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O ensino de geografia: e as principais categorias espaciais
The teaching of geography: and the main spatial categories
La enseñanza de la geografía y las principales categorías espaciales
Revista Presença Geográfica, vol. 9, núm. 1, 2022
Fundação Universidade Federal de Rondônia

Artículos

Revista Presença Geográfica
Fundação Universidade Federal de Rondônia, Brasil
ISSN-e: 2446-6646
Periodicidade: Frecuencia continua
vol. 9, núm. 1, 2022

Recepção: 13 Agosto 2020

Aprovação: 03 Setembro 2021

Resumo: Este artigo busca compreender o ensino de Geografia em suas principais categorias espaciais de análise como elementos fundamentais para o estudo. Esse trabalho baseou-se na análise e aprofundamento de referenciais teóricos, tendo base à pesquisa e a revisão bibliográfica. Com isto pode-se entender esse processo de construção e relação do ensino de Geografia e seus conceitos formados, a partir do seu objeto de estudo - a produção do espaço geográfico. Ademais, as discussões apresentadas são frutos de uma aproximação teórica inicial, visando elencar elementos teóricos sobre as características que compõem as principais categorias espaciais de estudo da Geografia em sua pratica no ensino e na pesquisa.

Palavras-chave: Espaço geográfico, lugar, paisagem, território, região.

Resumen: Este artículo busca comprender la enseñanza de Geografia en sus principales categorías espaciales de análisis como elementos fundamentales para el estudio. Ese trabajo se basó en el análisis y profundización de referenciais teóricos, basado en la investigación y la revisión bibliográfica. Con eso se puede entender ese proceso de construcción y relación de la enseñanza de Geografia y sus conceptos formados, desde su objeto de estudio – la producción del espacio geográfico. Además, las discusiones presentadas son frutos de una aproximación teórica inicial, con el objetivo de enumerar elementos teóricos sobre las características que componen las principales categorías espaciales de estudio de la geografía en su práctica de enseñanza y en la investigación.

Palabras clave: Espacio geográfico, lugar, paisajes, territorio, región.

Keywords: Geographical space, Place, Landscape, Territory, Región

INTRODUÇÃO

A Geografia é uma ciência dinâmica que passa continuamente por processos de reestruturação e renovação de seus paradigmas, conceitos e categorias[1]. Portanto, compreender a realidade a partir do estudo geográfico não é uma tarefa muito fácil. Por isso surgem questões que permeiam sua análise como: qual a contribuição do ensino de Geografia para o entendimento da realidade em que vivemos? De que forma o ensino de Geografia, pode tornar os conhecimentos acessíveis ao corpo discente, para que ele seja capaz de realizar a leitura e análise das categorias espaciais, relacionando-as com a realidade que os cercam? Como a Geografia, enquanto disciplina escolar pode ajudar na compreensão da formação dos conceitos de lugar, paisagem, território e região dentro de sua espacialidade?

Diante desses questionamentos, a Geografia se encontra em meio a uma tarefa muito importante de não só analisar, mais também compreender o espaço geográfico, seu (objeto de estudo) como uma categoria direcionada explicar a realidade. Sendo assim, sua abordagem, se direciona ao estudo das relações sociais com/sobre natureza desenvolvida e produzida cotidianamente na construção do lugar, da paisagem, do território e da região. Vendo assim, como por estas relações se produz o conteúdo geográfico que nutre estes conceitos e categorias.

A partir desse entendimento estaremos abordando em nosso trabalho os principais autores que analisam as categorias espaciais de espaço: Cavalcanti (2013); Saquet e Silva (2008); Corrêa (2007); Mello (1990) e Santos (1979). Lugar: Cavalcanti (2013); Lopes (2012); Ferreira (2000); Mello (1990) e Santos (1978). Paisagem: Cavalcanti (2013); Lopes (2012); Shier (2003) e Santos (1996 e 1988). Território: Cavalcanti (2013); Lopes (2012); Haesbaert (2008); Medeiros (2008); Saquet (2008) e Souza (2008). Região: Cavalcanti (2013); Lopes (2012); Corrêa (2003 e 1986) e Gomes (1995).

O espaço geográfico vive em constante dinâmica. Por não ser estático, suas categorias de análise devem ser consideradas em sua totalidade e temporalidade, ou seja, considerar os elementos: sociais, políticos, econômicos e culturais em seu momento e em seus movimentos temporalmente.

