O papel do Estado numa Sociedade Internacional em transição: um debate para além das Relações Internacionais
Resumo
Este trabalho visa repensar o papel do Estado na política internacional tomando enquanto referência contribuições além das costumeiramente observadas nas Relações Internacionais. Nesse intuito, Filosofia e Antropologia política surgem como importantes aliados epistêmicos para se pensar as conformações do Estado moderno. Tal cruzamento se faz a partir da percepção de que novas abordagens teóricas são necessárias para uma melhor compreensão das mudanças sistêmicas globais atualmente percebidas. A Sociedade Internacional vive um contexto de transição, possibilitando a interpretação da que há uma mudança do papel do Estado enquanto player das Relações Internacionais. Nesse contexto, a importância de atores transnacionais é ampliada em um panorama não mais possível de se compreender utilizando tão somente as lentes das teorias hegemônicas das Relações Internacionais.Downloads
Referências
ASHLEY, Richard. The poverty of neorealism. In: LINKLATER, Andrew. International Relations Critical Concepts. New York: Routledge, 2000.
BIERRENBACH, Ana Maria. O conceito de responsabilidade de proteger e o direito internacional humanitário. Brasília: Funag, 2011.
BOURDIEU, Pierre. Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
BOUTROS-GHALI, Boutros. An agenda for peace: Preventive Diplomacy, Peacemaking and Peace-keeping. New York: United Nations, 1992. Documento A/47/277 da Assembleia Geral da ONU.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac e Naify, 2012.
CARR, Edward. Vinte anos de Crise: 1919-1939. Uma introdução ao Estudo das Relações Internacionais. Brasília: Editora da UnB, 2001.
COX, Robert. Gramsci, Hegemony and International Relations: as Essay in Method. In: GILL, Stephen (ed.). Gramsci, Historical Materialism and International Relations. Cambridge: University Press, 1986.
EVANS, Gareth. The Responsibility to Protect: Ending Mass atrocity Crimes Once and For All. Washington, D.C.: Brookings Institution Press, 2008.
EVANS-PRITCHARD, Edward E. The Nuer. Oxford: University Press, 1967.
FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população (Curso no Collège de France 1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H; RABINOW, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da Sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
HABERMAS, Jurgen. Mudança estrutural da Esfera Pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 2003.
HABERMAS, Jurgen. Sobre a constituição da Europa. São Paulo: Editora da UNESP, 2012.
HALLIDAY, Fred. Repensando as Relações Internacionais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
HELD, D. Democracy and the global order: from the modern State to cosmopolitan governance. Stanford: Stanford University Press, 1995.
HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014a.
HOBSMAWM, Eric. A Era dos Impérios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014b.
JUBILUT, Liliana Lyra. Não intervenção e legitimidade internacional. São Paulo: Saraiva, 2010.
JULIÃO, Taís S. O diálogo interdisciplinar em Relações Internacionais: o papel e a contribuição da Antropologia. Meridiano 47, n.97, pp.21-24, ago, 2008.
KANT, Immanuel. À paz perpétua. Porto Alegre: L&PM, 1989.
LAPID, Yosef. The third Debate: On the Prospects of International Theory in a Post-Positivist Era. International Studies Quarterly, 33, 3, 235-254, 1989.
MORGENTHAU, Hans. A política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz. Brasília: Editora da UnB : Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais, 2003.
NYE, Joseph. The future of power. Washington, D.C.: Public Affairs, 2010
ONUF, Nicholas. World of our making: rules and rule in social theory and international relations. New York: Routledge, 2013.
REZEK, José Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 15.ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014.
ROSENAU, James N. Governança, ordem e transformação na política mundial. In: ROSENAU, James N.; CZEMPIEL, Ernst-Otto. Governança sem governo. Brasília: Editora da UnB, 2000.
SCHNEIDER, Jens. Discursos simbólicos e símbolos discursivos: considerações sobre a etnografia da identidade nacional. Mana, v.10, n.1, pp 97-129, abril, 2004.
STERLING-FOLKER, Jennifer; SHINKO, Rosemary. Discourses of Power: Traversing the
Realist-Postmodern Divide. Millenium: Journal of International Studies, v.33, n. 1, pp. 637-664, 2005.
TILLY, Charles. Coerção, Capital e Estados Europeus. São Paulo: Edusp, 1996.
TURNER, Victor. O Processo Ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes, 1974.
VRASTI, Wanda. The Strange Case of Etnography and International Relations. Millenium: Journal of International Studies, v.37, n.2, pp 279-301, 2008.
WALLERSTEIN, Immanuel. The inter-state structure of the modern world-system. In: SMITH, Steve; BOOTH, Ken; ZALEWSKI, Marysia. Positivism and beyond. Cambridge: University Press, 1996.
WALTZ, Kenneth. Theory of international politics. New York: McGraw-Hill, 1979.
WATSON, Adam. A evolução da sociedade internacional. Brasília: UnB, 2004.
WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 4ª ed. Brasília: Editora da UnB, 2009.
WENDT, Alexander. Social Theory of International Politics. Cambridge: University Press, 1999.
WIGHT, Martin. A política do poder. Brasília: Editora da UnB, 2002.
ZACHER, Mark W. Os pilares em ruína do templo de Vestfália: implicações para a governança e a ordem internacional. In: ROSENAU, James N.; CZEMPIEL, Ernst-Otto. Governança sem governo. Brasília: Editora da UnB, 2000.