SABERES E PRÁTICAS AO FAZER PEDAGÓGICO: A IMPORTÂNCIA
DA CARTOGRAFIA NO ESPAÇO ESCOLAR PARA ALUNOS DAS
SÉRIES INICIAIS
KNOWLEDGE AND PRACTICES WHEN DOING PEDAGOGY: THE IMPORTANCE OF
CARTOGRAPHY IN THE SCHOOL SPACE FOR STUDENTS IN THE EARLY GRADES
CONOCIMIENTOS Y PRÁCTICAS AL HACER PEDAGOGÍA: LA IMPORTANCIA DE
LA CARTOGRAFÍA EN EL ESPACIO ESCOLAR PARA LOS ESTUDIANTES DE LOS
PRIMEROS GRADOS
Maricarla Brito Moreno
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RESUMO:
Este ensaio tem como objetivo apresentar um diálogo sobre a cartografia no espaço escolar para
alunos das séries iniciais a partir de leituras bibliográficas e análises literárias. Nesse caminho
buscaremos esclarecer de forma conceitual como ocorre o processo de desenvolvimento das
práticas pedagógicas, seus avanços e dificuldades em trabalhar a cartografia no espaço escolar.
O instrumento principal para a elaboração deste estudo e coleta de informações, foram as
pesquisas bibliográficas e análise conceitual. Para a fundamentação desta pesquisa utilizaremos
dos estudos de ALMEIDA (2010) que fala sobre Cartografia na escola, apresentando questões
conflitantes na educação das séries iniciais; PASSINI (2012), que discute em sua obra os
processos de construção de conhecimentos conceituais e os procedimentos que desenvolvem
habilidades para que o aluno faça a leitura do mundo a partir de suas próprias representações;
PIAGET (1993) que discute como se a representação do espaço para a criança, suas
principais características que compõe este processo de desenvolvimento. Desta forma
entendemos que a educação geográfica com a utilização da cartografia e seus recursos é
fundamental não para o desenvolvimento das aprendizagens socioambientais, como também,
para a noção de lugar, paisagem, lateralidade, espaço e tempo, tendo em vista que são crianças
no início do processo de sua escolarização.
Palavras chaves: Práticas Pedagógicas; Cartografia; Geografia.
RESUMEN:
Este estudio tiene como objetivo presentar un diálogo sobre la cartografía en el espacio escolar
para estudiantes de los grados iniciales a partir de lecturas bibliográficas y análisis literarios.
En este camino, buscaremos esclarecer de manera conceptual cómo se da el proceso de
desarrollo de prácticas pedagógicas, sus avances y dificultades en el trabajo con la cartografía
en el espacio escolar. El principal instrumento para la elaboración de este estudio y la
recolección de información fue la investigación bibliográfica y el análisis conceptual. Para
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Graduada em Letras pela Universidade Federal de Rondônia UNIR, Campus de Guajará-Mirim/RO.
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia UNIR, Campus de Guajará-Mirim/RO. Email
maricarla07@live.com
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sustentar esta investigación, utilizaremos estudios de ALMEIDA (2010) que hablan de
Cartografía en la escuela, presentando cuestiones conflictivas en la educación en los grados
iniciales; PASSINI (2012), quien discutió en su trabajo los procesos de construcción de
conocimiento conceptual y los procedimientos que desarrollan habilidades para que el
estudiante lea el mundo a partir de sus propias representaciones; PIAGET (1993) quien analiza
cómo se representa el espacio para los niños, sus principales características que configuran este
proceso de desarrollo. De esta manera, entendemos que la educación geográfica con el uso de
la cartografía y sus recursos es fundamental no sólo para el desarrollo del aprendizaje
socioambiental, sino también de la noción de lugar, paisaje, lateralidad, espacio y tiempo,
considerando que son niños en el inicio del proceso escolar.
Palabras clave: Prácticas Pedagógicas; Cartografía; Geografía.
