Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://periodicos.unir.br/index.php/igarape <p><strong>ISSN 2238-7587</strong></p><p><strong>IGARAPÉ (QUALIS B-1) </strong>é uma revista do grupo de pesquisa LITERATURA, EDUCAÇAO E CULTURA: CAMINHOS DA ALTERIDADE do Programa do Mestrado Acadêmico em Estudos Literários da Universidade Federal de Rondônia. Sua periodicidade é semestral e constitui-se de matérias científicas, criativas e técnicas sob a forma de artigos e resenhas na área de Ciências Humanas e sociais, que promovam discussões sobre diversidade, multiculturalismo e descolonização tanto da Amazônia, quanto de outras regiões do mundo que foram submetidas ao processo imperialista.</p> Editora da Fundação Universidade Federal de Rondônia pt-BR Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé 2238-7587 Editorial https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7780 <p>Editorial do dossiê&nbsp; “<strong>Literatura infantojuvenil contemporânea, Letramento literário e Amazônia – caminhos analíticos e metodológicos</strong>”,&nbsp; organizado pelas professoras doutoras Maria de Fátima Castro de Oliveira Molina (UNIR, Brasil), Iza Reis Gomes (UFAC/UNIR/IFRO, Brasil) e Queila Barbosa Lopes (UFAC, Brasil), o qual reúne pesquisas, por meio dos artigos, que penetram nas reflexões sobre as áreas de estudos de Literatura infantojuvenil, &nbsp;Letramento literário e Estudos literários amazônicos.</p> Gracielle Marques Miguel Nenevé Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 2 2 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7780 Apresentação https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7782 <p>Apresentação dos artigos do dossiê&nbsp; “<strong>Literatura infantojuvenil contemporânea, Letramento literário e Amazônia – caminhos analíticos e metodológicos</strong>”.</p> Maria de Fátima Castro de Oliveira Molina Iza Reis Gomes Queila Barbosa Lopes Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 3 9 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7782 A expressão do tempo e do espaço em Lá e aqui https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7784 <p>Em suas potencialidades constitutivas, texto e imagem expressam diferentes manifestações do tempo e do espaço por meio de recursos estéticos que se inscrevem nos esquemas narrativos da obra <em>Lá e aqui</em>, escrita por Carolina Moreyra e ilustrada por Odilon Moraes. Tendo por base essa configuração, o objetivo deste artigo consiste em analisar a expressão do tempo e do espaço como uma via para a apreensão do verbal e do visual na narrativa. Como questão problematizadora, o percurso investigativo segue na busca de identificar como o tempo e o espaço são projetados por elementos integrantes do texto e das ilustrações na obra. Os estudos de Sophie Van der Linden (2018) sobre as relações entre textos e imagens, com a projeção de abordagem direcionada para a expressão do tempo e do espaço no livro ilustrado, constituem a base de fundamentação teórica da análise. Nas relações entre verbal e visual é desvelada a expressão dinâmica do tempo e do espaço na narrativa.</p> Maria de Fátima Castro de Oliveira Molina Francisca Lusia Serrão Ferreira Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 10 25 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7784 Um diálogo sobre texto e ilustração na obra Flor da mata de Graça Graúna https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7787 <p>Essa pesquisa versa sobre a análise de algumas ilustrações feitas por Camen Babi, na obra a <em>Flor da Mata </em>de Graça Graúna, escritora indígena, tendo como objetivo destacar como se integram os elementos estéticos visuais e o texto escrito, destacando a importância da imagem como recurso representativo e simbólico que compõe a obra e que não está à margem, ou em posição secundária ao texto escrito. Para as discussões, utilizaremos como aporte teórico, Colomer (2017), Santaella (2012); Cosson (2016), Thiel (2012); Graúna (2013) e outros. Consideramos, nestas discussões, que as ilustrações no texto estudado são modalidades discursivas construídas social e culturalmente, sendo assim, elas propõem uma leitura que implica o reconhecimento da dualidade texto escrito/imagem como uma composição de complementação permeada pelos traços culturais que convidam o leitor a uma ampliação de sua competência e experiência leitora.</p> Iza Reis Gomes Márcia Dias dos Santos Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 26 42 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7787 A construção da personagem feminina na obra Esparadrapo, de Daniel da Rocha Leite https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7788 <p>O propósito deste trabalho é analisar as imposições das figuras masculinas sobre a formação da identidade da personagem Beatriz na obra de Daniel da Rocha Leite, intitulada <em>Esparadrapo</em> (2021), investigando, com base na abordagem crítica dos estudos pós-coloniais/decoloniais, o comportamento dessa personagem diante da sociedade contemporânea que continua com posturas patriarcais. A protagonista da narrativa em questão é moldada de forma desafiadora diante das figuras masculinas, apresentando elementos que caracterizam uma postura descolonizadora das atitudes machistas. Utilizamos argumentos, principalmente, de Edward Said, Albert Memmi para os estudos pós-coloniais e María Lugones e Françoise Vergès para os estudos do feminismo decolonial, a fim de identificar as posturas machistas/colonizadoras em relação à personagem Beatriz, assim como, sua atitude descolonizadora diante da tentativa de dominação e opressão. Os resultados apontam a literatura infanto-juvenil amazônica como espaço de representação da mulher que subverte os estereótipos vinculados ao patriarcalismo. Essa literatura também pode ser ferramenta para que novos caminhos sejam abertos em direção a uma educação com equidade e não discriminatória.