O ensino de Geografia tem como elemento principal o estudo do espaço geográfico. Este é o formador dos principais conceitos da análise das categorias, tendo um grande desafio ir além da compreensão de seu espaço físico; e, também o espaço geográfico será ponte que estabelecerá a relação e a inter-relação entre sociedade/homem/natureza. À medida que o homem se apropria da natureza e impõem sua dinâmica de vida, transformando, criando, produzindo e reconstruindo, começa a estabelecer sua identidade no espaço de vivencia, constituindo assim, uma nova forma de produção e reprodução do espaço. Nisto situa a dinâmica que produz novas espacialidades, dá significado às categorias de análise geográficas e, permite-nos ver os conteúdos que são significados pelos conceitos formulados e/ou adotados.

PRÁTICA E ENSINO DE GEOGRAFIA, UMA ANÁLISE A PARTIR DO CONCEITO DE ESPAÇO

De acordo com Cavalcanti (2013, p. 11) um “ponto de partida relevante para refletir sobre a construção de conhecimentos geográficos, na escola, parece ser o papel e a importância da Geografia para a vida dos alunos”. Portanto, “Ensinar Geografia implica no esforço de elaboração da análise espacial pelo viés geográfico. Para esse movimento as categorias servem para colocar em questão, o mundo tratado como objeto de pensamento, na aula de Geografia”. (DENTZ; ANDREIS; RAMBO, 2016, p. 52). E a “premissa é a de que essa representação influi na construção do conhecimento referente a seus conteúdos”. (CAVALCANTI, 2013, p. 62). Portanto, as categorias geográficas servem para proporcionar ao ser humano, aprender e se tornar mais consciente diante da realidade de seu espaço de vivencia, onde o mesmo cria e recria suas várias formas de aprendizagens.

Construir conhecimento geográfico, na perspectiva de uma educação geográfica, é uma tarefa que requer que o professor tenha entendimento do que implicam essas categorias geográficas, para, assim, poder propor discussões e problematizações em sala de aula, que estabeleçam relação com a vida dos sujeitos estudantes, que é espacial. (DENTZ; ANDREIS; RAMBO, 2016, p. 52).

Desta forma considera-se importante destacarmos alguns pressupostos que compõe as reflexões envolvendo o espaço geográfico. Isto, pois, segundo Cavalcanti (2013, p. 11) promove as “bases e meios de desenvolvimento e ampliação da capacidade dos alunos de apreensão da realidade do ponto de vista da espacialidade, ou seja, de compreensão do papel do espaço nas práticas sociais e destas na configuração do espaço”.

Ademais sobre esta categoria, segundo Saquet (2008, p. 76) no “Brasil, por exemplo, o espaço geográfico é considerado, em geral, como a grande categoria da geografia, como algo universal, sempre presente na formação de cada lugar, juntamente com o tempo”. Portanto, “o espaço corresponde ao ambiente natural e ao ambiente organizado socialmente, com destaque para as formas/edificações e para as formas da natureza”.

Através do entendimento do espaço como elemento crucial para se compreender as categorias de lugar, paisagem, território e região, é que o aluno encontrará os eixos determinantes para explicar os acontecimentos que os circundam e promovem uma consciência do ser e existir na sociedade, localizado em um determinado espaço no globo terrestre.

O espaço visto como uma realidade

Observamos que o conceito de espaço tem abrangência nas diversas formas de entendimento, pois “muitos especialistas reafirmam o espaço geográfico como objeto de estudo da geografia, como uma construção teórica, concebida intelectualmente como produto social e histórico, tornando-se, assim, ferramenta para a análise da realidade”. (CAVALCANTI, 2013, p. 156).

Diante do contexto geográfico que remete a realidade de vida e o cotidiano de nossos alunos, Milton Santos (1978, p.122) diz que o “espaço é um verdadeiro campo de forças cuja formação é desigual. Eis a razão pela qual a evolução espacial não se apresenta de igual forma em todos os lugares”. Mello (1990, p. 102) corrobora afirmando que “o espaço, qualquer porção da superfície terrestre, é amplo, desconhecido, temido ou rejeitado”. Portanto, o espaço deve ser considerado em sua totalidade, sobretudo para que seja possível pensar o ensino de Geografia, a partir da dos modos que ocorrem as reais formas das transformações na superfície terrestre, pelas ações humanas entre si próprias, mas também com/sobre a natureza.

