauta-se atualmente na monocultura da cana-de-açúcar, sendo que aproximadamente 90% da área municipal é dedicada a esse cultivo e por outro lado, as atividades econômicas urbanas são pouco relevantes.

Palavras-chave: Canitar, Gênese, Dinâmica Rural-Urbana, Café, Cana-de-Açúcar.

Abstract: The objective of this work is to present the genesis of the small town of Canitar, whose origin goes back to the coffee period, however, presently it guides the municipal economy almost exclusively in the cultivation of sugar cane, discussing some elements resulting from this process. The emancipation of Canitar, in 1993, is part of the process of dismemberment of the municipality, after the promulgation of the 1988 constitution. To carry out the work, bibliographic references, census data were consulted and a field survey was carried out in June of 2018, in order to collect information not clarified by the consulted bibliography. It was understood that rural-urban dynamics of Canitar is currently based on sugarcane monoculture, with approximately 90% of the municipal area dedicated to this cultivation and, on the other hand, urban economic activities aren’t relevance.

Keywords: Canitar, Genesis, Rural-Urban Dynamics, Coffee, Sugar cane.

Resumen: El objetivo del trabajo es presentar la génesis del pequeño pueblo de Canitar, cuyo origen se remonta al período cafetero, sin embargo, actualmente la economía municipal se basa casi exclusivamente en el cultivo de la caña de azúcar, discutiendo algunos elementos resultantes de este proceso. La emancipación de Canitar, en 1993, es parte del proceso de desmembramiento de los municipios, luego de la promulgación de la Constitución Federal de 1988. Para llevar a cabo el trabajo, se consultaron referencias bibliográficas, datos del censo y se realizó una levantamiento de datos en Junio ​​de 2018, para recopilar información no discutida por la bibliografía consultada. Se entendió que la dinámica rural-urbana de Canitar se basa actualmente en el monocultivo de caña de azúcar, con aproximadamente el 90% del área municipal dedicada a este cultivo y, por otro lado, las actividades económicas urbanas no son relevantes.

Palabras clave: Canitar, Génesis, Dinámica rural-urbana, Café, Caña de azúcar.

INTRODUÇÃO

A dinâmica rural-urbana perpassa a análise dos elementos da economia do município estudado quanto aos aspectos rurais e às atividades econômicas exercidas no âmbito urbano.Canitar é uma pequena cidade do ponto de vista populacional, sendo 5.139 habitantes (IBGE, 2018), não apresenta um setor industrial, comercial e de serviços expressivos e, consequentemente oferta empregos insuficientes à população local, sendo que parte desloca-se diariamente à Ourinhos, devido a pequena distância de 7 km, ou atua em funções relacionadas ao setor sucroalcoleiro.

Apresenta-se a gênese da pequena cidade de Canitar, a qual remete ao período cafeeiro, porém, presentemente pauta a economia municipal quase exclusivamente no cultivo de cana-de-açúcar, discutindo alguns elementos que contribuíram para esse processo.Canitar era um distrito pertencente a Chavantes, onde desenvolveu-se uma povoação motivada pelo cultivo de café e por ser uma das estações da ferrovia Sorocabana. Porém, após a década de 1980, observou-se a gradativa substituição do café pela cana-de-açúcar, sendo o principal objetivo desse trabalho, discutir como foi esse processo e quais os desdobramentos.

O recorte temporal engloba a gênese do município, no início do século XX até 2016. Para a realização do trabalho, consultou-se as referências bibliográficas, dados censitários e foi realizado um levantamento de campo em junho de 2018, com o objetivo de coletar informações não discutidas ou aprofundadas pela bibliografia consultada.

Atualmente cerca de 90% da área rural é ocupada pelo cultivo de cana-de-açúcar, não existindo outra atividade agropecuária relevante. A aparente debilidade econômica, manifesta pelo fato de Canitar pautar sua economia quase exclusivamente no cultivo de cana-de-açúcar motivou seu estudo[2]. Na figura 1 observa-se a localização geográfica de Canitar, a 373 km da capital São Paulo:


Figura 1
Localização de Canitar

Org: Ferreira Dias, 2020.

