Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
PIBID/ PEDAGOGÍA - EDUCACIÓN ESPECIAL
Aline Cristiane da Silva
1
Daniel Chanevy Coimbra
2
RESUMO:
O presente trabalho trata-se de um relato de experiência que tem como objetivo apresentar
minhas vivências no PIBID/Pedagogia - Educação Especial no atendimento educacional
especializado (AEE). Tem como finalidade compreender o processo de aprendizagem e
desenvolvimentos dos alunos público alvo da educação especial partindo da realidade de que
se insere o processo educativo e desenvolver forma de intervenção a partir do pressuposto da
Psicologia histórico cultural. Para alcançar os objetivos propostos, utilizaremos a “abordagem
qualitativa, pois esta possibilita ao pesquisador estudar como um determinado fenômeno se
manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas intenções cotidianas” (Ludke; André, 2014,
p.13). Com base nas análises dos relatórios diários das atividades dos alunos atendidos
constatou-se uma evolução nos aspectos sociais e pedagógicos. evidencia-se aqui a importância
do papel da mediação pedagógica e da educação escolar no desenvolvimento das funções
psíquicas, pois pressupõe-se que, através de mediações culturais planejadas e intencionais, a
escola cria condições para que os estudantes se apropriem dos conhecimentos acumulados pela
humanidade.
Palavras-chave: PIBID; Educação Especial; AEE; Psicologia Histórico-Cultural.
RESUMEN:
El presente trabajo es un relato de experiencia que tiene como objetivo presentar mis
experiencias en Pibid/Pedagogía - Educación Especial en el servicio educativo especializado
(SEE). Tiene como finalidad comprender el proceso de aprendizaje y desarrollo de los alumnos
que son el público objetivo de la educación especial, a partir de la realidad de la que se inserta
el proceso educativo, y desarrollar una forma de intervención basada en el presuposición de la
psicología histórica cultural. Para alcanzar los objetivos propuestos, utilizaremos el "enfoque
cualitativo, ya que permite al investigador estudiar cómo se manifiesta un determinado
fenómeno en las actividades, procedimientos e intenciones cotidianas" (Ludke; André, 2014,
p.13). A partir del análisis de los informes diarios de las actividades de los estudiantes
atendidos, se encontró una evolución en los aspectos sociales y pedagógicos. Aquí se evidencia
la importancia del papel de la mediación pedagógica y de la educación escolar en el desarrollo
de las funciones psíquicas, ya que se asume que, a través de mediaciones culturales planificadas
e intencionales, la escuela crea condiciones para que los estudiantes se apropien de los
conocimientos acumulados por la humanidad.
1
Orientadora. Supervisora do Subprojeto Pibid Educação Especial e-mail: alinecris_pvh@hotmail.com
2
Autor. Acadêmico da Universidade Federal de Rondônia, Campus Jorge Vassilakis. Departamento Acadêmico
de Ciências da Educação e-mail: danielunir2020@gmail.com
126
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
Palabras clave: Pibid; Educación especial; SEE; Psicologia Histórico-Cultural.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata-se de um relato de experiência que tem como objetivo
apresentar minhas vivências no PIBID/Pedagogia - Educação Especial no atendimento
educacional especializado (AEE) e descrever as atividades realizadas, assim como a relevância
do PIBID na formação inicial dos professores a partir do pressuposto da Psicologia histórico
cultural. Com isso, surgiu uma melhor compreensão oriunda de uma relação pedagógica com
alunos público alvo da Educação Especial, professores e Acadêmicos do curso de pedagogia do
campus de Guajará-Mirim/Rondônia.
O PIBID é um programa que oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos
de licenciatura, com objetivo de proporcionar uma “aproximação prática com o cotidiano das
escolas públicas de educação básica e com o contexto em que elas estão inseridas” (Brasil,
2010).
A intenção, segundo o Ministério da Educação (2018), é promover a união das
secretarias estaduais e municipais com as universidades públicas, visando melhorar o ensino
nas escolas públicas municipais e/ou estaduais. Nesse programa, os estudantes podem
desenvolver atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de
um professor da escola.
O Subprojeto PIBID/ Pedagogia - Educação Especial tem como um de suas metas o
planejamento e execução do atendimento educacional especializado de alunos público-alvo da
educação especial, matriculados em duas escolas da rede de ensino municipal.