</p> Patrícia Sautiro Fernandes Socorro Helení Velasques Gonçalves Ferreira Lima Larissa Gotti Pissinatti Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 43 56 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7788 Análise Histórico-Cultural do Personagem Saci na obra de Monteiro Lobato e de Adão Almeida https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7789 <p>O presente artigo tem por objetivo realizar um estudo comparativo entre a obra literária de Monteiro Lobato, <em>O Saci</em> (1921), e a obra <em>Saci Amazônico </em>(2021), de Adão Almeida, buscando refletir sobre os contextos históricos de produção de ambas. Para isso, o estudo se centra na análise da personagem Saci, que é representada de diferentes formas pelos autores. O estudo é de abordagem qualitativa e bibliográfica, por meio da literatura comparada, tendo em vista que ambas as obras serão estudadas pelo viés comparativo. Nesse sentido, o estudo busca concluir que, apesar das personagens serem as mesmas, suas origens e manifestações diferem em virtude dos diferentes contextos históricos e regionais em que se manifestam. Como teóricos nos pautamos nas discussões de D’ávila (1967), Carvalhal (2006), Lisboa (2002), Santiago (2004), Bhabha (1998), Gregorin Filho (2012), dentre outros.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> Luana Camila dos Santos Gomes Patrícia Aparecida Beraldo Romano Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 57 74 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7789 Os efeitos de sentidos nas capas dos livros infantojuvenis - fios entrelaçados pelo título e pela ilustração https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7791 <p>Neste artigo, pretendemos mostrar como as linguagens verbal e visual potencializam o imaginário nas capas dos livros, entretanto focalizaremos apenas os projetos gráficos em que o autor Daniel da Rocha Leite e o ilustrador Maciste Costa são parceiros. O artigo em questão é um recorte de uma pesquisa de Mestrado sobre a obra A menina árvore do autor Daniel da Rocha Leite e ilustrado pelo artista plástico Maciste Costa. Supomos que essa potencialização seja realizada pela colaboração da ilustração em relação ao título e reforçado com o texto verbal da obra. O objetivo é identificar e analisar os efeitos de sentidos das imagens e do título das obras na construção do imaginário e a forma que se relacionam. A análise possui uma natureza básica utilizando fontes bibliográficas e abordagem qualitativa. Para possibilitar a realização do estudo, utilizamos os teóricos Coelho (2000), Colomer (2017), Cândido (2000), Yunes e Pondé (1988) focando em teorias e conceitos na área da Literatura infantojuvenil. Andruetto (2021), Jesualdo Sosa (1985), Perrotti (1986), Bachelard (2019), Durand (1997) e na análise referente ao imaginário e compreensão literária. Ramos (2011), Linden (2018), Salisbury e Styles (2013), Oliveira (2008), Aumont (2002) e Dondis (1997) construindo a análise teórica a respeito da imagem. A relação de fios entrelaçados entre texto verbal e visual, está presente nas capas dos livros em que tivemos Leite como escritor e Costa como ilustrador. A intenção é demonstrar a conexão literária que há entre os dois artistas por meio das linguagens verbal e visual presente na capa das obras. Toda a materialidade do livro, iniciando pela capa (cor, título, ilustração, tamanho, formato) colaboram para a polissemia da criação do imaginário de uma narrativa infantojuvenil.</p> Nilvani Rodrigues Cabral Renan Mateus Rodrigues Cabral Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 75 93 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7791 O Politeísmo epistemológico como exercício de abertura à diversidade por meio da literatura infantojuvenil https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7793 <p>O presente artigo tem por objetivo geral refletir sobre o modo como a fantasia instaura aberturas epistemológicas através da mobilização de pontos de vista transumanos (o politeísmo). Como objetivos específicos elencamos: enunciar alguns pontos-chave do neopaganismo desenvolvido por Vicente Ferreira da Silva (2010) e da teoria epistemológica elaborada por Vilém Flusser (s/d); analisar “<em>A Noite, a Árvore e o Passarinho de Bibe Maravilha</em>”, do escritor angolano Jorge Macedo (2006), a partir de seus elementos simbólico-imagéticos; e avaliar como a adoção de um ponto de vista não humano na narrativa suscita aberturas críticas propícias para se pensar a pluralidade e a diversidade. A pergunta de pesquisa é: como a fantasia, em uma narrativa infantojuvenil, possibilita uma experiência “politeísta”? Nossa hipótese é a de que no conto supracitado, essa experiência