Fonte: Dantas, 2020

DA GÊNESE DE CANITAR ATÉ A EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO

A gênese de Canitar está atrelada ao município de Chavantes, sendo um distrito criado pelo Decreto -Lei 14.334 de 30/11/1944, cujo nome original era Fortuna. Através da Lei 7.664 de 30/12/1991, Canitar foi desmembrado e elevado à categoria de município (SEADE, 2011). O município tem origem na expansão do cultivo de café em direção ao Centro-Oeste paulistae na criação de estações ferroviárias (FERREIRA DIAS, 2019). A ferrovia era o elemento conector entre essas cidades na medida que funcionava como meio de transporte para a população, escoamento da produção e para a difusão de informações, tornando-se elemento imprescindível para a consolidação de parcela dos núcleos urbanos paulistas (JUNQUEIRA, 1994).

Silva (1985) indica que, embora o café tenha sido plantado em diferentes partes do Brasil, o cultivo obteve êxito a partir do aumento da demanda internacional, em especial quanto à popularização dessa bebida nos Estados Unidos.Inicialmente a produção era realizada em grandes propriedades no Vale do Paraíba, mas com o exaurimento dos recursos naturais locais, a produção foi direcionada para o centro e norte desse estado, incorporando novas terras e criando novas povoações (CANO, 2007).

Conforme o cultivo de café adentrava áreas mais distantes do porto de Santos (SP), por onde era escoado a produção, crescia a necessidade de meios de transporte viáveis para distâncias maiores, sendo solucionado com as ferrovias[3], as quais atingiam as fazendas onde se cultivava café. A E.F. Sorocabana direcionou-se ao Centro-Oeste Paulista, onde foram abertas novas fazendas atendendo à marcha do café (CANO, 2007).

Conforme Silva (1985), o Centro-Oeste paulista, onde se localiza Canitar, tornou-se a principal região produtora brasileira de café por reunir características imprescindíveis para a produção comercial: 1) declividade do solo menos abrupta; 2)clima adequado com chuvas bem distribuídas; 3)boa qualidade de solo; 4)capital para financiar a produção; 5) contingente de mão-de-obra, representado sobretudo pelos imigrantes.

A ferrovia Sorocabana atingiu Chavantes em 1909, contribuindo com o desenvolvimento da cafeicultura nesse município. Posteriormente, na fazenda Fortuna, foi inaugurado em 1923 um ramal da E.F. Sorocabana, e, mediante ao desenvolvimento de um núcleo urbano, foi elevado à categoria de distrito, recebendo o nome de Canitar. Cada estação inaugurada se tornava ponta de trilhos, o ponto final da ferrovia em processo de construção.

Para Monbeig (1984), as fazendas cafeeiras que recebiam ramais ferroviários normalmente se tornavam um núcleo urbano que, não raro, transformava-se em vila e posteriormente em cidade.Para o autor, a inauguração da estação ferroviária envolvia a presença de trabalhadores sendo que esses, precisavam de alimentação, hospedagem e algumas demandas mínimas de higiene e saúde, contribuindo assim para a instalação de pousadas, algum comércio composto por pequenos restaurantes, farmácia, escritório, armazém, dentre outros.

O emancipação de Canitar em 1993 insere-se no caso das pequenas cidades emancipadas após a Constituição Federal de 1988, a partir de consulta pública junto à população local. Durante o período militar, a centralização do Estado se refletiu em poucos municípios emancipados. De acordo com Tomio (2002), entre 1988 e 2000 foram emancipados 1.438 municípios no país, em decorrência do fator normativo bem como do intenso processo de urbanização (TOMIO, 2002).

A DINÂMICA RURAL – URBANA DE CANITAR

A análise pauta-se na dinâmica rural – urbana quanto aos aspectos econômicos e as diferentes formas de produção do espaço, sendo conforme Lefebvre (1974), resultante de processos sociais. Suscintamente, o rural era compreendido como espaço da agricultura em oposição ao urbano, espaço da indústria.Porém, a partir da revolução industrial as formas de produção alteraram-se, expandindo-se para o rural, sendo que o espaço urbano e o rural tornaram -se cada vez mais próximos em sua organização espacial, processo que conforme Wandscheer et al. (2012) não é homogêneo.

