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MORFOLOGIA E O ENSINO DE ENSINO DE LÍNGUA MATERNA:
ENFOQUE NUMA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO SUBSTANTIVO EM SALAS
VIRTUAIS DE LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOL
Revista Culturas & Fronteiras - Volume 5. Nº 9 - Dezembro/2023
Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas - GEIFA /UNIR
Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/index
reconhecidos como responsáveis por alterar significativamente metodologias, objetos de
investigação e pressupostos teórico-práticos, culminando numa mudança de paradigma dentro
dos chamados “laboratórios acadêmicos”. Damos destaque para Saussure (1857-1913),
considerado o pai da linguística moderna. Ele foi um dos primeiros a demonstrar que a língua
reflete a cultura humana desde os seus primórdios. Com ele, a linguística ganhou autonomia
como ciência. Entendia-se a linguística como um ramo da ciência mais geral dos signos, e
propôs que fosse chamada de Semiologia. Apresentou a noção do signo linguístico como a
associação de um conceito, chamado significado, a uma imagem acústica chamada significante.
Além de Ludwig Wittgenstein (1889-1951), um dos filósofos mais influentes do século XX,
reconhecido como o principal responsável por apresentar uma guinada da filosofia, cuja teoria
colocou a linguagem no centro da reflexão filosófica, deixando de figurar apenas como um
mecanismo para nomear as coisas ou transmitir pensamentos. As contribuições de Mattoso
Câmara (1904-1970), no Brasil, foram importantíssimas, conforme podemos perceber, quando
declara que:
o termo gramatical «flexão» é a tradução do alemão Biegung «flexão, curvatura»,
introduzido pelo velho filólogo Friedrich Schlegel (1772-1829) no seu livro clássico
de 1808, Sobre a língua. e filosofia dos hindus, para indicar que um dado vocábulo
«se dobra» a novos empregos. Apresenta-se em português sob o aspecto de
segmentos fônicos pospostos ao radical, ou sufixos. São os sufixos flexionais, ou
desinências, que não se devem confundir com os sufixos derivacionais, destinados a
criar novos vocábulos. ( Câmara Jr, 1970, p. 81)
E um dos mais antigos, o gramático latino Varrão (116 a.C - 26 a.C) distinguia entre
o processo de derivativo voluntário, que cria novas palavras, e a derivatio naturalis, para
indicar modalidades específicas de uma dada palavra.
Assim, desde Varrão, há cerca de quase dois mil anos, já se estudava o substantivo
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,
uma área fundamental da Morfologia Nominal, sem evidentemente, falarmos no estudo dele (o
nome) em outras línguas mais antigas como as línguas suméria, hindu , grego ou o estudo da
gramática sobre o sânscrito, por exemplo. Ao citarmos esses autores, com as respectivas datas
de nascimento e morte, temos o intuito de apenas demonstrar que há séculos estuda-se a
morfologia do nome substantivo. E não nos esqueçamos de que a Língua Portuguesa e a Língua
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Neste artigo, usaremos a palavra nome substantivo, proposta por Mattoso Câmara, quando tratou do estudo da
flexão do substantivo em seu livro Estrutura da Língua Portuguesa, em 1970. Como não se trata de um trabalho
exaustivo sobre metalinguagem morfológica, não vamos fazer um aprofundamento detalhado sobre o uso do
termo, pois além de substantivo, encontramos também: nome, vocábulo, lexema, nome substantivo.