Revista Culturas & Fronteiras - Volume 8. Nº 1 - Julho/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
AS ARTES DE DIZER DA PESSOA SURDA EM UMA FAMÍLIA DE
OUVINTES
EL ARTE DEL DECIR DE LA PERSONA SORDA EN UNA FAMILIA OYENTE
Maria José Lima de Souza
1
Ednéia Bento de Souza Fernandes
2
Michela Araújo Ribeiro
3
Suziane Viriato de Araújo
4
RESUMO
Esta pesquisa é um estudo de caso sobre as estratégias de comunicação de uma
surda que não sabe Libras em uma família de ouvintes, na cidade de Guajará-Mirim.
O referido estudo buscou identificar os sinais caseiros, entendidos como sinais-nome
enquanto estratégias de comunicação de uma pessoa surda que nasceu em família
de ouvintes. O presente trabalho teve como objetivos: registrar os sinais que nomeiam
os integrantes da família, bem como, outros seres animados e inanimados presentes
nesse convívio; identificar a percepção da família sobre uma pessoa familiar que é
surda; e relacionar os dados com as teorias linguísticas e culturais valorizando as
estratégias de comunicação entre família e parente surdo. Os resultados
demonstraram que os sinais caseiros correspondem aos mesmos parâmetros
identificados na Libras através de estudos linguísticos capazes de expressar a cultura
e os hábitos familiares.
1
Egressa do Curso de Letras, do Departamento Acadêmico de Ciências da Linguagem (DACL), da
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus Jorge Vassilakis em Guajará-Mirim. E-
mail:
2
Tradutora e Intérprete de Libras da Universidade Federal de Rondônia. Doutoranda do Curso de
Linguística PPGL UNEMAT. E-mail: edneia.fernandes@unir.br
3
Professora Mestra, Curso de Letras, do Departamento Acadêmico de Ciências da Linguagem (DACL),
da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus Jorge Vassilakis em Guajará-Mirim.
E-mail: michela@unir.br
4
Egressa do Curso de Letras, do Departamento Acadêmico de Ciências da Linguagem (DACL), da
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus Jorge Vassilákis em Guajará-Mirim.
Bolsista Tradutora e Intérprete de Libras na Universidade Federal de Rondônia. Email:
suzianeviriato16@gmail.com
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AS ARTES DE DIZER DA PESSOA SURDA EM UMA FAMÍLIA DE
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Palavras-chave: Cultura Surda. Nomeação em Línguas de Sinais. Onomástica.
RESUMEN
Esta investigación es un estudio de caso sobre las estrategias de comunicación de
una mujer sorda que no conoce Libras en una familia oyente, en la ciudad de Guajará-
Mirim. Este estudio buscó identificar las señas del hogar, entendidas como señas
nominativas como estrategias de comunicación de una persona sorda que nació en
una familia oyente. El presente trabajo tuvo como objetivos: registrar los signos que
nombran a los miembros de la familia, así como a otros seres animados e inanimados
presentes en esta convivencia; identificar la percepción de la familia sobre una
persona familiar sorda; y relacionar datos con teorías lingüísticas y culturales,
valorando estrategias de comunicación entre familia y pariente sordo. Los resultados
mostraron que los signos del hogar corresponden a los mismos parámetros ya
identificados en Libras a través de estudios lingüísticos capaces de expresar la cultura
y hábitos familiares.
Palabras clave: Cultura Sorda. Denominación en Lenguas de Signos. Onomástico.
1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1.1 Um pouco de mim
Meu nome é Maria José Lima de Souza, sou natural de Coreaú, Estado do
Ceará e vim para Rondônia ainda criança com a minha família e nos estabelecemos
em Guajará-Mirim, onde cresci e resido até os dias de hoje. Tenho dois filhos. Sou
funcionária pública da Rede Municipal de Ensino, a Prefeitura de Guajará-Mirim.
Ao longo de minha vida acadêmica, enfrentei inúmeros desafios, dentre eles a
falta de saúde. Enfrentei também, o desafio do estudo remoto, devido às aulas
presenciais terem sido interrompidas por causa da pandemia da Covid-19, como eu
não tinha tecnologia favorável para assistir as aulas e nem conhecimentos sobre
tecnologia que me oportunizasse avançar nesse trabalho.