É preciso esclarecer que há disponibilidade de dados demográficos de Canitar nos anos de 1950 e 1970, apesar de ser um distrito pertencente a Chavantes nesse período. Em relação aos demais dados analisados, entre 1940 e 1980, considera-se os dados referentes ao município de Chavantes, pois Canitar manteve-se como distrito do mesmo até 1993.Do mesmo modo, há falta de bibliografias específicas sobre Canitar, considerando-se como fonte de análise os diálogos com agentes sociais[4] vinculados à Prefeitura Municipal de Canitar, atrelados ao levantamento de campo realizado em Junho de 2018. A falta de dados em alguns períodos mostrou-se uma dificuldade, porém realizou-se a interpretação das informações teóricas e dos dados associados à análise empírica.

Os primeiros dados demográficos de Canitar referem-se a 1950, e conforme a tabela 1, no período citado havia 2.532 habitantes, sendo que 297 habitavam o núcleo urbano e 2.235 a área rural. Em 1960 não havia dados disponíveis, e, em 1970, a população total havia crescido 12,56%. Destaca-se o aumento da taxa de urbanização, passando de 11% em 1950 para 35,08%.Comparativamente à tabela 11, compreende-se que o café, cultivo que demandava expressiva mão-de-obra estava sendo paulatinamente substituído pela cana-de-açúcar,o qual demanda menos mão-de-obra. Os trabalhadores do setor sucroalcooleiro em geral residem na área urbana, sendo os denominados boias-frias. Não há dados sobre a população de Canitar durante a década de 1980, porém em 1990 observa-se o crescimento da taxa de urbanização apesar da diminuição da população total, na ordem de 18%.

Canitar possivelmente insere-se no processo de esvaziamento demográfico de pequenas cidades descrito por Endlich (2006), decorrente do processo de modernização da agricultura e substituição do café por cultivos que demandavam menor quantidade de mão-de-obra no campo e, considerando a pouca relevância das atividades econômicas urbanas, parte da população deslocou-se para cidades de porte médio ou grandes cidades/metrópoles.

Em 2000, Canitar tornou-se predominantemente urbano, sendo a taxa de urbanização na ordem de 76,88%, refletindo o avanço do cultivo de cana-de-açúcar. Porém, a população total aumentou em 30% em relação a 1990, e, segundo informações coletadas na cidade, a abertura da usina processadora de cana-de-açúcar Destilaria Ponte Preta em Chavantes e a expansão das atividades da usina São Luiz em Ourinhos, atraíram contingentes migratórios, habitando a cidade e trabalhando na função de boia-fria. Apesar da agroindústria processadora de cana-de-açúcar São Luiz localizar-se em Ourinhos, é bastante próxima a Canitar, e, por outro lado, a cana-de-açúcar cultivada nesse município atendia parte da demanda das agroindústrias citadas. Em linhas gerais, a área rural de Canitar servia como local de produção de cana-de-açúcar e oferecia mão-de-obra para o corte da mesma, na figura do bia fria, o qual habitava o núcleo urbano.

Em 2010 a população total aumentou 20,37% em relação a 2000 e a população urbana 35,35%, sendo que a taxa de urbanização passou de 76,88% em 2000 para 94,71% em 2010. Destaca-se a diminuição da população rural, na ordem de 71,26%, coincidindo com a expansão do cultivo da cana-de-açúcar.

Tabela 1
População de Canitar entre 1950 e 2010

----- dado não disponível*Entre 1950 e 1980 Canitar era distrito pertencente à Chavantes.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2018) - SIDRA (1950 a 2010).

Apesar da consolidação do processo de urbanização em Canitar, a cidade não apresentou ao longo de sua existência destaque quanto às atividades econômicas urbanas. Conforme levantamento de campo realizado na cidade, no período em que Canitar era distrito de Chavantes havia apenas estabelecimentos comerciais que atendiam a demanda frequente da população, sendo também um entrave, a falta de dados estatísticos sobre o assunto. Porém, as pequenas cidades eram numerosas, pois forneciam bens e serviços necessários à produção do setor primário e à população que habitava a área rural, suprindo as demandas do comércio, serviços e administração pública, relativos às atividades desenvolvidas no campo (SANTOS, 2013).