INTRODUÇÃO
Este estudo sobre os Saberes e práticas ao fazer pedagógico: a importância da cartografia
no espaço escolar para alunos das séries iniciais, visa dialogar sobre as práticas pedagógicas
cartográficas dos professores de Geografia que atuam na educação infantil, tendo em vista, a
importância dos estudos Geográficos da cartografia de forma didática e interativa para o pleno
desenvolvimento dos alunos.
A Geografia nos estudos cartográficos está presente em várias partes do cotidiano social,
nos ajuda a refletir sobre a sociedade contemporânea, pois, ela não se limita a questões
territoriais, políticas, econômica e entre outras, mas também ela está presente no
desenvolvimento das crianças desde os anos iniciais até ao ensino médio potencializando seus
conhecimentos em todas as áreas da educação escolar tornando-se autônomo capaz de
compreender o espaço a sua volta.
O espaço escolar é um dos lugares mais importantes para essa imensidão de descobertas,
aprendizagens e desenvolvimentos dos alunos e incluir a cartografia no currículo da educação
infantil trazer à discussão da cartografia na escola, e abordar como os conceitos e práticas estão
sendo construídas é mais um grande aliado para o pleno desenvolvimento dos alunos da
educação infantil e consequentemente também dos outros segmentos como, fundamental I,
fundamental II e ensino médio.
O objetivo geral deste artigo é construir um diálogo sobre a importância da cartografia
no espaço escolar para alunos da educação infantil a partir de estudos bibliográficos. Para dar
suporte a esse diálogo de conhecimento. Nesse caminho buscaremos esclarecer de forma
conceitual como ocorre o processo de desenvolvimento das práticas pedagógicas, seus avanços
e dificuldades em trabalhar a cartografia no espaço escolar.
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Para a fundamentação deste artigo utilizaremos dos estudos de Almeida, (2010). que
discute sobre Cartografia na escola, apresentando questões conflitantes na educação das séries
iniciais, a importância do desenvolvimento das leituras dos mapas já na educação infantil, pois,
ela afirma que é a partir do desenho que a criança pode desenvolver as relações tão necessárias
para ter a noção de lugar, espaço, tempo, lateralidade e escala; Passini, (2012), que discute em
sua obra os processos de construção de conhecimentos conceituais e os procedimentos que
desenvolvem habilidades para que o aluno faça a leitura do mundo a partir de suas próprias
representações; Piaget (1993), que discute como se a representação do espaço para a criança,
suas principais características que compõe este processo de desenvolvimento.
A questão problematizadora da pesquisa: Como ocorre esse processo de
alfabetização cartográfica nas salas de aulas? Como as crianças representam o espaço
geográfico através da cartografia?
O artigo será apresentado da seguinte forma, metodologia, tendo em vista que este
estudo foi construído a partir de estudos bibliográficos, desta forma os resultados obtidos
também foram desenvolvidos a partir das leituras de autores e estudiosos na área.
METODOLOGIA
Este artigo foi desenvolvido em um primeiro momento a partir de estudos bibliográficos
como em livros, artigos e sites, onde foram aprofundados conceitos sobre cartografia na escola,
práticas pedagógicas, epistemologia e desta forma dando suporte aos conceitos trabalhados
contribuindo assim para a sua construção.
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível,
decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos,
teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas trabalhados por outros
pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a
serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos
estudos analíticos constantes dos textos. (Severino, 2007. p. 122).
em segundo momento foi realizado para a coleta de dados e informações uma análise
literária dos estudos.