Esses acontecimentos trouxeram novas experiências que me possibilitaram
repensar as dificuldades em torno da linguagem, momento em que me dei conta da
importância da comunicação na vida do ser humano, de modo que pude me colocar
no lugar da minha irmã, Josineide, que é surda e enfrentou dificuldades em seu
processo de socialização na vida familiar.
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Com base nessa problemática, pretendo produzir dados a partir dos sinais
caseiros utilizados por minha irmã, na interação familiar.
Minha irmã Josineide atualmente tem com 50 anos de idade. Infelizmente não
adquiriu muitos conhecimentos durante os anos escolares devido a carência de
profissionais capacitados para esse fim.
Nos últimos anos mudou-se para Porto Velho, onde aprendeu Libras e,
atualmente, faz parte da comunidade surda, de modo que esses sinais caseiros são
herança do nosso convívio familiar, já que não aprendemos a Libras.
O tema deste estudo se reveste de importância para mim, pois busca
elementos em minha própria vida para desenvolver meu TCC perpassando pelas
práticas sociais de linguagem com fins à comunicação.
1.2 O ato de pesquisar e como realizei a pesquisa
Pesquisar, de acordo com Serrano (2011), é uma ação que se aprende e que
exige a aplicação de conhecimentos e habilidades.
Uma pesquisa, portanto, exige métodos claros, coerentes e bem planejados
para que os resultados sejam confiáveis e apresentem contribuições à ciência e à
sociedade.
Dito isso, apresentamos a caracterização deste estudo, resumidamente parte
da seguinte questão: Como a pessoa surda nomeia pessoas e objetos no
estabelecimento de comunicação com a família sem o aprendizado da Libras?
Assim, temos como objetivo geral para o desenvolvimento desta pesquisa,
identificar as estratégias de comunicação de uma pessoa surda que nasceu em família
de ouvintes.
Como objetivos específicos temos:
Registrar os sinais que nomeiam os integrantes da família, bem como
outros seres animados e inanimados presentes nesse convívio.
Identificar a percepção da família sobre uma pessoa familiar que é surda
Relacionar os dados com as teorias linguísticas e culturais valorizando as
estratégias de comunicação entre família e parente surdo.
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1.3 Caracterização geral da pesquisa
A presente pesquisa, quanto à natureza, se classifica como aplicada, cujo a a
investigação aplicada tem por objetivos, “gerar novos conhecimentos” e “resolver
problemas, inovar ou desenvolver novos processos e tecnologias” (PAIVA, 2019, p.
11).
Aqui, fazemos uso de teorias e métodos consagrados no âmbito dos estudos
lexicais em Libras como Taub (2001), Barros (2018), Sousa (2021; 2022), e
aplicamos na análise dos dados selecionados, que constituem uma fonte primária de
investigação, pois são “dados produzidos e coletados pelo próprio pesquisador”
(PAIVA, 2019, p. 11-12), em trabalho de campo junto a familiares, direcionado por
entrevista semiestruturadas sobre a temática.
Quanto à abordagem, nosso estudo se caracteriza como qualitativo pois, de
acordo com Triviños (1987), a pesquisa qualitativa trabalha os dados analisando seu
significado, buscando perceber o fenômeno dentro de um determinado contexto.
Também pretendo produzir registros dos sinais caseiros, aqui tratados, como
sinais-nome, criados por pessoa surda que, em família de ouvintes, não usam a língua
de sinais, propondo uma reflexão e identificação sobre as características estruturais e
semânticas dos sinais-nome dessas pessoas.
Assim, pode-se afirmar, que nosso estudo está inserido na Linguística, no
encontro de duas subáreas: a Lexicologia e a Semântica. O fenômeno linguístico
escolhido é a criação e registro dos sinais-nome.
Desta forma, destacamos que esta pesquisa se identifica como estudo de caso
de caráter exploratório, por proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses (GIL, 2007). Classificando-se
como documental, pois utiliza “materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, na criação de material para análise ou que ainda podem ser reelaborados
de acordo com os objetos da pesquisa” (GIL, 1991, p. 47).