Atualmente, o setor industrial restringe-se à usina Comanche (anteriormente Destilaria Ponte Preta), gerando 50 empregos diretos durante a safra de cana-de-açúcar e à fábrica de fertilizantes Fertipar, gerando 30 empregos. O setor de serviços é pouco expressivo a exemplo do comércio (figuras 2 e 3), na medida que a proximidade de Ourinhos (7 km) facilita os deslocamentos em busca de serviços e consumo especializados e por outro lado, a baixa renda da população local inibe parte do consumo. A prefeitura municipal atua como importante empregador. Mediante baixos salários, falta de opções de emprego, Canitar destaca-se negativamente por apresentar o IDH municipal de 0,68 (FERREIRA DIAS, 2019).


Figura 2
Estabelecimentos do setor automobilístico em Canitar, 2018
Fonte:Ferreira Dias, 2019.


Figura 3
Mercearia localizada no centro de Canitar, 2018
Fonte: Ferreira Dias, 2019.

Acerca do elemento rural no contexto da dinâmica analisada, em 1940 havia em Chavantes 21.811 hectares ocupados por estabelecimentos rurais, inexistindo a condição de ocupante e de administrador (tabela 2). Os proprietários ocupavam 81,21% da área dos estabelecimentos rurais, seguido pelos arrendatários, em 18,78%. Em 1950 havia 23.548 hectares relativos à estabelecimentos rurais, um aumento de 7,37% em relação a 1940. Em 1940 não foi verificado a condição de ocupante e em 1950, havia apenas 0,11% da área total. Por outro lado, diminuiu a área utilizada pelos arrendatários, passando de 18,78% da área total dos estabelecimentos rurais para 2,77%. Em 1960, os arrendatários representavam 2,47%, administradores 0,92% e ocupantes 0,20%. Predominava a condição de proprietário, 96,39%. Portanto, a maior mudança desse decênio refere-se à condição de administradores, diminuindo drasticamente.

Nas décadas de 1970 e 1980, prevaleceram os estabelecimentos dos proprietários, sendo 21.407 e 21.872 hectares, representando 88,57% e 97,60% respectivamente. A condição de arrendatário era 3,79% da área total em 1970 e 1,64% em 1980 e, quanto aos ocupantes, não havia área relativa aos mesmos em 1970 e em 1980, eram 26 hectares ou 0,11% da área dos estabelecimentos. A maior mudança foi verificada acerca dos administradores, sendo 1.843 hectares (7,62%) em 1970 e 143 hectares (0,63%) em 1980.

Os dados relativos a Chavantes, entre 1940 e 1980 demonstram que a condição de proprietário rural era prevalente no período, situação que se manteve no momento em que Canitar foi emancipado (tabela 3), sendo a quase totalidade dos estabelecimentos rurais, no caso de 2006.

Canitar é um pequeno município, cujo tamanho territorial soma 5.700 hectares. Em 1996, conforme observa-se na tabela 3, a área total dos estabelecimentos rurais somava 5.654 hectares; portanto, depreende-se que sua sede urbana é bastante diminuta. Em 1996 havia apenas dois tipos de produtores rurais em Canitar, os arrendatários, cuja área somava 13,30% e os proprietários, cujos estabelecimentos rurais reuniam 86,69% da área total. Em 2006 a condição de arrendatário reduziu-se, sendo que os proprietários ocupavam 99,96% da área total relativa aos estabelecimentos rurais.

Tabela 2
Condição do produtor rural e área total dos estabelecimentos rurais de Chavantes: 1940 - 1980

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1940 a 1980).

Tabela 3
Condição do Produtor Rural e área total dos estabelecimentos rurais de Canitar: 1996 - 2006

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1996 e 2006).