é viabilizada pela mobilização de pontos de vista transumanos (a fantasia), os quais, mais do que emprestar voz a seres antropomorfizados, desvelam uma instância não posta pelo homem (o neopaganismo). O referencial teórico utilizado é baseado nas obras acima indicadas e na perspectiva adotada por Antonio Candido (1972) acerca da função humanizadora da literatura. Lançamos mão de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa quanto à abordagem e exploratória quanto aos objetivos. Concluímos haver uma estreita relação entre fantasia e pluralidade e ficção e epistemologia, as quais podem contribuir em muito para a formação leitora através da ampliação perceptiva dos leitores, a partir da adoção de pontos de vista não humanos, e da consequente pedagogia do diálogo, da tolerância e do respeito ao Outro.</p> José Maiko Farias Amim Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 94 110 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7793 As relações e funções entre verbal e visual na obra A margarida friorenta, de Fernanda Lopes de Almeida https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7794 <p>A obra <em>A margarida friorenta</em> de Fernanda Lopes de Almeida, com ilustrações de Lila Figueiredo, usa o frio como metáfora para solidão, necessidade de companhia e afeto como tradução de um sentimento de empatia. Considerando a configuração verbal e visual da obra, este artigo objetiva analisar como a temática que perpassa a narrativa se revela por meio das relações e funções entre verbal visual. Por essa via de investigação, este estudo dá visibilidade aos elementos que se sobressaem na apreensão dos sentidos resultantes do diálogo entre texto e imagem na obra.&nbsp; Como base de fundamentação teórica serão empregadas as concepções de Linden (2018), Ribeiro (2008) e Fittipaldi (2008).&nbsp; Em seus elementos constitutivos, verbal e visual em <em>A margarida friorenta</em> desvela uma relação de afeto em empatia entre as personagens, suscitando, com ludicidade, uma apreensão dinâmica e significativa do leitor.&nbsp;</p> Jocília Oliveira da Silva Maria de Fátima Castro de Oliveira Molina Ruth Ferreira Bezerra Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 111 124 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7794 O que há entre a literatura infantil e a literatura contemporânea? Abriu, abriste, abreu https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7690 <p>Este artigo científico tem a finalidade de discutir a poesia contida em <em>Abriu, Abriste, Abreu </em>do escritor paulistano Osvaldo Copertino Duarte. Tem como <em>corpus</em> os 24 (vinte e quatro) poemas que compõem o livro. O objetivo é discutir as relações entre a imagem, o ritmo e o lúdico e a partir daí as compossíveis aproximações deste universo poético com os contextos do contemporâneo e da Literatura Infantil. Metodologicamente, nospropomosafazer uma apresentação da obra, em seguida discutir aspectos vinculados ao contexto do contemporâneo, na sequência apontar questões sensíveis ligadas a Literatura Infantil. Por fim, apresentar uma leitura analítica dos poemas. A abordagem é de natureza intrínseca e se dará por meios dos estudos semióticos de Iuri Lotman, aliados aos estudos culturais que tratam do contemporâneo. Esperamos chegar à conclusão de que não podemos considerar o livro, apenas, como representante de um momento estético único, seria um princípio reducionista, pelo caráter híbrido que o livro apresenta, obra que pode transitar entre um ou mais contexto literário. Nesse sentido, e, sob essa perspectiva mostraremos que, a relação entre o contexto do contemporâneo e aspectos da Literatura Infantil é um fator de tensão nos poemas, o que impede de determinar, ou tipificar os versos naquela, ou nessa corrente literária. Esperamos que os resultados contribuam para a aumentar o interesse do leitor pela obra e a divulgação da obra no cenário da Literatura brasileira.</p> Maria Gomes Torres Alfeu Carmo e Silva Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 125 147 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7690 A história das crianças que plantaram um rio https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7796 <p>Esta pesquisa apresenta uma proposta de letramento literário numa perspectiva didática, a partir da sequência básica de Rildo Cosson com a obra literária <em>A história das crianças que plantaram um rio</em>, do escritor Daniel da Rocha Leite. A educação atual passa por desafios e há uma gama de fatores que devem ser levados em consideração para alcançar os objetivos e anseios dos educadores, discentes e da sociedade em geral quanto ao que se espera do cidadão enquanto leitor. Nesse cenário, a literatura na escola tornou-se uma ferramenta de interpretação e resgate cultural, desenvolvendo em cada leitor um pertencimento ao mundo criado e apresentado pela leitura literária. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o aluno tem que ser capaz de produzir e expressar suas ideias, interpretando diversas linguagens para se tornar um cidadão crítico capaz de construir seu próprio conhecimento. Baseando-se nessa premissa, este artigo busca contribuir com o conhecimento sobre leitura e letramento na prática escolar, utilizando a sequência básica com as seguintes etapas: motivação, introdução, leitura e interpretação.