Nesse sentido, faremos inferências resumidas sobre este aspecto dos sinais a
serem analisados. De modo que nossa atenção está concentrada prioritariamente nos
registros dos sinais-nome.
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2 A FAMÍLIA NA VIDA DA PESSOA SURDA
A família é o primeiro contato da criança com o mundo, muito antes que a
criança seja inserida nos contextos de interação comunitárias e educacionais, é na
família que são construídos os pilares das identidades individuais dos sujeitos,
juntamente com os valores éticos e morais.
Ao nascer
5
, o sujeito surdo é “recebido” por uma sociedade majoritária ouvinte,
que vivencia emoções e expectativas inesperadas, diante do fato de ter que aceitar a
surdez de uma criança.
Nesse contexto, a emergência do novo, auxilia a família a buscar novas formas
de projetar a rotina e a vida futura em família. O novo revitaliza a potencialidade
criativa da comunicação humana.
Então, essa é considerada uma percepção positiva diante do desafio de
preparar o sujeito surdo para uma vida social em contextos comunitários e
educacionais através do aprendizado e da valorização das línguas de sinais, das artes
visuais e do apoio pedagógico necessário para o desenvolvimento da criança surda.
Por outro lado, também existem os encontros entre familiares e crianças surdas
sob uma ótica negativa. É um momento delicado para a família, pois, mesmo
recebendo a criança, amando e cuidando, desenvolve uma postura crítica negativa
sobre as potencialidades do sujeito surdo.
Esta fase da relação familiar é um período definido como luto, atribuindo ao fato
à surdez, um sentimento trágico, que os impossibilita de perceber que os surdos
podem vencer as barreiras impostas pela sociedade e conseguem se desenvolver
mediante os recursos linguísticos e pedagógicos adequados.
Sobre o luto na vida da pessoa surda, podemos perceber no filme “Seu nome
é Jonas”
6
história de um menino surdo que foi internado em um sanatório sendo
5
Empregamos o conceito de nascimento como a emergência do novo de Arendt (2014), para dar
visibilidade às relações que o nascimento de um surdo estabelece para os membros da família,
majoritariamente ouvintes.
6
Depois de passar três anos em uma instituição para deficientes intelectuais, menino tem diagnóstico
de que possui apenas surdez e assim família busca aprender a se comunicar usando a língua de sinais.
Filme baseado em fatos reais dirigido por Richard "Dick" Michaels no ano de 1979.
https://www.youtube.com/watch?v=pc8mM0DHRB4
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considerado um deficiente mental por dois anos, até descobrirem que seu caso era
surdez, fato que diminuiu, mas não eliminou as dificuldades de aceitação na família.
Segundo Sá (2012) a sociedade ouvinte apresenta certa dificuldade de ver
citada a evidência de que os surdos surgem aleatoriamente nas sociedades humanas,
e afirma que o não reconhecimento desse fato ativa na família ou na sociedade
estigmas e preconceitos sobre os surdos.
Nesse sentido, o papel da família vai muito além da definição do que seja um
grupo de pessoas que compartilham experiências de vida dentro de um mesmo
espaço físico.
Segundo o autor Scott (2001), o termo família é:
Um ponto de estabelecimento de alianças entre grupos; um ponto de
definição da filiação e pertença ao grupo; um ponto de negociação de gênero
e a referência para o estabelecimento de relações entre gerações. É um local
de afirmação de reciprocidade e da hierarquia, simultaneamente. (SCOTT,
2001, p.96).
Desse modo, a família é uma essência da afirmação de valores, costumes,
tradições, de reciprocidade, de amor e hierarquia.
É através da comunicação que o indivíduo interage, participa, convive, se
molda dentro da família e, posteriormente, perante a sociedade.
Neste contexto, uma necessidade de transformar a comunicação oral para
a comunicação visual, o que gera certo desconforto aos que não reconhecerem os
gestos como atos de comunicação e a Libras como língua.