Como fundamentação teórica nos aprofundaremos nos estudos Almeida (2010) que
discute sobre Cartografia na escola, apresentando questões conflitantes na educação das séries
iniciais, a importância do desenvolvimento das leituras dos mapas já na educação infantil, pois,
ela afirma que é a partir do desenho que a criança pode desenvolver as relações tão necessárias
para ter a noção de lugar, espaço, tempo, lateralidade e escala; Passini (2012, 2007, ), que
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discute em sua obra os processos de construção de conhecimentos conceituais e os
procedimentos que desenvolvem habilidades para que o aluno faça a leitura do mundo a partir
de suas próprias representações; Piaget (1993), que discute como se a representação do
espaço para a criança, suas principais características que compõe este processo de
desenvolvimento.
CRIANÇA, ESPAÇO E ENSINO
Sobre a educação infantil, nos últimos anos a uma crescente consolidação a concepção
que vincula a ideia de cuidar e educar, sendo dois processos indissociáveis do ensino
educacional, potencializando assim a aprendizagem e o desenvolvimento do ensino das
crianças. Para isso, a instituição precisa conhecer e trabalhar com as culturas plurais levando
em consideração todo o conhecimento que cada criança traz com sigo. As Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB no 5/2009)27, em
seu Artigo 4º, definem a criança como:
Sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e
a sociedade, produzindo cultura (Brasil, 2009).
Desta forma o trabalho do educador mediante ao seu fazer pedagógico é refletir,
selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas pedagógicas
promovendo o pleno desenvolvimento das crianças. Assegurando-lhes os direitos de conviver,
brincar, participar, explorar-se, expressar-se e conhecer-se. Brasil, (2018).
A Base Nacional Comum Curricular-BNCC, em uma de suas estruturas sobre os campos
de experiências apresenta um ponto muito relevante para esse diálogo que se refere sobre o
corpo, gestos e movimentos, que é com o corpo que as crianças exploram o mundo, o espaço e
os objetos do seu entorno, estabelecendo as diversas relações, expressam-se, brincam e
produzem conhecimento sobre si e sobre o outro, tornando-se progressivamente, conscientes
dessa relação de corporeidade.
O domínio do espaço pelo o homem é influenciado por dois fatores o primeiro é a
psicofisiologia que se trata do estudo que analisa o comportamento dos seres humanos e a
organização dos seus processos (mente e corpo), e o segundo é os socioculturais que se trata
dos aspectos ou fenômenos de grupos sociais, desta forma as experiências espaciais e suas
consequências são as mesmas para todos os homens. Pechêuz, (1990). Segundo ela, o
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desenvolvimento do ser humano acontece de forma prematura, de certas competências do
domínio espacial, mediante a situações favoráveis. Desta forma a autora afirma que as
interações biológicas e sociais são fundamentais para o desenvolvimento espacial da criança,
sendo que a individualidade espacial varia muito.
O esquema corporal é a base cognitiva para a delimitação da exploração do espaço,
dependendo tanto das funções motoras quanto da percepção espacial. A construção da
consciência do corpo é um processo lento que segue aa adolescência, quando acontece a
elaboração completa do esquema corporal, amadurecimento do sistema nervoso, a relação eu-
mundo e a interpretação que a criança faz de si e do mundo.
Outra característica importante para o desenvolvimento espacial da criança tem relação
com o esquema corporal da criança, no predomínio de um lado do corpo, esse domínio
apresenta uma melhor habilidade em uma das mãos, em um dos olhos, em um lado das pernas
e um do lado dos pés, o que resulta em que a uma divisão no espaço em duas assimetrias, divisão
essa que será fundamental para a origem da análise do espaço e sua percepção. Nesse contexto
trata-se de um processo de lateralidade tanto do corpo quanto do espaço, baseada
principalmente pelo corpo, pois o corpo tem lados e partes, com funções distintas, mas que
atuam sobre o meio permitindo assim um domínio espacial pela ação e pelo movimento.
Para uma abordagem mais ampla sobre a evolução da inteligência humana segundo
Piaget (1993), não realizou seus estudos considerando a educação própria em si, mas sim o
desenvolvimento mental, bem como estruturas lógicas para a formação da inteligência e do
conhecimento humana para a construção do espaço desde os primeiros dias de vida passando a
adolescência até a fase adulta, em um processo infinito, pois para ele a inteligência humana é
um processo de construção.