Segundo Santos (1978, p. 145), “[...] o espaço organizado pelo homem é como as demais estruturas sociais, uma estrutura subordinada subordinante. É como as outras instâncias, o espaço, embora submetido à lei da totalidade, dispõe de certa autonomia”.

Desse modo, o espaço, além de instância social que tende a reproduzir-se, tem uma estrutura que corresponde à organização feita pelo homem. É também uma instância subordinada à lei da totalidade, que dispõe de certa autonomia, manifestando-se por meio de leis próprias. Assim, o espaço organizado é também uma forma resultante da interação de diferentes variáveis. O espaço social corresponde ao espaço humano, lugar de vida e trabalho: morada do homem, sem definições fixas. (SAQUET; SILVA, 2008, p. 8).

O autor faz referência ao espaço geográfico como um espaço organizado pelo homem que vive e se relaciona em sociedade, cada sociedade, historicamente, produz seu espaço como lugar de sua própria produção e reprodução. “O espaço, dessa maneira, é construído processualmente e contém uma estrutura organizada por formas e funções que podem mudar historicamente em consonância com cada sociedade”. (SAQUET; SILVA, 2008, p. 9).

De acordo com essa perspectiva, vê-se sentido quando Corrêa (2007, p.15) afirma que “a palavra espaço tem o seu uso associado indiscriminadamente a diferentes escalas: global, continental, regional, da cidade, do bairro, da rua, da casa e de um cômodo no seu interior”. Por isso, pensar o espaço como uma realidade significa segundo Santos (1996, p.19) compreender “[...] as categorias de análise, formando sistema, devem esposar o conteúdo existencial, isto é, devem refletir a própria ontologia do espaço, a partir de estruturas internas a ele”. Sendo de fundamental importância para compreendermos as principais categorias espaciais de análises dentro de sua realidade como um processo de construção de conhecimento geográfico.

CATEGORIA DE LUGAR

Nós vivemos num pequeno pedaço da superfície terrestre. Este é o palco dos acontecimentos que promovemos que participamos que vemos e vivemos; enfim este é o nosso lugar. Mas como entender esta dimensão geográfica como parte das ações que desenvolvemos cotidianamente no espaço? Sabe-se que o conceito de lugar durante muito tempo na história da humanidade foi à dimensão geográfica mais próxima da vida humana em seu desenvolvimento terrestre. Isso tem nos levados a refletir sobre a origem do termo conceitual, no âmbito da organização e produção no espaço geográfico.

Segundo Lopes (2012, p. 26):

[...] as concepções da categoria lugar para a ciência geográfica estão atreladas com as discussões travadas pela Geografia humana, sendo que essa categoria tem dois lastros de acepção principais: a geografia fenomênica/humanista (geografia cultural) e a geografia crítica (marxista – materialismo/histórico/dialético).

O autor relata que na “perspectiva humanista, preocupada fundamentalmente com a relação homem-natureza/ambiente sob o prisma da subjetividade, o interesse é fundamentar o lugar enquanto base da existência humana, na sua existência enquanto experiência pessoal, mediatizada por símbolos e significados próprios, subjetivos”. (Idem, ibidem, p. 26). Isso quer dizer que, o nosso modo de viver, nossa vida cotidiana, nosso habitar, nosso lazer, etc. são formas simples que caracteriza nossa essência, ou melhor, nosso lugar.

Corroborando com a ideia e continuidade da categoria de lugar o autor fala que:

Na perspectiva geográfica radical-crítica, o lugar tem qualidade de construção social que se dá ao longo da história, isto é, uma construção sócio-histórica, que cumpre determinadas atribuições na lógica social. Por meio de suas formas materiais e imateriais, o lugar é um meio de promoção da funcionalidade do mundo. (LOPES, 2012, p. 27).

Sendo assim, “não importa qual época estamos analisando na história, o mundo, a sociedade se define como um conjunto de possibilidades. Cada lugar têm sua diferença por realizar apenas uma perspectiva das muitas possibilidades que existe”. (Idem, ibidem, p. 27). Dessa forma, Ferreira (2000, p. 65) afirma que:

O conceito de lugar, considerado por muito tempo como um dos mais problemáticos da Geografia, tem se destacado, recentemente, como uma das chaves para a compreensão das tensões do mundo contemporâneo. [...] o lugar tem se apresentado como um conceito capaz de ampliar as possibilidades de entendimento de um mundo que se fragmenta e se unifica em velocidades cada vez maiores.