Nota-se expressivas alterações quanto à estrutura dimensional dos estabelecimentos rurais em Chavantes (tabela 4). Em 1940 os estabelecimentos com menos de 10 hectares somavam 116 hectares, 0,53% do total em 1940 e 0,49% em relação à 1950. Os estabelecimentos entre 10 e 50 hectares passaram de 4.096 hectares (18,91%) em 1940, para 2.577 em 1950 ou 10,91% do total. O patamar entre 101 e 500 hectares passou de 6.630 hectares em 1940 para 6.085 hectares, representando 30,64% e 25,77% respectivamente. Os estabelecimentos entre 500 a 1.000 hectares somavam 5.889 hectares em 1940 e passaram a ser 6.241 em 1950. A principal alteração refere-se aos estabelecimentos rurais acima de 1.000 hectares, os quais somavam 2.365 hectares em 1940 e passaram a ser 6.931 hectares, ou 10,92% e 29,35% respectivamente.

Após a década de 1960 observou-se um crescimento da área dos maiores estabelecimentos, acima de 1.000 hectares, revelando um processo de concentração de terras, e, ao associar os dados da tabela 6, notou-se que esse patamar se manteve-se pouco alterado no período analisado, sendo 4 em 1960 e 3 em 1970 e 1980. Portanto, ratificou-se a concentração de terras, dado ao aumento da área ocupada pelos estabelecimentos maiores que 1.000 hectares e a diminuição numérica da quantidade de estabelecimentos.

Considerando a tabela 6, em 1960 os estabelecimentos entre 10 e 50 hectares totalizavam 68,47% e as maiores áreas eram ocupadas pelos estabelecimentos rurais com mais de 1.000 hectares, sendo 63,09% da área total (tabela 4). Em 1970 o tamanho de estabelecimento rural menor que 10 hectares era prevalente e somava 55,61% do total (tabela 6). Porém as maiores áreas ocupadas referiam-se aos estabelecimentos com mais de 1.000 hectares, somando 46,65% do total (tabela 4). Em 1980, o tamanho de estabelecimento rural prevalente era aquele entre 10 e 50 hectares somando 49,59% do total (tabela 6), embora as maiores áreas, a exemplo das décadas anteriores, referissem-se à categoria maior que 1.000 hectares representando 55,46% da área total (tabela 4).

Em 1996, período em que Canitar já havia sido emancipado, havia 63 estabelecimentos rurais, sendo que 32 (50,79%) tinham entre 10 e 50 hectares (tabela 7). Os estabelecimentos com mais de 1.000 hectares somavam 1,58% do total. A área ocupada pelos estabelecimentos entre 10 e 50 hectares (tabela 5) totalizava 11,47% e os estabelecimentos com mais de 1.000 hectares equivaliam 52,98% da área total. Os pequenos estabelecimentos rurais eram maioria em 1996, porém a área ocupada pelos mesmos era irrisória. Em 2006 intensificou-se o processo de concentração de terras, pois a quantidade de estabelecimentos rurais diminuiu 50,79% (tabela 7). Os estabelecimentos rurais com menos de 10 hectares eram prevalentes, 51,61%, (tabela 7), porém a área ocupada somava apenas 1,61% (tabela 5). A concentração de terras referia-se ao fato de existir 1 estabelecimento rural com mais 4.154 hectares, representando 80,80% da área relativa aos estabelecimentos rurais (tabela 5).

O que se conclui é que Chavantes passou por um processo de concentração de terras a partir de 1960 e Canitar, na ocasião de sua emancipação, já apresentava poucos estabelecimentos com mais de 1.000 hectares, mas que ocupavam parcela expressiva da área municipal.

Tabela 4
Área dos estabelecimentos rurais quanto à estrutura dimensional em Chavantes: 1940 - 1980

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1940 a 1980).

Tabela 5
Área dos estabelecimentos rurais quanto à estrutura dimensional, em Canitar: 1996 - 2006

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1996 e 2006).

Tabela 6
Quantidade de estabelecimentos rurais quanto à estrutura dimensional, em Chavantes entre 1940 e 1980.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) -SIDRA (1940 a 1980).

Tabela 7
Quantidade de estabelecimentos rurais quanto à estrutura dimensional, em Canitar em 1996 e 2006.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) -SIDRA (1996 e 2006).