&nbsp; Metodologicamente, com os basilares da pesquisa bibliográfica e analítica, pretende-se sugerir o processo de letramento proposto por Cosson relacionando a obra e suas características textuais, provocando ao longo do processo de letramento, aqui exposto, o conhecimento social e cultural que possam aprimorar os aspectos interpretativos. Assim, pretendemos salientar a valorização da cultura ribeirinha em diferentes aspectos, ampliando a compreensão de mundo dentro do universo infantil, fazendo com que a Literatura seja uma ferramenta de construção cultural e de conhecimento. A presente proposta didática proporciona a formação do leitor literário e seu enriquecimento de mundo.</p> Helia Isabel Alves da Costa Mello Iza Reis Gomes Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 148 164 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7796 A obra Esparadrapo e a personagem Bia https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7804 <p>Com intuito de pensar a relação do leitor com a leitura literária, o presente artigo tem como foco apresentar uma proposta de um estudo que contemple o letramento literário e incentive a leitura por meio de uma “sequência básica”, numa perspectiva de Rildo Cosson, que poderá ser desenvolvida com os alunos do 6° ano do Ensino Fundamental II. Nossa pesquisa busca aproximar os alunos à leitura do livro <em>Esparadrapo</em>, de Daniel da Rocha Leite. O ponto de partida será a construção da personagem Bia e suas relações com a família e o desejo de jogar bola. As atividades propostas são embasadas nas escritas de Cosson (2016) em relação às práticas da sequência básica; dialogaremos com Sophie Van der Linden (2018) em relação ao livro ilustrado; e Antonio Candido (2006), em relação ao direito à Literatura. E sobre a importância de contar estórias e literatura infantil a autora Fanny Abramovitch (2009). No estudo apresentado, pretendemos que os alunos possam experimentar a oportunidade de praticar a leitura literária vinculando-a à sua leitura de mundo, envolvendo os aspectos sociais, históricos e culturais na análise e na produção de uma proposta literária. A pesquisa será norteada na compreensão da importância de um letramento literário voltado para a leitura e interpretação. Por fim, entendemos que a experiência de leitura literária em sala de aula deve ser contínua e constantemente avaliada, tendo como base o público leitor a ser contemplado e as possibilidades de promover o encontro efetivo, consistente, prazeroso e significativo com o texto.</p> Marlene Maria Nascimento Santos Eliane Auxiliadora Pereira Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 165 178 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7804 Letramento literário: contribuições da experiência estética na formação linguístico-cultural do povo surdo https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7807 <p>Este artigo versa sobre a experiência estética a partir do letramento literário para surdos e suas contribuições para o desenvolvimento linguístico-cultural e formação da identidade do povo surdo. O tema aqui proposto é um recorte da pesquisa da tese de doutorado, defendida no ano de 2020, intitulada<em> Literatura surda na sala e aula e a formação da consciência de si. </em>Os dados analisados neste artigo advêm de alunos surdos e ouvintes de uma escola pública do estado de Rondônia. Para a coleta dos dados foi utilizada a metodologia da sequência básica (COSSON, 2016), utilizando-se a obra <em>O feijãozinho surdo,</em> de Liège Gemelli Kuchenbecker (2009). A intervenção foi realizada no decurso de quatro aulas da disciplina de língua portuguesa.&nbsp; Na análise, aprofundamos os resultados obtidos na etapa da interpretação da sequência básica.&nbsp; Os resultados indicam que a experiência de leitura literária com a literatura surda, mediada pelo professor em sala de aula, contribui para o processo de descolonização de práticas excludentes e preconceituosas em relação ao surdo.</p> Larissa Gotti Pissinatti Nerli Nonato Ribeiro Mori Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 179 196 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7807 Letramentos Acadêmicos e a formação do professor https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7806 <p>Esse artigo apresenta pesquisa que objetivou investigar as possibilidades de desenvolvimento de letramento acadêmico para os estudantes de Letras Inglês da Universidade Federal do Acre considerando o currículo de 2018. Tendo em vista o gênero como ação social (MILLER, 2012), e ainda que os gêneros circulados no ambiente acadêmico demandam um letramento acadêmico para propósitos comunicativos (LEA; STREET, 1998), compreendemos a importância dessa investigação para a formação do professor pesquisador. A abordagem da pesquisa é qualitativa de análise documental e utilizou como dados o Projeto Pedagógico Curricular do curso de Letras Inglês do campus sede da Ufac (Ufac, 2018) e os planos de ensino, aprovados pelo colegiado do referido curso, das disciplinas do primeiro semestre de 2022. Os resultados indicaram o desenvolvimento do letramento acadêmico por uma formação holística, interacionista e decolonial, e a necessidade da inclusão de outros gêneros que circulam no ambiente acadêmico como artigos acadêmicos e projetos de pesquisa, considerando sua importância para professores pesquisadores.