Segundo o autor o “lugar torna-se realidade, portanto, a partir da nossa familiaridade com o espaço, não necessitando, entretanto, de ser definido através de uma imagem precisa, limitada”. (FERREIRA, 2000, p. 67). De acordo com Cavalcanti (2013, p. 89) na “Geografia Humanística, lugar é o espaço que se torna familiar ao indivíduo, é o espaço vivido, do experienciado”. Sendo assim, Relph (1980, p. 41 apud; FERREIRA, 2000, p. 68) fala que "uma relação profunda com os lugares é tão necessária, e talvez tão inevitável, quanto uma relação próxima com as pessoas; sem tais relações, a existência humana, embora possível, fica desprovida de grande parte de seu significado".

Santos (1978, p. 121) afirma que o lugar é "porção discreta de espaço total", ou como "uma porção da face da terra identificada por um nome". Que segundo Cavalcante (2013, p. 90) “entraria na discussão da Geografia pela ótica do pensamento pós-moderno, colocando em questão a noção de totalidade para a explicação do lugar”. “[...] Lugar, na perspectiva pós-moderna, não seria explicado pela sua relação com a totalidade, visto que o todo desapareceria e cederia espaço ao fragmentado, ao micro, ao empírico individual” (Idem, ibidem, p. 90). Portanto, o pensamento pós-moderno nos leva a entender que para explicar o lugar como uma realidade é necessária desconstruir essa noção de lugar como totalidade. Pois, segundo Mello (1990, p. 102) “O lugar recortado afetivamente, emerge da experiência e é um mundo ordenado e com significado”.

Ferreira (2000, p. 72) diz que “Os lugares devem ser diferenciados não somente por seu ambiente físico, mas também pelas diferentes respostas humanas às oportunidades e limitações apresentadas pelos ambientes”. Portanto podemos compreender que o lugar faz parte da essência humana que se constrói e reconstrói em seu cotidiano. É o espaço mais próximo do individuo com a escala referencia de que se fala, mas, sobretudo é a dimensão de onde se produz ou se produziu sua existência material no espaço geográfico.

CATEGORIA DE PAISAGEM

Diante de toda discussão e debate trazido sobre o conceito de lugar, Cavalcanti (2013, p. 96-97 afirma que “Na Geografia, esse conceito tem sido tradicionalmente destacado pelo fato dessa ciência procurar definir seu campo de estudo nos aspectos e fenômenos que concorrem para modelar, organizar e modificar materialmente o espaço”. É nisto que então o conceito de paisagem vem tomar significado fundamental na análise geográfica. Segundo Santos (1988, p. 61) a paisagem é “Tudo aquilo que nós vemos o que nossa visão alcança. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.”. Sendo assim, a paisagem é e sempre será uma categoria muito importante no estudo e análise geográfica, pois segundo Schier (2003, p. 80):

A discussão da paisagem é um tema antigo na geografia. Desde o século XIX, a paisagem vem sendo discutida para se entenderem as relações sociais e naturais em um determinado espaço. Dentro da geografia, a interpretação do que é uma paisagem diverge dentro das múltiplas abordagens geográficas. Observa-se que existem certas tendências “nacionais” mostrando que o entendimento do conceito depende, em muito, das influências culturais e discursivas entre os geógrafos.

No final da década de 60 e início de 70, a paisagem era analisada sob dois vieses.

Na perspectiva sistêmica, a paisagem é compreendida como uma realidade posta, ou seja, realidade objetiva. Nesse caso, a paisagem é o produto de um imbricamento dinâmico, maleável entre os componentes formadores da paisagem, elementos físico-naturais e sociais. Essa dinâmica, para o viés sistêmico é única para cada porção do espaço, e torna a paisagem um conjunto singular, inseparável e em constante mutação. (LOPES, 2012, p. 27).

Na perspectiva do “prisma cultural, a paisagem está referenciada para o sentido de percepção espacial”. “Na realidade a paisagem é um entremeio entre o mundo das coisas e o da subjetividade humana”. (Idem, ibidem, p. 27). Assim, o estudo da paisagem não é estagnado, vem se moldando a cada momento com a percepção de pesquisadores e estudiosos que buscam compreendê-la e analisá-la não só como algo que apenas se pode ver, mas como algo que se transforma e remodela a cada momento de ação e atividade humana.