É importante entender o que é a surdez e o que é o surdo, para oportunizar um
tratamento coerente ao sujeito surdo, que não precisa ser visto e tratado como alguém
com deficiência em si.
Quadros (2002) “esclarece que a deficiência não é um problema da pessoa que
a tem, mas sim de quem a vê”, que envolve preconceito e aceitação da condição da
pessoa com surdez, que necessita ser compreendida e acolhida por parte de todos
do círculo familiar do indivíduo, que ele necessita do estabelecimento de elos afetivos
e comunicativos, que auxiliem na superação dos limites de cada um, para construir
verdadeiramente a inclusão no ambiente familiar, ou seja, valorizar as pessoas no seu
modo de ser.
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3 A LINGUÍSTICA E OS SINAIS CASEIROS
A Libras é reconhecida como a língua de sinais das comunidades surdas dos
grandes centros do Brasil, esta língua é resultado da fusão da língua de sinais dos
surdos do Rio de Janeiro e da língua de sinais francesa (LSF), utilizada pelo professor
surdo Eduard Huet no século XIX no ensino de surdos brasileiros e no treinamento de
professores para a educação de surdos.
Desde a fundação do Instituto Imperial de Surdos Mudo no Brasil hoje
reconhecido como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) esta língua se
consolidou na educação de surdos no Rio de Janeiro.
Desde o ano de 2002 através da lei 10.436 a vem ganhando espaço em outras
regiões do Brasil através de políticas públicas para assegurar a educação de surdos,
de materiais visuais distribuídos pelo MEC, de cursos de formação de Tradutores e
Intérpretes, Licenciaturas em Letras-Libras e de modo mais intensivo nas redes
sociais e conteúdos de domínio público na internet.
Os surdos que desconhecem a Libras, inicialmente se utilizam de sinais
caseiros, e à medida que esses sinais o ganhando espaço na família ou na
comunidade também assumem maior nível de elaboração pelos surdos de modo que
muitos pesquisadores denominaram esses fatos como Línguas Emergentes.
O fato que a Libras ao ser reconhecida como língua, a torna objeto de estudo
de linguistas.
Diante dessa constatação pesquisadores surdos e ouvintes têm se debruçado
em pesquisas que identificaram que, os sinais criados em família ou comunidades
isoladas na comunicação com integrante surdo, se, utilizados como meio intenso de
comunicação, assumem o mesmo nível de complexidade das demais línguas de
sinais.
As línguas de Sinais Emergentes no Brasil são manifestações comunicacionais
entre surdos localizados em pequenas comunidades distantes dos centros urbanos.
De modo que nos aproximamos dessas propostas de pesquisas para pensarmos
sobre as práticas de linguagem produzidas pelas comunidades surdas isoladas como
é o caso de alguns surdos aqui em Guajará-Mirim.
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Esse é um estudo relevante, porque lança luz sobre as línguas de sinais
emergentes em Guajará-Mirim, possibilitando pensar sobre ela como elemento de
mediação para o ensino de Libras e da língua portuguesa na modalidade leitura e
escrita.
Os pesquisadores voltados para esta temática se dividem entre surdos e
ouvintes, onde, a pioneira nessa área foi a professora surda indígena Shirley Vilhalva
(2012) localizada na região do município de Dourados MS, que mapeou os sinais
emergentes utilizados pelas comunidades surdas indígenas para se comunicar com a
tribo Guarani/Kaiowá e Terena, seu foco pautou-se em registrar a existência de
indígenas surdos e os sinais que eram compartilhados por eles.
No Amazonas temos Marlon Jorge Silva de Azevedo (2015) que pesquisou os
indígenas da etnia Sateré-Mawé na microrregião de Parintins. Este pesquisador
elenca na sua pesquisa, os direitos linguísticos assegurados aos indígenas e o
reconhecimento da Libras como caminhos para pensar em garantias linguísticas aos
surdos indígenas de Sateré-Mawé em uma perspectiva sociolinguística.
Estes dois pesquisadores surdos fizeram mapeamento e registros linguísticos
dos sinais utilizados pelos respectivos surdos indígenas. também pesquisadores
ouvintes que vão pelo mesmo caminho dos surdos.