</p> Larissa Fernanda Crispim Santana Queila Barbosa Lopes Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 197 208 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7806 A importância das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Educação Básica visando o Letramento Literário https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7808 <p>A presente pesquisa tem como objetivos estimular a leitura das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Educação Básica, mais especificamente, a literatura moçambicana do autor Mia Couto, abordar a importância do letramento literário no espaço escolar e estimular o docente para a inclusão dessa literatura em sala de aula. Para tanto, foi elaborada uma proposta de leitura literária do conto “O cego Estrelinho”, de Mia Couto com base na proposta do livro <em>Letramento Literário</em>: <em>teoria e Prática</em> (2016), do teórico Rildo Cosson. A proposta de leitura pode ser apresentada aos alunos do 9º ano do ensino fundamental ao ensino médio. A pesquisa é de cunho bibliográfico com método qualitativo com aporte teórico de Cosson (2016), BNCC (2017), Silva (2015), Aguiar (1988), entre outros autores que contribuíram para essa pesquisa. Durante algum tempo, as Literaturas Africanas de Língua Portuguesa não foram trabalhadas em sala de aula, pois muitos docentes não tiveram acesso à disciplina na sua formação. Sendo assim, este artigo contribui para a visibilidade dessas literaturas na Educação Básica, a fim de levar à sala de aula a diversidade dessas literaturas.</p> Jeane Zucoloto Pires Lisiane Oliveira Lima Luiz Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 209 226 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7808 A importância da abordagem interdisciplinar do texto literário https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7809 <p>O grande desafio da escola é criar possibilidades para que os alunos se constituam como leitores dos diversos gêneros textuais circulantes na sociedade, tornando o ato de ler uma necessidade vital. Ocorre que, quando se trata de literatura, o desafio se tona maior, pois os estudantes relacionam literatura a uma leitura escolar obrigatória, distante de seu mundo cotidiano e, portanto, não produz sentido para eles. Nesse cenário, busca-se responder à seguinte questão norteadora: como a leitura interdisciplinar de textos literários pode contribuir na construção de conhecimentos necessários para a formação de seres humanos capazes de compreenderem a si mesmos e o mundo em que estão inseridos? A partir dessa questão, foi realizado um projeto de ensino interdisciplinar com o objetivo de promover a leitura do livro <em>Terra</em><em> Papagalli</em>, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, sob a perspectiva histórica, filosófica e geográfica, para que os alunos sentissem a necessidade de ler e se apropriassem dos conhecimentos produzidos pela cultura humana, materializados em palavras e imagens. A base teórica foi constituída principalmente pela leitura de Edgar Morin (2000; 2014), especialmente o conceito de pensamento complexo; Fazenda (2003; 2008), sobre a interdisciplinaridade; Freire (1989), Lajolo (2001), Kleiman e Moraes (1999) e Zilberman e Rosing (2009) e Arena (2003; 2010), sobre o ensino de leitura e literatura. Como resultado, observou-se que o projeto interdisciplinar possibilitou um espaço dialógico de leitura, de fala, de escuta entre todos os envolvidos na atividade. Dessa forma, a leitura de textos literários começa a fazer sentido e, consequentemente, torna-se uma necessidade vital.</p> Érica Cayres Rodrigues Marcela Regina Stein dos Santos Elisabete Ferraz Sanches Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 227 239 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7809 O pequeno príncipe preto, de Rodrigo França, adaptado para audiolivro https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7713 <p>Objetiva compartilhar o trabalho de elaboração coletiva de um <em>audiobook</em>, na perspectiva das educações étnico-raciais, realizado no escopo das atividades do estágio supervisionado, junto aos discentes da Educação Tempo Integral, Anos Finais do Ensino Fundamental, Projeto <em>Sementes do Amanhã</em>, da Escola Estadual Carvalho de Brito, localizada no município de Sabará, MG. Defende-se que o trabalho com a literatura negra e a afro-brasileira, desde os primeiros anos do percurso escolar, incidirá positivamente para formação do corpo discente numa perspectiva em que a diversidade, notadamente, a que diz respeito à ancestralidade de matriz africana e suas diásporas seja ponto estruturante de um tecido social com mitigado grau de intolerância. Conclui-se ter sido assertiva a escolha em trabalhar com <em>O pequeno príncipe preto</em>, do escritor afro-brasileiro Rodrigo França e ilustrações de Juliana Pereira, principalmente se observado o grau de participação dos discentes e a curiosidade em dialogar sobre as várias questões, notadamente sobre tópicos étnico-raciais, suscitados pela enunciação literária dessa obra.