A princípio a construção do espaço atrela-se a um espaço sensório-motor ligada à
percepção e à motricidade. Desta forma o espaço sensório-motor dos diversos espaços
orgânicos anteriores, como postural, bucal, tátil, locomotor e entre outros. Para Piaget (1993),
o espaço sensório-motor não é construído por simples reflexos, mas sim uma interação entre o
organismo e o meio ambiente, na qual, o sujeito se organiza e se adapta progressivamente em
relação ao objeto. Desta forma a construção do espaço passa a ser representativa, coincidindo
com o aparecimento da imagem e do pensamento simbólico.
A gênese da orientação espacial no corpo está no corpo e é a partir dele que em primeiro
lugar os referenciais de localização devem ser determinados, Almeida (2010). É importante
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apresentar esses fundamentos sobre a gênese da orientação espacial, com o objetivo de
esclarecer pontos da geografia referentes a localização e orientação para uma reflexão da
cartografia escolar.
CARTOGRAFIA E O ESPAÇO ESCOLAR
A cartografia é a ciência que estuda as representações cartográficas como os mapas,
cartas, plantas, paisagismo sendo uma das áreas da geografia mais importante. Permitindo
também realizar estudos de gráficos referentes a economia, política, cultura e tecnologia.
A Cartografia é definida como sendo disciplina que envolve a arte, a ciência e a
tecnologia de construção e uso de mapas, favorece a criação e manipulação de
representações geoespaciais visuais ou virtuais, permite a exploração, análise,
compreensão e comunicação de informações sobre aquele recorte espacial.
(MENEGUETTE,2012,p.7).
Desta forma podemos observar que a cartografia é fundamental para o estudo da
geografia, pois, está em quase tudo que utilizamos nos dias atuais, inseridas nos currículos dos
professores de geografia como também nos conteúdos da educação básica. Mas entendemos
que a cartografia não pode ser vista necessariamente como somente um conteúdo que deve ser
lecionado dentro da sala de aula, e sim ser adaptada a todo o contexto escolar levando em
consideração principalmente os saberes de cada aluno e as diversidades socioculturais em
especial em nossas escolas do município de Guajará-Mirim/RO fronteira com a Bolívia.
Segundo Almeida e Passini (1994), fala que a alfabetização cartográfica serve para que
uma pessoa, neste caso as crianças, tenham a possibilidade de ler e compreender um mapa, se
localizar e organizar espacialmente com a finalidade de desenvolver sujeitos autônomos. O
estudo cartográfico tem um papel fundamental para o desenvolvimento dos alunos das séries
iniciais, pois é ele que irá contribuir não só pelo fato de apresentar questões conceituais para os
professores e aos alunos, mas também irá favorecer o desenvolvimento dos alunos a partir das
noções de espaço, lugar, tempo e lateralidade. Segundo Almeida (2010), é função da escola
preparar o aluno para compreender a organização espacial da sociedade, o que exige o
conhecimento de técnicas e instrumentos necessários à representação gráfica dessa organização.
A alfabetização cartográfica é uma proposta de transposição didática da Cartografia
básica e da Cartografia temática para usuários do ensino fundamental, em que se
aborda o mapa do ponto de vista metodológico e cognitivo. Ela é uma proposta para
que os alunos vivenciem as funções do cartógrafo e do geógrafo, transitando do nível
elementar para o nível avançado, tornando-se leitores eficientes de mapas. O aluno-
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mapeador desenvolve habilidades necessárias ao geógrafo investigador: observação,
levantamento, tratamento, análise e interpretação de dados. O espaço lido e mapeado
é ressignificado (PASSINI, 2007, p. 147).