As atividades propostas são de participação nas reuniões pedagógicas, atividades de
planejamento, reuniões que visem contribuir com o ambiente educacional favorecendo a
implementação de uma parceria colaborativa entre o ensino regular e a educação especial, a fim
de que os licenciandos tenham subsídios para oferecer sugestões e auxílio ao professor de sala
de aula planejando ações educativas em conjunto que colaborem com a escolarização dos
alunos da educação especial. E por fim, a elaboração de planos de atendimento educacional
especializado construído como resultado da parceria colaborativa entre os sujeitos envolvidos
com os alunos.
O presente trabalho está fundamentado nas concepções freireanas sobre formação de
professores. Temática essa, que está associada ao que propõe o PIBID/ Pedagogia - Educação
Especial, onde os acadêmicos do curso de Pedagogia foram inseridos no cotidiano das escolas
127
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
da rede pública, proporcionando-lhes a oportunidade de criação e adaptação de materiais
pedagógicos visando a aprendizagem e a acessibilidade dos estudantes em situação de inclusão
nessas escolas.
O Subprojeto iniciou-se em maio de 2023, com a participação de trinta e dois (33)
integrantes, sendo vinte quatro (24) bolsistas, seis (6) voluntários, três (3) professores
supervisores e uma (1) coordenadora de área. Os bolsistas e voluntários foram encaminhados
para as escolas EMEIEF - Prof. Maria Liberty de Freitas e EMEIEF Irma Hilda, localizadas no
município de Guajará - Mirim, Estado de Rondônia.
Como bolsista do subprojeto, o meu encaminhamento foi ao atendimento educacional
especializado desenvolvido na sala de recurso multifuncional que promove atividades de apoio
em relação à aprendizagem com alguns alunos. Nesse ambiente, interagimos com essas pessoas
conscientes de nossas responsabilidades como mediadores. Sendo assim, procuramos exercitar
nosso olhar prospectivo e direcionar na potencialidade e habilidade que o aluno já demonstra.
No contexto escolar realizamos o plano de intervenção a partir do Pressuposto da
Psicologia Histórico Cultural. Ao realizar as observações dos alunos público-alvo da educação
especial identificando as suas dificuldades e a questão da inclusão desses na escola.
Dessa maneira, é possível relacionar e colocar em prática a teoria estudada ao longo da
graduação e desenvolver um aperfeiçoamento enquanto professor de acordo com as
experiências vivenciadas. Freire (1996, p.12) pontuou sobre essa relação teoria/prática com
outros exemplos como está a seguir:
O ato de cozinhar, por exemplo, supõe alguns saberes concernentes ao uso do fogão,
como acendê-lo, como equilibrar para mais, para menos, a chama, como lidar com
certos riscos mesmo remotos de incêndio, como harmonizar os diferentes temperos
numa síntese gostosa e atraente. A prática de cozinhar vai preparando o novato,
ratificando alguns daqueles saberes, retificando outros, e vai possibilitando que ele
vire cozinheiro. A prática de velejar coloca a necessidade de saberes fundantes como
o do domínio do barco, das partes que o compõem e da função de cada uma delas,
como o conhecimento dos ventos, de sua força, de sua direção, os ventos e as velas, a
posição das velas, o papel do motor e da combinação entre motor e velas. Na prática
de velejar se confirmam, se modificam ou se ampliam esses saberes. Freire (1996,
p.12).
Nessa perspectiva, o presente estudo busca conhecer o contexto educacional,
organização do trabalho pedagógico dos professores das escolas públicas, refletir juntamente
com esses professores sobre os limites e as possibilidades das estratégias de ensino
desenvolvidas e a contribuição do Pibid - Educação Especial no processo de formação da prática
do profissional da ciência da educação.
128
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
Para alcançar os objetivos propostos, utilizaremos a abordagem qualitativa, pois esta
possibilita ao pesquisador estudar como um determinado fenômeno se manifesta nas atividades,
nos procedimentos e nas intenções cotidiana (Ludke; André, 2014, p.13). Além disso,
recorremos ainda à pesquisa documental a fim de identificar legislações que contribuíssem na
compreensão da temática.
Para refletir sobre a nossa prática e respostas para alguns questionamentos, a pesquisa
exploratória de cunho bibliográfico por meio de obras publicadas sobre a teoria Psicologia
Histórico-Cultural (PHC), aos estudos de L. S. Vigotski (1886-1934), A. R. Luria (1902-1977),
A. N. Leontiev (1903-1979), aos estudos de JOHNSON, L. F; YAEGASHI. S. F. R. (2022).
Entende-se que são subsídios teóricos e metodológicos para construção de caminhos, bem como
indica pista para elaboração de prática pedagógica, fornecendo auxílio para proposta de
formação docente e a construção de uma identidade.