Pereira (2013), mapeou sinais na comunidade de Jaicós, povoado de Várzea
Queimada, onde identificou uma língua de sinais emergente batizada com Cena. Esse
estudo é muito relevante ao assumir proporcionar registros para pesquisas voltados
também para a linguística tradicional, nos estudos sobre a fonética, fonologia,
morfologia e sintaxe.
Pesquisar língua de sinais sob a perspectiva da linguística tradicional permite
coletar e produzir um significativo número de dados sem negligenciar elementos que
podem ser abordados posteriormente, como as interações interculturais, posto que é
uma língua compartilhada por surdos entre sua família e/ou comunidade.
À seguir vamos tratar especificamente sobre a onomástica, ramo da linguística
que nos impele nessa pesquisa.
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3.1 Onomástica e Antroponímia em Libras
A Onomástica está localizada entre os estudos do léxico, sendo uma disciplina
voltada para pesquisas linguísticas acerca dos nomes próprios em geral (DICK, 1990).
De acordo com Sousa (2021), essa disciplina tem a tradição de atribuir o estudo
onomástico apenas aos estudos dos nomes próprios de pessoas e lugares, porém o
autor afirma que essa área abrange é muito mais abrangente.
Utilizando uma ilustração desenvolvida pelo autor apresentamos a imagem
abaixo que visualmente nos dimensão dos campos de estudo da Onomástica. Bem
como, o ato de nomeação de seres e coisas, também é amplo e diversificado.
Figura 1- Onomástica
Fonte: Sousa (2021, p. 16).
Nesta demonstração, Sousa (2021) confere que os estudos da Onomástica
estão relacionados com fenômenos conhecidos e descritos pelos homens em suas
atividades culturais, sociais, econômicas e científicas.
O ato de nomear entre as comunidades surdas é usualmente chamado de
batismo, ou seja, os surdos nomeiam através de sinais pessoas, lugares, animais,
objetos etc. Esse ato é neste estudo objeto de pesquisa pois pretendo registrar e fazer
uma análise superficial sobre a relação cultural dos surdos com a Onomástica.
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4 MOTIVAÇÃO E ICONICIDADE
Ferrarezi Jr. (2019) afirma que a Semântica é a subdivisão da linguística que
estuda o significado.
O estudo dos nomes presentes nos léxicos das línguas, sejam próprios ou
comuns, tem uma importância muitas vezes negligenciada. Se as línguas
funcionam como depósitos” naturais de conhecimento humano – depósitos
de cultura e se percebemos esses depósitos culturais essencialmente nos
nomes dos referentes, entendemos o porquê dessa afirmação (FERRAREZI
JR., 2019, p. 111).
O autor divide os nomes de uma língua em dois grandes grupos: os nomes cuja
motivação podem ser recuperada e os nomes cuja motivação não pode ser
recuperada. Aqueles que possuem motivação reconhecida, “[...] parecem ter
motivações de duas origens distintas: uma origem extralinguística e mais complexa e
outra meramente linguística, sistêmica e previsível na própria gramática da língua”
(FERRAREZI JR., 2019, p. 112).
Como bem destaca o autor, há nomes que não possuem uma motivação
reconhecida (em português, temos “mesa”, “cadeira”, “touro” etc.; em Libras, temos
os sinais TER e CONVERSAR, por exemplo) e com motivação reconhecida. Nesse
último caso, a motivação pode ser extralinguística (como no caso, em português, das
metáforas: ex: Ele é fogo!; ou, em Libras, o sinal ÁRVORE) ou sistêmica (como ocorre,
em português, com as palavras derivadas “goiabada”, “cocada” que são formadas
por processos de natureza gramatical; ou, em Libras, com os sinais SENTAR, que é
derivado do sinal CADEIRA).
Ferrarezi Jr. (2019) inclui, entre os nomes formados por natureza
extralinguística aqueles que possuem natureza icônica, “baseada em características
imitáveis dos referentes” (FERRAREZI JR., 2019, p. 112).