De acordo com Schier (2003, p. 82):

Paisagens são, em quase todas as abordagens dos séculos XIX e XX, entidades espaciais que dependem da história econômica, cultural e ideológica de cada grupo regional e de cada sociedade e, se compreendidas como portadoras de funções sociais, não são produtos, mas processos de conferir ao espaço significados ideológicos ou finalidades sociais com base nos padrões econômicos, políticos e culturais vigentes.

Dessa forma o estudo da categoria paisagem nos remete ao entendimento de que a mesma é um “conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro critério”. (SANTOS, 1988, p. 65). Pois sempre vai representar o desempenho funções sociais diferentes nos seus espaços. Portanto, na concepção de Santos (1996) ela não é estática, é um conjunto heterogêneo que representa as formações naturais e artificiais que está em constante transformação. Significa que a paisagem é um momento do espaço em seu movimento. Sendo assim,

A paisagem é sempre heterogênea. A vida em sociedade supõe uma multiplicidade de funções e quanto maior o número destas, maior a diversidade de formas e de atores. Quanto mais complexa a vida social, tanto mais nos distanciamos de um mundo natural e nos endereçamos a um mundo artificial. (SANTOS. 1996, p. 65).

Dessa forma, conforme Cavalcante (2013) o conceito de paisagem esta ligada também às dimensões científicas e artísticas, pois, a “paisagem nesse sentido, revela não só as relações de produção da sociedade, a estrutura da sociedade, mas também revela o imaginário social, as crenças, os valores, os sentimentos das pessoas que a constroem”. (CAVALCANTI, 2013, p. 100).

Sendo assim, a análise dessa categoria (paisagem) nos revela o entendimento das relações estabelecidas entre o ambiente e a produção, atendendo “a funções sociais diferentes” e “resgatando o sentido das dimensões das ciências e das artes” (Idem, ibidem, p. 99). Com isto, pode dar sentido aquilo que vemos e construímos; e, neste contexto, pode ser definida como uma unidade visível do que o território é em sua condição existencial como derivado da produção espacial.

CATEGORIA DE TERRITÓRIO

Ao longo da história do pensamento geográfico o território foi ganhando diferentes formas de abordagens. Isto vinha refletindo nas diversas representações do espaço que aos poucos fora se moldando pelo processo de posse e apropriação até o sistema de dominação.

Ao tratar de território, Fernandes (2008, p. 198) afirma que:

O território é uma das categorias de análise da Geografia e recentemente tornou-se um conceito muito utilizado por diversas ciências que se ocupam dos processos de produção do espaço. Essa diversidade promoveu compreensões e significações imputadas ao conceito de território de acordo com as intencionalidades dos sujeitos.

Segundo Cavalcanti o conceito de território “tem uma larga utilização na história da ciência geográfica, particularmente na área de Geografia Política e de Geopolítica” (2013, p. 107). Está “claro, também, na geografia, que espaço e território não são sinônimos. São conceitos diferentes que assumem distintos significados de acordo com cada abordagem e concepção”. (SAQUET, 2008, p. 75-76).

Segundo Raffestin (1993, p.143):

O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente [...] o ator “territorializa” o espaço”.

De acordo com Souza (1995, apud, LOPES, 2012, p. 29):

Os territórios são campos de forças, são antes teias de relações sociais projetadas no espaço, no qual não necessita de forte enraizamento material para que se tenha território, é definido por e a partir de relações de poder, engendradas por relações de influências, de autoridade, de força, de legitimidade e de subserviência.

Entretanto, o “espaço geográfico corresponde ao ambiente que é, por sua vez, metaforicamente, entendido como Terra. O espaço-ambiente é construído pelas forças políticas e do mercado, gerando o território”. (SAQUET, 2008, p. 80).

Marcelo Lopes de Souza, afirma que:

O “território” por excelência, para o senso comum, mas também para juristas, militares e cientistas políticos − e até para geógrafos − terminou sendo, durante muito tempo, aquele “sobre o qual” o aparelho de Estado exerce a sua soberania. Nessas condições, “emancipar” a categoria território e construir um conceito em que não se confundissem a projeção espacial do poder (as fronteiras e a malha territorial) e os objetos geográficos materiais, e no qual uma fonte de poder (e com ela determinadas escalas) não fosse hiper privilegiada, exigiria um esforço de crítica ideológica − esforço esse que, em virtude do contexto histórico-cultural, durante muito tempo não foi nem sequer percebido pela maioria como sendo necessário ou pertinente. (SOUZA, 2008, p. 62-63).