REFERENCIAL TEÓRICO
Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(Brasil, 2008) o AEE é colocado como apoio necessário para que os alunos definidos como
Público-Alvo da Educação Especial possam realmente acessar o conhecimento. Especificam,
ainda, que o professor do AEE tem como função identificar, elaborar, produzir e organizar
serviços, recursos pedagógicos de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades
específicas dos alunos incluídos, removendo as barreiras de aprendizagem construindo
possibilidade para que esse aluno aprenda. (BRASIL, 2008, p. 21).
Dessa forma, compreendemos que o professor precisa estar subsidiado tanto teórico
como metodologicamente para que seu ensino, principalmente, com crianças público alvo da
educação especial seja efetivo. Com isso, a Psicologia histórico-cultural apresenta como o
aporte teórico capaz de fornecer aos docentes as ferramentas necessárias para que este obtenha
melhor compreensão acerca do desenvolvimento da criança, bem como conscientizá-lo acerca
de seu papel como agente mediador no processo de educação escolar de forma a contribuir para
o atendimento educacional.
Nessa concepção, a Psicologia histórico-cultural destaca que para compreender a pessoa
com deficiência, precisamos entender primeiramente a pessoa, e depois a deficiência. Sendo
assim, em primeiro lugar temos que entender o desenvolvimento humano e, a partir daí, vamos
entender a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Isso porque, nos baseamos em
Tuleski (2011), que fala dos teóricos como Luria, Leontiev e Vygotsky trazendo informações
129
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
importantes dentro da Psicologia Histórico Cultural referente à Educação Especial.
E com isso, promover o desenvolvimento das funções psicológicas superiores
possibilitando assim o desenvolvimento cultural, porque as FPS que é a memória, habilidade
de leitura e escrita, etc. Elas são desenvolvidas culturalmente, ou seja, precisam de uma
mediação.
Nesse sentido, a mediação realizada pelos adultos permite que processos psicológicos
mais complexos se configurem. A partir dessas interações, é possibilitado ao ser humano
apropriar-se do conhecimento e se desenvolver. (Leontiev, 2005). Evidencia-se a importância
de uma ação pedagógica organizada ao relatar sobre crianças que evidencia atraso no
desenvolvimento mental com dificuldade para aprender que quando submetida a condição
adequada ou a métodos especiais de ensino ela apresenta progresso extraordinário que consegue
superar o atraso.
O professor pode ser um importante coadjuvante do processo de ensino e aprendizagem,
ao realizar as mediações necessárias, através de vários instrumentos de ensino e prática
pedagógica adequada que propiciem as zonas de desenvolvimento próximo.
Os seus conceitos de mediação pedagógica e semiótica, de ZDP - entre outros -
valorizam e dignificam o papel de quem intervém e nos mostram a importância da linguagem
no desenvolvimento do indivíduo, das inter-relações, da dialogia, do que e como se fala na
prática de intervenção. (Costa, 2006).
Com base na exposição realizada até aqui acerca do papel da educação escolar para o
desenvolvimento e para a transformação da sociedade, que privilégio temos de remover
barreiras de aprendizagem desses alunos que independente de sua condição e que tem potencial
para aprender. Como diria Vygotsky, que uma pessoa com deficiência ela não é menos
desenvolvida que outras. Mas sim, ela apenas precisa de um caminho diferenciado. E quem,
possibilita esse caminho diferenciado, somos nós os mediadores da aprendizagem que creem
que cada um que está fazendo parte desse Subprojeto PIBID/ Pedagogia - Educação Especial
poderá ser um construtor de pontes, pois as barreiras estão na vida dessas pessoas. Se cada
mediador possibilitar a derrubada dessas barreiras, as pessoas com necessidades especiais
podem ser protagonistas de suas próprias histórias, sendo incluídas no contexto social.
METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos propostos, utilizaremos a abordagem qualitativa, pois esta
possibilita ao pesquisador estudar como um determinado fenômeno se manifesta nas atividades,
130
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
nos procedimentos e nas intenções cotidiana (LUDKE; ANDRÉ, 2014). Além disso,
recorremos ainda à pesquisa documental a fim de identificar legislações que contribuíssem na
compreensão da temática.