A iconicidade, de modo especial, nos interessa para o presente estudo, uma
vez que, como afirma Perniss (2007), a iconicidade participa da estrutura das línguas
de sinais. Sousa (2019; 2022) destaca que, no caso dos nomes próprios, a iconicidade
é muito presente na criação dos sinais em Libras.
Martins (1991) destaca que o nome próprio é mais que um signo linguístico,
“ele é um texto” (MARTINS, 1991, p. 11), o que Ferrerezi Jr. (2019) concorda quando
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afirma que os nomes devem ser estudados do ponto de vista enunciativo e cultural.
Para Martins (1991):
Sem dúvida, o nome, antes de mais nada, é uma palavra que tem um
cunho bastante peculiar. Isto exige que focalizemos o nome próprio
dentro de um contexto maior, a fim de permitir que entremos no mundo
do nome próprio com alguns conceitos essenciais. Não podemos
aceitar a ideia simplória e cartesiana de que o nome é somente um
sinal que marcaria o outro (MARTINS, 1991, p. 11).
E em outro momento o autor, tomando uma visão psicológica, afirma: “o nome
próprio é motivado” (MARTINS, 1991, p. 32). E a motivação se dá, entre outros, por
fatores de ordem cultural (SOUSA, 2019; 2021; 2022). Ferrarezi Jr. (2008) explica que
o estudo semântico relaciona-se “com os fatos culturais representados pela língua
natural” (FERRAREZI JR., 2008, p. 22).
Por esse entendimento podemos afirmar que os nomes próprios nas línguas
de sinais também estão relacionados a uma motivação psicológica e a fatos de ordem
cultural, demandando um ponto de vista semântico para compreensão mais ampla da
nomeação de pessoas em Libras.
4.1 Como nomeamos?
Nomeamos e particularizamos “coisas” sobre as quais temos o poder cognitivo
por meio de ações de significar para identificar, categorizar, delimitar e singularizar
tanto em línguas orais quanto em língua de sinais.
Para esse fim o nomeador (SOUSA, 2017) se utiliza de elementos internos e
externos da língua com o objetivo de refletir e expressar no que foi designado, a
realidade cultural assimilada pela vivência em sociedade. Sendo assim não podemos
interpretar os dados da pesquisa sem considerar outras áreas do conhecimento que
contribuem para a ampliação do olhar sobre os dados.
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Figura 2- Onomástica e a interdisciplinaridade
A pesquisa onomástica dialoga com outras ciências no intuito de abarcar toda
rede de sentidos construída pelo nomeador em sua ação de nomear. Neste caso
estamos tratando de sinais-nome criados por uma surda que não se utiliza da Libras
em uma família de ouvintes, de modo que sendo eu uma pessoa que conhece e
conviveu os contextos da infância, adolescência e parte da vida adulta conheço a
cultura familiar de modo a poder identificar nos sinais o sentido pretendido pela pessoa
surda (minha irmã, Josineide).
A cultura familiar compreende as pessoas que integram a família, os valores,
costumes, lugares de trabalho, cômodos, utensílios, alimentos e histórias da família
para interpretar os sinais em suas relações com as especificidades linguísticas da
Libras e sua relação com a experiência visual da pessoa surda, da cultura surda e do
contexto social dos ouvintes.
5 SINAIS CASEIROS/SINAIS EMERGENTES
Os registros dos sinais caseiros ou emergentes apresentam os mesmos
parâmetros fonéticos da Libras: Configuração de mão, localização, movimento,
direcionalidade da palma da mão e expressões faciais isso não significa que cada
sinal obrigatoriamente tenha que corresponder a todas as 5 unidades mínimas da
Libras, mas que os sinais-nome aqui registrados todos apresentam a configuração de
mão correspondendo a forma como a mão é posicionada.
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Quanto ao movimento, alguns requerem movimento e outros não, como é o
caso do sinal-nome da mãe que é representado pela quina de quebrar castanha
instrumento de trabalho da mãe, nesse contexto percebemos o elemento social e
cultural envolvido na produção do sinal pois apresenta a matéria prima base da
economia familiar, a mãe como participante na atividade de mantenedora da família.