Quanto ao uso da terra em Chavantes (tabela 8), em 1940, 13.022 hectares ou 59,70% eram utilizados para fins agrícolas, seguido pelas pastagens, 3.510 hectares ou 16,09% do total. Matas e florestas somavam 3.212 hectares ou 14,72%; não utilizadas, 1.724 hectares ou 7,90% e por fim, as improdutivas, 343 hectares ou 1,57%. Em 1950, 13.963 hectares eram utilizados pela agricultura, ou 59,29% e, as pastagens ocupavam a segunda colocação com 4.542 hectares, o que representava 19,29%. Em 1960 prevalecia o uso agrícola, ocupando 13.025 hectares ou 59,20%. Grande parte da área ocupada pela agricultura referia-se ao cultivo de café, conforme se nota na tabela 10.

As áreas não utilizadas eram 1.546 hectares em 1950 e 147 hectares em 1960, ocorrendo uma acentuada redução. O mesmo ocorreu com as matas e florestas, sendo 2.200 hectares em 1950 e 1.428 em 1960. As áreas improdutivas somavam 1.297 hectares em 1950 e 980 hectares na década seguinte. Em 1970, a pecuária tornou-se menos relevante, diminuindo em 63,55% o número de cabeças (gráfico 1), a despeito do aumento da área utilizada pelas pastagens. Na década de 1980 a quantidade de animais aumentou 74%, embora a área relativa às pastagens tenha diminuído 10% (tabela 8).

Porém, durante o período analisado a pecuária, que no caso de Chavantes centra-se na criação de gado bovino, era pouco relevante, existindo 4.810 cabeças em 1940, 6.100 em 1950, 4.816 em 1960, 1755 em 1970 e 6.775 em 1980 (gráfico 1). Canitar ao ser emancipado também não desenvolveu uma pecuária relevante sendo que em 1996 havia 1.250 cabeças de gado bovino e, em 2006, 553 cabeças.

Em Canitar, de acordo com a tabela 9, a agricultura era a utilização da terra predominante em 1996, representando 82,11% do total. As terras improdutivas somavam 0,07%, não utilizadas 3,92%, matas e florestas 1,76% e as pastagens 12,00%. Acerca das pastagens, a pecuária era pouco relevante pois havia apenas 1.250 animais. Em 2006 a área relativa à pastagem foi reduzida para somente 163 hectares bem como a quantidade de animais, reduzindo-se para 553. Desse modo, a área destinada à agricultura aumentou 3,36%.


Gráfico 1
Efetivo de bovinos em Chavantes: 1940 - 1980
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1940 a 1980).

Tabela 8
Utilização das terras em Chavantes: 1940 - 1980

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1940 a 1980).

Tabela 9
Utilização da terra em Canitar: 1996 - 2006.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1996 e 2006).

Conforme a tabela 10, verifica-se que o café era o cultivo predominante em 1950, no município de Chavantes e consequentemente, em Canitar, representando 84,50% da área relativa aos principais produtos agrícolas e gerando 8.534 toneladas. O predomínio da cafeicultura se manteve até a década de 1960. Para Holloway (1984), o cultivo de café era realizado em grandes fazendas, onde estabeleceu-se o regime de colonato, sendo os distritos, elementos articulados à produção. O colonato consistia em um salário pago quanto ao cultivo e colheita do café, sendo esse trabalho realizado por todos os membros da família de colonos e os trabalhos ocasionais, realizados em troca de pequenas quantidades monetárias, moradia e pequenos espaços na propriedade rural nos quais o mesmo poderia cultivar produtos para sua subsistência. O colonato atraia contingentes migratórios para o trabalho nas fazendas, contribuindo para a efetivação dos núcleos urbanos.

Em 1960, o café abrangia 98,5% da área relativa aos principais cultivos e a produção de 14.034 toneladas tornava Chavantes um dos principais produtores estaduais. A abrangência da atividade cafeeira justifica a baixa taxa de urbanização do período 33,37% (tabela 1), pois essa atividade econômica demandava bastante mão-de-obra, a qual habitava a área rural. Portanto, na década de 1960 Chavantes pautava sua economia quase exclusivamente no cultivo de café, sendo a produção cafeeira escoada através da estação ferroviária Sorocabana, a qual ligava a cidade até o porto de Santos. O segundo produto mais relevante era o milho, cultivado em 1.357 hectares e que gerava 3.270 toneladas. Os 19 hectares relativos à cana-de-açúcar atrelavam-se às produções artesanais de aguardente (JUNQUEIRA, 1994).