Para refletir sobre a nossa prática e respostas para alguns questionamentos, a pesquisa
exploratória de cunho bibliográfico por meio de obras publicadas sobre a teoria Psicologia
Histórico-Cultural (PHC), aos estudos de L. S. Vygotsky (1886-1934), A. R. Luria (1902-1977)
e A. N. Leontiev (1903-1979), Johnson (2022) são subsídios teóricos e metodológicos para
construção de caminhos, bem como indica pista para elaboração de prática pedagógica,
fornecendo auxílio para proposta de formação docente e a construção de uma identidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Compreende-se que o licenciando precisa ter clareza quanto à fundamentação teórica
que subsidiará sua prática, ou seja, deve se apropriar de ferramentas teóricas e metodológicas
consistentes que conduzam suas ações de forma consciente e intencional. Um professor
desprovido de tais recursos incorre no risco de comprometer a educação escolar do aluno e seu
processo de humanização, principalmente, quando temos como protagonistas alunos no
contexto da educação inclusiva.
Dessa forma, através de leituras e discussões de referenciais teóricos educacionais,
estamos conhecendo e aprendendo as questões da análise do processo de ensino-aprendizagem
e desenvolvimento, execução e avaliação de estratégias de aprendizagem, integrando teoria e
prática, e o uso de diferentes recursos pedagógicos que removam as barreiras para a
aprendizagem dos alunos incluídos.
Com base nos estudos e observações, ações voltadas para as adequações curriculares
foram planejadas e adotadas para tornar o currículo regular mais apropriado aos alunos com
necessidades educacionais especiais, criando, assim, possibilidades educacionais de atuar frente
às dificuldades de aprendizagem dos alunos. As adequações são medidas pedagógicas que
podem abranger vários âmbitos, como projeto pedagógico da escola, da sala de aula, das
atividades e, quando necessário, deve ser aplicado ao aluno individualmente.
Foram desenvolvidas diversas atividades em grupos e em duplas as atividades no AEE
foram de complementar e/ou suplementar a formação dos alunos visando seu desenvolvimento
cognitivo, motor, social e emocional, dentre os resultados obtidos nas primeiras atividades com
base nas observações e na análise dos relatórios diários constatou-se uma evolução
gradativamente nos aspectos sociais e pedagógicos.
131
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
Segundo Tuleski (2011) destaca que, na concepção de Luria um grande estudioso da
Psicologia Histórico - Cultural, constatou que a superação das dificuldades apresentadas pelas
crianças, seja de corrida de causas orgânicas ou pedagógicas, pode ser superada a partir de um
ensino sistematizado, adequado e organizado.
Foi possível constatar, que os alunos adquiriram o conceito do alfabeto português do
Brasil, nomeiam as letras do alfabeto e recita-o na ordem das letras. Na linguagem oral
ampliaram seu repertório linguístico, articulando corretamente algumas palavras. Reconhecer
quando é chamado por seu nome e reconhecer os nomes de pessoas com quem convive,
conhecer e manipular materiais impressos e audiovisuais em diferentes portadores (livro,
revista, gibi, jornal, cartaz, tablet). Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e
comunicação.
Nesse sentido, a PHC postula que instrumentos e signos são, portanto, mediadores
no processo de desenvolvimento do psiquismo humano, haja vista que esse não
ocorre de forma direta. Assim, pode-se compreender que a relação estabelecida
entre o sujeito e o mundo é mediada tanto por instrumentos quanto por signos
(Johnson, 2022, p.56).
Ainda foi possível observar que os alunos participam das atividades propostas em
grupos opinando, dialogando e interagindo, demonstra interesse conseguindo se manter atento
durante a realização das mesmas, interagir com o professor e colegas, realizar as atividades
sozinho e quando tem dúvidas recorre ao professor, explorar espaços, materiais, objetos e
brinquedos adaptando-se ao convívio social respeitando regras básicas de convívio social nas
interações e brincadeiras.
A partir dessas interações, é possibilitado ao ser humano apropriar-se do
conhecimento e se desenvolver Vygotsky destaca a importância da ZDP, pois
considerava que aquilo que a criança conseguia executar com ajuda dos outros era
muito mais indicativo de seu desenvolvimento mental do que conseguia fazer sozinha.
(Johnson, 2022 p. 49).
É importante ressaltar também que algumas intervenções tiveram resultados muito
positivos, outras se deram de forma mais lenta. A partir da inserção da criança no ensino
sistematizado, o desenvolvimento não se dá de forma linear e nem como acúmulo quantitativo
de informação e habilidades. Nessa questão, é preciso compreender esse desenvolvimento
dialeticamente, com avanços e retrocessos, saltos e recuos em decorrência das atividades
apresentadas pelo docente (Tuleski,2018).