Outro sinal que requer movimento é o de farinha, geralmente os surdos entre
si dão ênfase à visualidade do objeto na criação do sinal, porém Josineide apresenta
uma interpretação na criação do sinal-nome farinha usando no contexto familiar que
é compreender que dificilmente todos os integrantes da família compreenderiam de
imediato, de modo que a estratégia para criação de um sinal-nome rapidamente
compreensível seria atentar para o lugar onde o objeto é guardado e para a posição
e movimento do corpo na atividade de alcançar e pegar o objeto.
Todos os sinais-tem uma localização específica para acontecerem no olho, no
espaço neutro à frente do corpo e acima da altura da cabeça. Todos os sinais também
apresentam a direcionalidade da palma da mão, como por exemplo o sinal pai e avô.
O sinal avô apresenta a palma da mão para dentro, na direção do olho, o sinal de
pai a palma da mão está virada para fora.
As expressões faciais são percebidas no sinal de chuva, pela boca imitando a
intensidade da chuva, o sinal de farinha também apresenta expressão facial na
segunda configuração de mão que sugere colocar na boca e comer, sobre as
expressões também temos o sinal pão com manteiga que sugere o movimento de
passar manteiga no pão levando para a boca que faz força puxando com uma mordida
no pão.
De modo que concordamos que uma língua emergente ou sinal-nome caseiro
também corresponde ao elemento semântico em que podemos visualizar a cultura do
trabalho, da vida doméstica e alimentação da família.
Confirmando a assertiva de (FERRAREZI JR., 2019, p. 111) quando diz que as
línguas funcionam como “depósitos” naturais de conhecimento humano, de modo que
na criação do sinal-nome, a pessoa surda também expressa o que ela sabe sobre o
referente nomeado, de forma que, através da motivação e da iconicidade das línguas
gestovisual e espacial, também é possível identificar os elementos da cultura.
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O estudo revela o pouco recurso que a família tinha para oportunizar a
aquisição de uma língua de sinais na idade ideal e a pouca comunicação estabelecida
com Josineide, tendo em vista que os familiares precisaram que a própria lhes
repetisse o sinal corretamente, de modo que eles compreendiam quando Josineide
sinalizava porém não sinalizavam da maneira de acordo com as configurações que
eles representam, nesse sentido também podemos inferir que assim como existem os
sotaques nas línguas orais, os ouvintes também apresentem sotaques na língua de
sinais que além de ser uma outra língua também é outra modalidade linguística, sendo
a língua portuguesa oral e auditiva e a libras gestovisual e espacial.
O trabalho também apresenta vários elementos educacionais a serem
analisados, porém não pretendendo estender as análises a contextos amplos tendo
em vista que a proposta da pesquisa está centrada no registro dos sinais caseiros.
Figura 3- Pão com manteiga
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OUVINTES
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Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
Figura 4- Farinha
Figura 5- Chuva
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa se revelou muito importante para os estudos linguísticos do curso
de Letras/Português em Guajará-Mirim, tendo em vista que as pessoas surdas
recebem pouco ou nenhum estímulo para aquisição da língua de sinais na idade certa
e também para olharmos com mais atenção para os surdos adultos que abandonaram
os estudos pela falta de oportunidade e, com isso, continuam se comunicando através
dos sinais caseiros que merecem um estatuto linguístico e registro posto que
constituem léxicos capazes de revelar aspectos sociais e culturais da família, da
história do sujeito e da comunidade envolvente.
Precisamos valorizar a comunicação de todos os surdos, que sabem ou não a
Libras, uma vez que são sujeitos históricos e culturais, que para estabelecerem suas
práticas sociais nomeiam e ao nomear significam, categorizam, descrevem com o
corpo o objeto nomeado.
Esta pesquisa também busca conscientizar os educadores e futuros
educadores para estarem atentos aos indivíduos que vivem em Guajará-Mirim como
potencial humano para desenvolvimento de pesquisa visando o conhecimento
científico aliado à ressignificação que valorize essas pessoas e suas capacidades
intelectuais apesar das injustiças sociais presentes nos seus históricos de vida, como
privação linguística, falta de atendimento educacional etc.
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