Na década de 1970 a área ocupada pelo café decresceu 28,98%, porém, a maior mudança foi quanto a quantidade produzida, cuja redução foi de 93,38%. Em realidade ocorreu uma brusca queda da produtividade dos cafeeiros passando de 1.796 toneladas por hectare em 1960 para 167 kg por hectare em 1970, sendo exaurimento do solo um dos possíveis problemas. Em 1980 o café continuou decrescendo quanto à área produzida, 75,21% e também em relação à produção, 53,87%. Porém, a cana-de-açúcar também passou por redução perante 1970, sendo que aérea cultivada diminuiu 3.449 hectares e a produção, 2.634 toneladas. O milho passou por crescimento da área relativa ao cultivo e a quantidade produzida, passando de 122 hectares em 1960 para 3.252 hectares em 1970, fato semelhante à quantidade produzida, sendo 882 toneladas em 1960 e 5.762 em 1970. Outra mudança refere-se à inserção do cultivo de cana-de-açúcar para fins comerciais, ocupando a maior área dentre os principais cultivos, 46,13%, produzindo 335.369 toneladas de cana-de-açúcar.

A década de 1980 foi marcada pela redução das áreas utilizadas para fins agrícolas e também pecuários, indicando que a severa queda da produção cafeeira teria trazido problemas econômicos aos produtores rurais, impedindo novos investimentos produtivos. Os motivos da queda da produção cafeeira são diversos e remetem à década de 1970. Relaciona-se, em parte, os desdobramentos da Geada Negra que atingiu o estado do Paraná em 1975 como um dos elementos que contribuíram para a derrocada desse cultivo em Chavantes, dada a proximidade geográfica. Também, a inserção do Programa Nacional do Álcool - Proálcool incentivou o cultivo de cana-de-açúcar, o qual já era bastante significativo nesse município na década de 1970 e, embora a produção em 1980 não tenha sido maior que em 1970 (tabela 10), consolidou-se nas décadas seguintes como o principal cultivo.

Portanto, a década de 1980 representou forte mudança econômica em Chavantes, sendo o café paulatinamente substituído pela cana-de-açúcar. Desse modo, na ocasião da emancipação de Canitar, já se configurava o predomínio do cultivo da cana-de-açúcar. Em Canitar, a única atividade agrícola importante tanto em área ocupada quanto em quantidade produzida, considerando o período entre 1996 e 2006 é o cultivo de cana-de-açúcar. Em 1996 foram produzidas 125.000 toneladas em uma área de 2.250 hectares (IBGE, 2019). No ano de 2006 foram produzidas 285.882 toneladas de cana-de-açúcar em 2.365 hectares, representando um aumento de 56,27% e 4,86% respectivamente.

Tabela 10
Área e quantidade produzida dos principais cultivos agrícolas em Chavantes entre 1940 e 1980

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2019) - SIDRA (1940 e 1980).

Canitar apresenta sua economia municipal fortemente ligada ao cultivo de cana-de-açúcar e às atividades das agroindústrias processadoras locais: Usina Comanche e Usina São Luiz. Conforme o gráfico 2, em 2010 a cana-de-açúcar ocupava 62,64% da área territorial municipal, pois dos 5.633 hectares existentes na área rural, 3.642 são destinados ao cultivo de cana-de-açúcar sendo, portanto, o principal produto agrícola, representando ainda 89,7% da produção agrícola municipal, conforme o gráfico 3. Não há em Canitar outra lavoura temporária ou permanente com produção significativa em qualquer segmento e, por outro lado, a pecuária também é bastante limitada.


Gráfico 2
Percentual da área territorial total com cana-de-açúcar em Canitar: 1999 - 2010
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2018, 2019) - SIDRA (1999 a 2010)


Gráfico 3
Participação percentual da cana-de-açúcar na economia agrícola municipal de Canitar
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE (2018, 2019) - SIDRA (1999 a 2010).

Considerando que se trata de município com 57,38 km2, a cana-de-açúcar está presente inclusive próxima à área urbana, conforme se observa na figura 4, na qual também se observa a fábrica de fertilizantes Fertipar e a linha férrea.