O desenvolvimento é mais lento que os processos de aprendizagem e que apesar de
132
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
estarem intimamente ligados, não ocorrem paralelamente. Quando a criança alcança um nível
no aprendizado escolar, como por exemplo, as letras do alfabeto, isso não significa um estágio
completo e sim que ela adquiriu bases para um desenvolvimento posterior de construção de
sílabas e palavras.
Dessa forma, evidencia-se aqui a importância do papel da mediação cultural e da
educação escolar no desenvolvimento das funções psíquicas, pois pressupõe-se que, através de
mediações culturais planejadas e intencionais, a escola cria condições para que os estudantes se
apropriem dos conhecimentos acumulados pela humanidade. A educação escolar a partir da
organização adequada do ensino, pode produzir desenvolvimento (Vygotsky,2009).
Dessa forma, teremos de fazer intervenção assertiva proativa porque nossa forma de
olhar a pessoa publico-alvo da educação especial é um olhar prospectivo no sentido de que o
aluno tem potencial. Isso que acreditamos que a partir do momento que aplicamos os métodos
adequados para esses alunos eles podem aprender, não é que Vygotsky, Leontiev, Luria estejam
negando a deficiência ela continua ali mas não é algo que deixa a pessoa numa condição
estática, ele pode sim aprender e se desenvolver.
CONCLUSÕES
Concluímos que, a nossa ação no Subprojeto Pibid - educação especial irá nos ajudar a
construir um instrumental que ajude os professores em sala de recurso a identificar as
necessidades educacionais especiais dos alunos incluídos e trabalhar com elas. Neste sentido,
cabe destacar que o subprojeto Pibid - educação especial é de suma importância para o processo
de formação da prática do profissional da ciência da educação, e por isso que devemos analisar
e colocar em prática, pois podem estimular a futura prática docente e incentivar a busca de
novos caminhos que possibilitem o desenvolvimento dos estudantes, fazendo da inclusão um
caminho concreto, principalmente, no contexto do nosso município de Guajará-Mirim/RO.
REFERÊNCIAS
ANTONIOLI, L. D; SILVA, P. B da. Mediação é desenvolvimento infantil pelas lentes da
Psicologia Histórico Cultural. Disponível em:
https://www.unipar.br/documentos/518/Mediacao_e_Desenvolvimento_Infanti_
pelas_Lentes_da_Psicologia_Historico_Cultural.pdf. Acesso em 29 Outubro. 2023.
___. Os princípios do desenvolvimento mental e o problema do atraso mental. In: LEONTIEV,
A. N. et al. Psicologia e pedagogia: bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento.
São Paulo: Centauro, 2005. p. 87 - 106.
___. Obras escogidas V: Fundamentos de Defectologia. Madrid: Visor, 1997.
133
PIBID/ PEDAGOGIA - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
BRASIL. Polícia Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Brasília: MEC/SEESP, 2008. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-
br/media/publicacoes/semesp/politica.pdf. Acesso em: 29 Outubro de 2023.
BRASIL. decreto nº 7.219, de 24/05/2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência - PIBID e outras providências. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007 2010/2010/decreto/d7219.htm.Acesso em 29
Outubro de 2023.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25 ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
JOHNSON, L. F; YAEGASHI. S. F. R. Necessidades educacionais especiais dos estudantes
com deficiência intelectual: identificação, política e prática. Curitiba: Juruá, 2022.
PIBID Apresentação. Ministério da Educação, 2018. Disponível em: PIBID - Ministério da
Educação (mec.gov.br) Acesso em 29 Outubro. 2023.
SOBRAL, R. da S. A; NASCIMENTO. L. de S. Contribuição da Psicologia Histórico
cultural para crianças com TEA: um estudo sobre afetividade. In: VI Seminário Nacional de
Educação Especial/XVII Seminário Capixaba de Educação Inclusiva. v. 3 n. 3 (2020).
Comunicação Oral - Eixo 4 Atendimento Educacional Especializado. Disponível em: Anais do
Seminário Nacional de Educação Especial e do Seminário Capixaba de Educação Inclusiva
(ufes.br). Acesso em 29 Outubro. 2023.
TULESKI, S. C. A relação entre texto e contexto na obra de Luria: apontamentos para uma
leitura marxista. Maringá, EDUEM, 2011.