O ser humano age no habitat de forma a construir e reproduzir seu espaço natural e social de relações de trocas, desenvolvendo formas de viver, interagir e produzir, dando forma ao que chamamos de território. Segundo Saquet (2008, p. 81), “o território é considerado produto histórico de mudanças e permanências ocorridas num ambiente no qual se desenvolve uma sociedade. Território significa apropriação social do ambiente; ambiente construído, com múltiplas variáveis e relações recíprocas”. Entretanto, o território pode ser compreendido como uma construção e produção de ações que remetem a questões históricas das relações que se concretizaram em momentos diferentes na sociedade.

Essa categoria analisada (território) perpassou ao longo da história por muitos questionamentos, pois em alguns momentos havia o entendimento confuso do que realmente seria um território. Uma vez que “espaço e território nunca poderão ser separados, já que sem espaço não há território [...]”. (HAESBAERT, 2008, p. 105). De acordo com Medeiros (2008, p. 227) “o espaço e o território não podem ser dissociados, pois enquanto o primeiro se faz necessário para demarcar a existência do segundo, este último por sua vez é a condição para que o espaço se humanize”.

O autor continua afirmando que:

O território é de início, um espaço cultural de identificação ou de pertencimento e a sua apropriação só acontece em um segundo momento. O território é, assim como um espaço político, um jogo político, um lugar de poder. Definir seus limites recortá-lo, é sinônimo de dominação, de controle. (Idem, ibidem, p. 227).

Lopes (2012, p. 28) afirma que:

O início de utilização do conceito território tem por fundamento as concepções de Friedrich Ratzel, final do século XIX. Para o mesmo, o território é uma área/parcela da superfície da terra usufruída por um grupo humano. Em relação a essa perspectiva, vale salientar, que o território aqui tem um caráter “etológico” e simplista, pois a ideia de território, nesse caso, se restringe às áreas que são objeto de atuação direta dos seres humanos e, assim, tende a confundir território e espaço, o que, também proporciona uma marginalização do caráter político inerente território.

Nesta mesma linha, Souza (1995, apud, LOPES, 2012, p.28-29) destaca dois importantes aspectos sobre o território:

Primeiramente, devesse ter consciência que os territórios não têm uma dimensão espacial e temporal fixa, pois variam de tamanho (podendo inclusive ser “móveis” ou “flexíveis”) e da mesma maneira que existem num dado momento, noutro poderão desaparecer; e, em segundo lugar, vários territórios podem ser apropriados simultaneamente pelo mesmo agente no mesmo espaço ou em espaços diferentes.

Esses dois aspectos destacados pelo autor nos leva a compreender a complexidade do uso dessa categoria (território) visto em duplicidade de entendimento. Assim, para analise geografia território pode ser um conceito quando trata de dimensões objetivas reais no espaço geográfico; mas também é uma categoria de análise quando expressa a subjetividade que permeia e sustenta sua condição conceitual no espaço produzido e vivido.

Neste sentido há fundamentos naquilo que Fernandes (2008, p. 213) chamou de “territórios materiais e imateriais [...] entendendo os territórios como espaços de governança, como propriedades e como espaço relacional”. Corroborando com essa ideia, Saquet (2008, p. 83) diz que a “territorialização é resultado e condição dos processos sociais e espaciais, significa movimento histórico e relacional. Sendo multidimensional, pode ser detalhada através das desigualdades e das diferenças e, sendo unitária, através das identidades”.

Segundo Santos (2002, p.9, apud, SAQUET, 2008, p. 198):

O Território é o lugar em que desembocam todas as ações, todas as paixões, todos os poderes, todas as forças, todas as fraquezas, isto é onde a história do homem plenamente se realiza a partir das manifestações da sua existência. A Geografia passa a ser aquela disciplina mais capaz de mostrar os dramas do mundo, da nação, do lugar.