Figura 4
Cultivo de cana-de-açúcar próximo à sede urbana do município de Canitar-SP, 2018
Fonte:Ferreira Dias (2019).

A dependência do setor canavieiro mostra-se evidente, na medida que não há um setor industrial relevante bem como as atividades relativas ao comércio e serviços são bastante restritas. A participação de Canitar no setor canavieiro se dá quanto ao cultivo que abrange cerca de 90% da área rural do município e, por outro lado não há outras atividades agrícolas importantes bem como notou-se um processo de concentração de terras concomitante com a expansão do cultivo de cana-de-açúcar. Portanto, a população de Canitar concentra-se na sede urbana conforme se verificou na tabela 1, e, embora não existam empregos suficientes para essa população, a mesma se desloca até a cidade vizinha Ourinhos, ocupa algum dos empregos atrelados à prefeitura municipal ou trabalhos temporários sobretudo no período da safra do setor canavieiro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Até meados da década de 1970, Chavantes e por consequência, Canitar, pautavam sua economia no cultivo de café voltado para exportação, sendo o escoamento realizado através da ferrovia Sorocabana. As fazendas cafeeiras tinham bastante importância no contexto municipal, pois além da produção do café em si, concentravam expressivos contingentes populacionais, sendo não raro, servidas por distritos os quais disponibilizavam os itens básicos que atendiam a demanda dessa população. Esse era o caso de Canitar, no período em que era um distrito pertencente à Chavantes. A dinâmica rural-urbana era bastante clara, com a cidade ofertando serviços e atividades comerciais que serviam de suporte às atividades rurais, as quais apresentavam maior destaque na economia municipal.

O regime de trabalho de colonato permaneceu durante a gênese de Chavantes e consequentemente, de Canitar, sendo atrelado à produção cafeeira. As transformações ocorridas no campo, mediante à substituição do café pela cana-de-açúcar, extinguiram esse regime de trabalho. O trabalho no setor canavieiro consistia em contratos com trabalhadores rurais que habitavam a cidade, caso dos boias-frias.

Canitar ao ser desmembrado de Chavantes apresentou um rápido processo de urbanização, no qual parte da população rural passou a residir na cidade, porém mantendo-se trabalhando no campo na condição de boia-fria uma vez que a única atividade econômica expressiva desse município é o cultivo da cana-de-açúcar. Por outro lado, as atividades econômicas urbanas se mostraram bastante restritas, em decorrência da baixa renda da população local. Porém, o recente processo de mecanização relativo à colheita da cana-de-açúcar no estado de São Paulo, tem trazido mudanças quanto ao emprego no setor sucroalcoleiro, principalmente quanto à redução de postos de trabalho para a função de boia-fria.

Nesse sentido, a dinâmica rural - urbana de Canitar na atualidade é bastante restrita, dada a pouca relevância das atividades econômicas urbanas e por outro lado, o cultivo de cana-de-açúcar não é capaz de gerar empregos e renda suficientes à população local. Assim, o município apresenta o papel de local para o cultivo da cana-de-açúcar e reservatório de mão-de-obra.

5. REFERÊNCIAS

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LEFEBVRE, H. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Ediciones península, 1978.

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TOMIO, F. R. de L. A criação de municípios após a Constituição de 1988.São Paulo: Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, nº 48, p. 61-89, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092002000100006. Acesso em 02/02/2020.

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Notas

[2] O artigo é parte dos resultados obtidos na tese de doutorado da presente autora, intitulada “Pequenas Cidades na Rede Urbana de Ourinhos - SP: Agronegócio e Especialização Produtiva.
[3] A primeira ferrovia no estado de São Paulo, a São Paulo Railway, foi inaugurada em 1867 escoando a produção cafeeira do Vale do Paraíba, arredores de São Paulo e Campinas. Em 1875 a E.F. Mogiana foi inaugurada, ligando São Paulo ao nordeste do estado. A E.F. Ituana ligava Jundiaí à Itu (MARQUES, 1974).
[4] Os agentes sociais solicitaram a preservação de suas identidades.

Autor notes

[1] Doutora em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina - UEL. Atualmente é professora substituta no curso de Geografia da Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Ourinhos. E-mail:franciele.ferreiradias@gmail.com.


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