Para que entendamos a cartografia o leitor tem que estar preparado para usufruir da
comunicação cartográfica, é preciso ficar atento as representações do mundo, das proporções
que as compõem dentro do ambiente em que vivemos, no qual ocorre pela ação que se dá pela
descoberta do próprio corpo, da percepção de nossa existência e de que nos diferenciamos do
ambiente ao nosso redor.
O aluno ao ingressar na escola, através da geografia, mais especificamente da
cartografia, que ele começa a criar sua consciência espacial, passando a entender o ambiente
físico e a participar de atividades que envolvem a leitura e a produção de mapas (Almeida,
2010). Sendo assim a Geografia escolar mais especificamente a cartografia é um instrumento
na vida do aluno que vai para além da escola, vai para a realidade da criança.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Minha proposta, a aproximação da infância com a cartografia, a partir principalmente
da corporeidade das crianças pequenas, é uma representação impregnada de símbolos espaciais,
carregadas de referências e sentidos culturais da mesma forma que ocorre em outras linguagens.
A linguagem cartográfica é fundamental para o estudo da Geografia, pois permite ao aluno de
todos os segmentos escolares, ampliar a sua compreensão dos fenômenos e dos processos
naturais e culturais, contribuindo a longo prazo para as práticas sociais e a cidadania. A BNCC,
fala que na educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe
privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a
liberdade, e não para a submissão. (BRASIL, 2018).
Desta forma, é necessário que a instituição escolar promova aos seus alunos
oportunidades ricas para que as crianças possam, sentir-se entusiasmada pelo espírito lúdico e
na interação com seus pares para explorar e vivenciar um vasto repertório de movimentos,
gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir os vários modos de ocupação e uso
do espaço com o corpo.
Outro ponto que foi observado diante das leituras é que a cartografia escolar não pode
ser tratada de modo abstrato, partindo de produtos prontos, veiculados em diferentes materiais
didáticos, é preciso que o aluno construa o conceito de mapa, o que é um e como produzir um
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mapa, pois a cartografia mostrará caminhos e descaminhos para uma aquisição do espaço da
criança.
Também é importante o professor se atentar a metodologia de ensino não cabendo
apresentar discursos e materiais prontos, pois a construção de conceitos exige do professor
diferentes situações, nas quais um problema extingue o aluno desafiando suas estruturas de
pensamento.
A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico,
dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O saber que a prática docente
espontânea ou quase espontânea, desarmada, indiscutivelmente produz é um saber
ingênuo, um saber de experiência feito, a que falta a rigorosidade metódica que
caracteriza a curiosidade epistemológica do sujeito (FREIRE. 2021, p. 39).
Por isso é que, na formação dos professores, o momento fundamental é a reflexão crítica
sobre o fazer pedagógico. É pensando criticamente a prática de hoje ou a de ontem que se pode
melhorar as práticas futuras. (Freire. 2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo bibliográfico realizado nos apresentou uma clareza da importância da
cartografia para o desenvolvimento da criança no processo de alfabetização, um conjunto de
operações mentais, auxiliando desta forma a capacidade da criança em desenvolver seu
pensamento autônomo. Lurçat (1979, p. 23) acrescenta em seus estudos que o conhecimento do
próprio corpo procede do conhecimento do espaço e ao mesmo tempo o torna possível.
A leitura e a interpretação cartográfica, assim como a interpretação de textos e imagens,
são instrumentos fundamentais para a compreensão do mundo que nos cerca é também uma das
principais linguagens da Geografia.
Portanto, é na infância que a noção das coordenadas espaciais se origina. O desenho de
uma criança de uma personagem não é apenas um desenho, pois traz em si a origem da
cartografia. A Geografia cartográfica ocupa o espaço de ensinar a criança a refletir, pensar e ler
o espaço, distinguir os lugares, paisagens através de um olhar diferenciado do senso comum,
onde a cartografia apresenta uma qualidade de ensino que envolve a teoria e a prática.
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