</p> Wellington Marçal de Carvalho Rúbia de Oliveira Lino Maria Flávia Ribeiro Rodrigues Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 240 257 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7713 O experienciar do texto, do contexto e do intertexto na leitura da obra A história das crianças que plantaram um rio https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7810 <p>Este estudo visa refletir sobre a importância de experienciar o texto, o contexto e o intertexto no processo de apreensão da obra <em>A história das crianças que plantaram um rio</em> (2013), de Daniel da Rocha Leite. Explorar esses elementos é um caminho viável para uma leitura literária significativa com vistas a promover o letramento literário. A base teórica empregada é constituída a partir dos conceitos relacionados ao letramento literário desenvolvidos por Rildo Cosson (2018). Por meio da análise da obra, explorando texto, contexto e intertexto, é possível compreender a relação entre o rio e as personagens, bem como a transmissão cultural e o imaginário coletivo presentes na narrativa. Em A história das crianças que plantaram um rio o rio atua como elemento central, representando não apenas o cenário, mas uma extensão da vida e da cultura do povo da Amazônia. Através do texto, contexto e intertexto, a obra resgata memórias, tradições e vivências ligadas ao rio, criando um diálogo profundo com os leitores.</p> Luci Mary Corrêa Lopes Ivonete Costa Vieira Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 258 273 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7810 A importância da leitura no desenvolvimento intelectual do aluno no ensino fundamental https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7813 <p>A leitura tem poder de transformação e, por isso, é um fator primordial no processo de ensino e aprendizagem, indispensável para o desenvolvimento intelectual e social dos alunos. Nesse viés, o professor precisa atuar como mediador, com vistas a transformar a sala de aula em um ambiente agradável, buscando oferecer aos alunos momentos de satisfação e alegria no seu desenvolvimento e aprendizagem por meio da leitura. Sendo assim, é necessário que a sala de aula seja organizada e as aulas planejadas de acordo com os objetivos que o professor deseja alcançar. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar uma reflexão acerca da importância da leitura no desenvolvimento intelectual do aluno no ensino fundamental, considerando a importância da leitura e a atuação do professor em sala de aula como mediador, por meio das atividades de leitura. A reflexão se fundamenta em estudos de autores que tratam da temática em foco, tais como Kleiman (1995), Zilberman (1994; 1995), Cosson (2019; 2010), entre outros. Os resultados apontam a necessidade de se aprimorar conhecimentos em relação à importância de ler no desenvolvimento intelectual e social do aluno, dentro e fora da sala de aula.</p> Eunice Gomes Pereira da Silva Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 274 286 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7813 Um romance nas telas https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7814 <p>A interrelação entre a Literatura e o Cinema é antiga, como registra Bazin (1991), e veio se modificando no decorrer do séc. XX, à medida que as produções cinematográficas foram se sofisticando para captar o universo literário em todas as suas nuances. É, pois, nessa perspectiva que o presente artigo se insere, haja vista o seu intuito de discutir o processo de adaptação da obra literária para a fílmica, especificamente na narrativa <em>Órfãos do Eldorado</em> (2008), do romancista amazonense, Milton Hatoum. A partir de um estudo bibliográfico, constatou-se que as diferenças entre as obras literárias e fílmicas vão além da linguagem que cada arte utiliza – escrita e audiovisual. E ainda que literatura e cinema tenham em comum a narratividade, elas são artes de naturezas diferentes e apresentam diferentes processos de criação e dimensões. Portanto, é a escolha que o autor faz desses recursos, segundo a sua concepção de mundo, que definirá o processo de construção da obra, assim como foi na obra fílmica <em>Órfãos do Eldorado</em>, inspirada no romance de Hatoum.</p> Eliane Auxiliadora Pereira Sônia Maria Paracampos de Sá Dias Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 287 311 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7814 Amazonas, pátria da água https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7815 <p>O presente artigo tem como objetivo apresentar a Amazônia a partir do viés e da voz autóctone (voz local). Neste intento propõe-se um mergulho literário em Amazonas, pátria da água (1987, 1990 e 2007) do escritor e poeta amazônida Thiago de Mello. O caminho metodológico utilizado foi a pesquisa bibliográfica qualitativa, aliada às análises iconográfica e fenomenológica. Como referencial teórico utilizou-se como aporte os conceitos apresentados por Berger (2017), Brizuela (2014), Cortez (2009), Linden (2018), Loizos (2008), Penn (2008) e Sontag (2004). Realizada a análise, os resultados apontam que a obra, entremeada por textos, imagens e memórias, se configura um rico manancial de plurivalência estética, através do qual, foi possível examinar os elementos constitutivos da materialidade poética e imagética, evidenciando a importância da interação entre o projeto gráfico, pictórico e textual, para estabelecer conexões sinérgicas entre os códigos verbal e visual. Além disto, a rica tecitura da obra, contribui para resgatar memórias, histórias e percepções sobre a aquopoética amazônida.