Portanto, o território é uma importante categoria de análise no contexto geográfico, pois retrata as relações de poder no viés da atualidade e as formas de reprodução socioespacial em que o homem foi e é o principal protagonista. O território entrou em “cena nas discussões dos anos 1970 como um conceito que” envolveria em seu escopo, a “responsabilidade de explicar a realidade” (LOPES, 2012, p. 28) com isso se tornando uma importante categoria de estudo e pesquisa para entender a dinâmica de produção e reprodução social e espacial a que estava submetida.

CATEGORIA DE REGIÃO

No que se refere ao conceito de região também, pode-se dizer que este perpassou por várias reformulações ao longo de sua história, pois, segundo Cavalcanti (2013, p. 102) a “região era vista como uma entidade autônoma, como uma área autossuficiente.” “[...] que ficou conhecida como a linha tradicional da Geografia, destacando dois conceitos de região: a região natural e a região geográfica”.

O campo da Geografia política começa a valorizar a dimensão política do território, mas em referência ao território nacional, ou seja, na perspectiva do Estado-nação. A escola francesa, por sua vez, capitaneada, principalmente por Vidal de La Blache contrapõe essa ideia com o Possibilismo, final do século XIX e início do XX, trazendo o conceito de região em contraposição com o do território. (MORAES, 1997; GOMES, 2000, apud LOPES, 2012, p. 28):

Para ajudar nesse entendimento, Corrêa (1986, p. 23) traz as seguintes contribuições a respeito dos dois conceitos: “A região natural é entendida como uma parte da superfície da Terra, dimensionada segundo escalas territoriais diversificadas, e caracterizadas pela uniformidade resultando da combinação ou integração em área dos elementos da natureza”. Já a “região geográfica abrange uma paisagem e sua extensão territorial, onde se entrelaçam de modo harmonioso componente humano e natureza”. (Idem, ibidem, p. 28). Diante dessa informação o conceito de região geográfica ficou conhecido como uma visão do “possibilismo”.

Na Nova Geografia o conceito de região é fundamentado na definição como “um conjunto de lugares, onde as diferenças internas entre esses lugares são menores que as existentes entre eles e qualquer elemento de outro conjunto de lugares”. (CORRÊA, 1986, p. 32).

Na Geografia Humana o conceito de região é definido “como um código social comum que tem uma base territorial”. Gomes (1995, p. 67), pois segundo o autor essa “Consciência regional, sentimento de pertencimento, mentalidades regionais são alguns dos elementos que esses autores, chamam a atenção para valorizar esta dimensão do espaço vivido”. (Idem, ibidem, 67).

Todas essas abordagens foram bastante conturbadas para se chegar ao que realmente representa o conceito de região, pois de acordo com Oliveira (1981, apud, CAVALCANTE, 2013, p.103), “Num primeiro momento, havia uma compreensão de que o capitalismo com sua dinâmica tinha tendência de homogeneizar o espaço, fazendo desaparecer a região”. Para contrapor a essa abordagem, (CORRÊA, 1986, p. 45) diz que a “região é considerada uma entidade concreta, resultado de múltiplas determinações, ou seja, dos mecanismos de regionalização sobre um quadro territorial já previamente ocupado”.

Atualmente o conceito de região está associado à era da globalização, visto que é uma categoria rodeada de diversas percepções que se tornaram complexas e mutáveis na sua forma de existência. Gomes (1995) relata que essa forma de entender a região, é fundamental para compreender as relações de pertencimento e identidade entre os homens e seu território.

O autor ainda traz o conceito de região analisado nos moldes do senso comum, afirmando que está relacionado a “Um conjunto de área onde há o domínio de determinadas características que distinguem aquela área das demais”. (GOMES, 1995, p. 53). Como se sabe as regiões está em constantes mudanças, pois na atualidade, sofrem a influência das chamadas sociedades globalizadas, o que tem tornado esse conceito polêmico e questionado diante da realidade.

O homem em sua forma de viver produz e reproduz suas territorialidades constantemente em um sistema de coletividade e de trocas envolvendo questões sociais, culturais, políticas e econômicas, que ao longo do tempo trazem consequências e promove as mutações.

Segundo Corrêa (2003, p. 47) na visão da chamada Geografia Crítica:

“[...] a região é considerada uma entidade concreta, resultado de múltiplas determinações, ou seja, da efetivação dos mecanismos de regionalização sobre um quando territorial já previamente ocupado, caracterizado por uma natureza já transformada, heranças culturais e materiais e determinada estrutura social e seus conflitos”.

