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TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO REMOTA COM
ÊNFASE NA DEFICIÊNCIA VISUAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 8. Nº 1 - Julho/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
[...] a visão constitui um canal privilegiado de acesso ao mundo,
constituindo a base de uma parte significativa das aprendizagens
humanas. Através da visão as crianças desenvolvem-se e aprendem
naturalmente, sem que tenham que ser ensinadas, unicamente pelo fato
de observarem, explorarem e interagirem com o mundo que as rodeia.
No caso das crianças cegas ou com graves limitações visuais, a
informação visual é inexistente ou recebida de forma fragmentada e
distorcida, o que limita a interação com o ambiente e a extensão e
variedade das experiências, comprometendo as aprendizagens
acidentais e originando atrasos no desenvolvimento motor, cognitivo e
social. (BRASIL, 2008, p.17).
A interferência dos familiares ou cuidadores nas ações cotidianas de crianças
que nasceram sem a visão ou de adultos que perderam a capacidade de enxergar ao
longo de suas vidas, provoca um grande atraso no desenvolvimento da independência
pessoal e social do deficiente. Portanto, é crucial que a pessoa com deficiência visual
seja instigada a buscar a própria autonomia, desde as atividades mais simples, como
se locomover dentro de casa ou escolher a própria roupa, até atividades mais
complexas, como preparar uma refeição ou dar uma volta sozinho na cidade. Na
educação não é diferente, o aluno com limitação no campo visual não deve ser tratado
apenas como um ouvinte, ou ficar preso em métodos ineficazes de extração do
conhecimento.
Para Almeida (2007) capacitar uma criança não é condicioná-la,
transformando-a num ser automatizado, com respostas previsíveis e resultados
esperados. De acordo com estatuto da Pessoa com deficiência, firmado na Lei nº
13.146 de 06 de julho de 2015, Art. 28 incisos II e IX, é responsabilidade do Estado
garantir aos discentes com deficiência:
II – aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir
condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por
meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem
as barreiras e promovam a inclusão plena; IX – adoção de medidas de
apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos,
culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com
deficiência. (BRASIL-2015).
Segundo Bom Husken (2020) o primeiro país a prestar apoio a estes
estudantes foi a França, quando o Rei Luís IX decidiu criar em Paris, no ano de 1254,
a instituição Quinzze-Vingt, que servia de refúgio para 300 franceses que perderam a