</p> Elysmeire da Silva de Oliveira Pessôa Mara Genecy Centeno Nogueira Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 312 333 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7815 O romance de terras e águas https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7816 <p>O objetivo deste artigo constitui-se em analisar a construção narrativa dos romances produzidos na e da Amazônia a partir da perspectiva da identidade, da memória e do espaço. Não se pode falar de Amazônia sem antes falar de sua invenção, caminho a ser percorrido por este texto, que desaguará na constituição do imaginário amazônico e sua relação com a memória e o espaço que se fundem à identidade do sujeito que faz da Amazônia o seu chão. O roteiro teórico parte da reflexão a respeito do imaginário amazônico e sua poética, de João Jesus de Paes Loureiro (2015), do espaço narrativo e cartográfico de Luís Alberto Brandão (2013), Regina Delcastagnè (2003) e Gaston Bachelard (1989), desaguando nas ilações sobre memória, lançaremos mãos de autores como Paul Ricoeur (2010), Jeanne Marie Gagnebin (2009) e Henri Bergson (1999) em conjunção com romances contemporâneos de autores como Milton Hatoum, Nicodemos Sena, Alfredo Guimarães Garcia, Dalcídio Jurandir, entre outros que contribuam para a arquitetura deste texto. A cosmogonia da Amazônia é particular aos que nela habitam, o que é possível visualizar nos romances que narram a partir deste espaço geográfico e ficcional. Além do mais, são romances que trazem a memória como elo, fio condutor, entre o espaço, a identidade e a construção do sujeito amazônida.</p> Eulisson Nogueira de Sousa Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 334 346 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7816 Entre indígenas e caboclos https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7817 <p>A Amazônia como espaço e como ideia já passou por diversas representações que acabaram por apagar a sua verdadeira face e silenciar suas vozes. Buscando resgatar a verdadeira imagem desse lugar, escritores amazônicos buscam traduzi-la de dentro para fora. O presente artigo tem como objetivo analisar a representação literária da Amazônia no romance <em>A Espera do Nunca Mais: uma saga amazônica </em>do escritor paraense Nicodemos Sena. Por meio de uma análise pós-colonial de excertos da obra procura-se atestar o aspecto descolonizador da narrativa.</p> Luiz Eduardo Correia de Souza Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 347 359 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7817 Verenilde Pereira e suas Marias versus José de Alencar e a dócil escravidão de Iracema https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7819 <p>Este artigo contrapôs personagens indígenas femininas, Iracema, de José de Alencar, e as crianças indígenas de <em>Um rio sem fim</em>, de Verenilde Santos Pereira. Ao contrapor as personagens, foram consideradas as eventuais alterações na representação feminina, a romântica, criada por um autor logo após a independência do Brasil, e a figura indígena filtrada pelo olhar de uma autora afro-indígena do Amazonas. O ponto de partida foi o texto de Chimamanda Adichie, <em>O perigo de uma história única</em>, embasando a necessidade de revisitar a literatura canônica produzida no Romantismo, evidenciando a voz emudecida dos indígenas. O percurso de leitura iniciou apresentando Iracema, situando-a no contexto romântico, para trazer logo em seguida as meninas indígenas – todas batizadas Maria – da década de 1980, opondo as idiossincrasias de Alencar à mundividência de Verenilde. A percepção a que se chegou é que tanto o gênero do autor, quanto a sua posição no estamento social (e histórico) determinaram as diferenças entre as personagens.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> Nicia Petreceli Zucolo Luana Aguiar Moreira Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 360 372 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7819 A representação do rio no enredo de Três Casas e um Rio de Dalcídio Jurandir https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7820 <p>O presente artigo busca explorar e refletir a representação do rio na obra <em>Três Casas e um Rio </em>(1958), do escritor paraense Dalcídio Jurandir através de diferentes simbologias que funcionam como estratégia de constituição tanto do desenvolvimento do enredo como influenciador na trajetória dos personagens da história. O romance escolhido como objeto deste estudo é o terceiro entre os dez que integram o chamado Ciclo do Extremo-Norte (1941-1978) e apresenta a história social e cultural da Amazônia, mais especificamente, de Belém e do seu entorno fluvial. Observa-se na narrativa a importância dada ao ambiente do espaço amazônico, inclusive, a elementos da natureza como o rio que surge em uma relação de interdependência entre este e os humanos, sendo notável através de simbolismos, metáforas e personificação que o dão vitalidade e a devida significância na história. Deste modo, o autor da obra rompe com o paradigma tradicional dos elementos da natureza serem apresentados como simples espaço que ambienta a obra ou em confronto com o personagem humano. A metodologia utilizada é de cunho qualitativo e bibliográfico. Para embasamento pautou-se nos textos de: Bachelard (1988); Nunes (2004); Loureiro (2015); Pessôa (2023); Nenevê e Sampaio (2015); Valério (2010), entre outros autores relevantes para a análise.