Diante do exposto pelo autor, percebe-se que esse conceito se assemelha muito com o possibilismo geográfico. A região se organiza como um arranjo espacial, composto por várias influências que podem ser internas ou externas de controle de uma sociedade por meio das relações estabelecidas entre o local e o global. Contudo como entidade de existência material, na Geografia Critica a região é produzida, construída destro dos processos relacionais que produz a sociedade como um todo.

Essa categoria apresenta certa complexidade de reflexão e entendimento, sendo necessária uma abordagem mais avançada para se chegar a sua conclusão. Segundo Corrêa (2003, p.22) de forma mais simplista, “[...] a região deve ser vista com o um conceito intelectualmente produzido”. Essa análise serve como ponto de partida para a compreensão do estudo geográfico nas escolas, mostrando a realidade que está posta na composição desse conceito e firmando o entendimento do espaço como elemento principal da formação do conceito de região.

Portanto, esta categoria (região) apesar de ser também um conceito formado por várias abordagens teóricas continua sendo complexa, pensado e refletida sobre base fundamentais da Ciência Geográfica. Por isto é também ao mesmo tempo, fundamental para o nos currículos de ensino de geografia nas escolas, sendo construtor de identidades e também de territorialidades, possibilitando aos sujeitos dar sentido a história de vida de cada um, num espaço especifico em escalas espaciais diversas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise desse trabalho orientou-se no sentido de buscar uma compreensão sobre uso das categorias espaciais no ensino de Geografia. Isto, permeado especialmente pela compreensão do espaço geográfico como propulsor contribuinte para dar origem as categorias/conceitos de lugar, paisagem, território e região, em diferentes abordagens e percepção históricas pelas quais já passou a Geografia enquanto ciência.

Este posicionamento busca alcançar o entendimento de que podemos compreender o espaço geográfico em sua composição, relacionando com a dinâmica da sociedade, natureza e a ação humana. Isto, tanto no ensino como na pesquisa faz da Geografia a disciplina com fundamental importância para explicar de que forma processualmente, os elementos sociais interagem com os elementos naturais e de que maneira se constituirá os conceitos espaciais relacionado com a realidade vivida dos sujeitos sociais que produzem o espaço.

A partir dessas abordagens chegamos à compreensão de que o ensino de Geografia, enquanto disciplinar escolar foi e será uma base de analise referenciada no estudo das diferentes categorias espaciais. Assim, deve ser visto como um processo de construção do conhecimento geográfico, a partir do entendimento de como essa realidade é construída, percebida e vivenciada na história da humanidade, num lugar no Planeta que vivemos.

Por final, acredita-se que ao estabelecer uma relação direta entre os conhecimentos geográficos e a produção do espaço geográfico (dimensão esta que contempla as principais categorias espaciais e seus conceitos), nascerá uma nova configuração e caracterização para o ambiente social e espacial. Nesta instância então ser estabelecidas as relações de poder, troca, autonomia, coletividade entre outras coisas, que darão significações para as categorias e conceitos, no processo de ensino-aprendizagem, conforme o nível de escolaridade que estiver sendo desenvolvido. E a partir desse contexto, diversos modelos, constituirão saberes, culturas, sociedade, políticas, tendo no conjunto da dimensão socioespacial às novas formas de representação do (lugar, paisagem, território, região) em que se encontra a realidade de vida.

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Notas

[1] Aqui cabe esclarecer o que se entende por paradigma, conceito e categoria. Vê-se o paradigma com o sentido de modelos, de crenças consensuais que no meio acadêmico cientifico (KULHN, 1991) e adotado em determinada temporalidade do desenvolvimento de uma Ciência. Então, como constructo histórico os paradigmas podem mudar a cada tempos. Como categoria entende-se um signo (palavra) que elucida a percepção mais ampla da realidade, levando a apreensão de uma estrutural do conteúdo estudado, concebido em sua essência filosófica, com amplitude teórica/analítica que se desdobra na prática de um conjunto conceitual. Ao passo que, o conceito é o que se refere a significação de elementos, processos ou situações que marca a realidade, sendo assim definido numa dimensão temporal a ser considerada (PACCA, VILLANI, 1990). Desta forma, a categoria gera e contém conceito, mas são os conceitos e suas dinâmicas reais que podem validar ou invalidar o uso de uma categoria. Ao invalidar uma categoria, pode-se também mudar, transformar ou superar certos paradigmas em cada Ciência que praticamos.


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