Aparando vidas: memória e vivências entretecidas por parteiras remanescentes de quilombolas no Rio Guaporé/RO

Autores

  • Joely Coelho Santiago Universidade Federal do Acre
  • Hélio Rodrigues da Rocha Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.1.6827

Palavras-chave:

História, Memória, Narrativas orais, Parteiras, Rio Guaporé

Resumo

A arte de aparar vidas envolvia e envolve cuidados entre mulheres (casadas ou viúvas) que se auxiliaram numa época em que a medicina oficial ainda não havia sido alcançada. Trata-se de saberes ancestrais comuns ao universo feminino durante os processos de partejamentos, no caso deste estudo, a região do rio Guaporé/RO. O presente estudo se justifica mediante a possibilidade de proporcionar registro de saberes acumulados, narrados por parteiras remanescentes de quilombolas. Para essa empreitada, fora realizada uma pesquisa bibliográfica e etnográfica com abordagem qualitativa e fundamentação teórica entretecida entre Hampâté Bâ (1982); Benjamin (1987); Paes Loureiro (2015); Portelli (2016); Le Goff (2013); Moura (1994); Hirata; Kergoat (2020); Shumaher; Brazil (2007); Priore (2004), dentre outros/as. Por meio da aplicação de algumas concepções desses estudiosos/as, contemplamos fatos de memória e vivências outras dos sujeitos e sujeitas dos rincões amazônicos em tela.

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Publicado

13/07/2022

Como Citar

Coelho Santiago, J., & Rodrigues da Rocha, H. (2022). Aparando vidas: memória e vivências entretecidas por parteiras remanescentes de quilombolas no Rio Guaporé/RO. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 15(1), 120–134. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.1.6827