</p> Tuane Santos Aragão Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 373 388 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7820 O Espaço Amazônico no romance Três Casas e um Rio, de Dalcídio Jurandir https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7821 <p>O escritor brasileiro Dalcídio Jurandir nasceu em 1909 no estado do Pará. Sua literatura retrata a vida e a cultura dos habitantes da Amazônia e é considerada um dos maiores representantes da literatura amazônica. Um de seus livros mais conhecidos, <em>Três Casas e Um Rio</em>, foi publicado em 1958 e conta a história de uma família que vive às margens do rio Guamá, no interior do Pará. A obra é uma história emocionante que mostra a relação dos personagens com a natureza e a vida na Amazônia, bem como as dificuldades que enfrentam para sobreviver em um ambiente tão hostil. O autor é um importante escritor paraense, conhecido por suas obras que retratam a vida e a cultura da região amazônica. Em Belém, o espaço amazônico enriqueceu suas histórias e personagens. Seus livros são viagens pela riqueza cultural e natural da Amazônia.</p> Fancliene de Sousa Batista Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 389 401 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7821 Yuxin, Alma à luz dos conceitos da teoria dos símbolos, de Northrop Frye https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7822 <p>O presente artigo consiste em uma leitura de alguns símbolos presentes em <em>Yuxin, Alma</em> (2009), romance de Ana Miranda, tendo como referencial teórico os estudos de Northrop Frye (1973) e Denham (1978); já como objetivo, pretende-se ressaltar como, no primeiro capítulo da narrativa de Ana Miranda, tanto os aspectos formais quanto os aspectos discursivos sugerem camadas de significados a serem reveladas pelas cinco fases simbólicas que Frye conceitua como: fase literal, como motivo; fase descritiva, como signo; fase formal, como imagem; fase mítica, como arquétipo; e a fase anagógica, como mônada. Ao aplicar a teoria dos símbolos no primeiro capítulo, o romance apresentou uma construção simbólica que dialoga com a estrutura esboçada por Frye em sua teoria, pois muitos símbolos, ao serem interpretados pelo método das cinco fases, possibilitam uma percepção do <em>modus operandi</em> da escritora, além de um encantador prazer estético e uma profunda reflexão acerca dos saberes dos povos da mata. Esses saberes nos levam a perceber que, para os povos da mata, não há distinção entre o homem e natureza, ou seja, a natureza não pode ser explorada e transformada pela humanidade em celeiro de matéria-prima. Pois na perspectiva dos povos da floresta, a natureza e o homem fazem parte um do outro, assim, toda arte tem um pouco do humano e da natureza, uma vez que um compõe o outro.</p> Juliana Freitas Budin Ferreira Eliane dos Santos Ramos Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 402 420 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7822 Violências vividas pela personagem feminina na novela “A toga manchada”, de Arthur Engrácio https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/7823 <p>Objetiva-se analisar, a partir da teoria feminista, o modo como a violência contra a mulher é trabalhada esteticamente na novela “A toga manchada” (1988) de Arthur Engrácio, e também a construção do espaço de sua narrativa, cujo referente externo é a região amazônica. Primeiro texto da coletânea <em>Outras Estórias de Submundo </em>(1988), “A toga manchada” aborda as consequências oriundas da relação entre uma pobre pedinte, Rosa Maria, e um magistrado, escancarando as estruturas sólidas do patriarcado e colonialismo frente a invisibilidade e a subjugação feminina. Seja por questões econômicas e/ou de gênero, o poder e a violência são basilares na novela engraciana, o que testemunha o obscurecimento da mente de Rosa Maria. Esta parece mimetizar esteticamente as mulheres que historicamente habitam a região amazônica, vítimas de condições de vida aviltantes. Para o desenvolvimento da análise proposta, dialogaremos com estudos referentes à teoria feminista produzidos pela autora bell hooks (2021), que denuncia as estratégias de opressão, inibidoras da liberdade e discriminadoras da mulher; com o trabalho da autora Gerda Lerner (2019), que discute a subalternidade e a violência contra a mulher; com o trabalho do crítico da literatura amazônica, Marcio Souza (2019); com Regina Dalcastagnè (1996, 2005, 2012), que reflete sobre a raridade da presença de narradoras nos textos de literatura; e, por fim, lançaremos mão do trabalho produzido pelo sociólogo Pierre Bourdieu (2021), que se dedica à problematização dos aspectos da dominação masculina, da condição feminina e da violência simbólica.</p> Maria Rita Rodrigues Constâncio Copyright (c) 2023 Revista de Estudos de Literatura, Cultura e Alteridade - Igarapé https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-12-27 2023-12-27 16 3 421 433 10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7823