A voz da mulher, a voz da nação, a voz possível: ecos plurais na poesia de Odete Semedo

Autores

Palavras-chave:

Odete Semedo, Pós-Colonialismo, Literaturas Africanas de expressão Portuguesa, Literatura Guineense.

Resumo

A poesia de Odete Semedo, uma das principais autoras de Guiné-Bissau, ecoa discursos de enfrentamento e dor que questionam o passado colonial e também o passado/presente de guerras e conflitos de seu país. O presente artigo analisa poemas da autora da perspectiva dos estudos pós-coloniais (BONNICI, 2009, 2017; SPIVAK, 2010, BHABHA, 2007) refletindo como a sua poética, além de dar voz a uma nação e permitir a construção de uma consciência nacional, também supera a dupla condição de subalternidade que afeta mulheres dos países que passaram pelo processo de colonização. Nos poemas “Silhueta da Desventura” e “Minhas Lágrimas” percebemos uma poética que expressa o entrecruzamento de dores. Entretanto, os poemas não são apenas lamentos, eles indicam um importante impulso de enfrentamento e emancipação – tanto do eu-lírico, quanto da nação – pois ao verbalizar a dor, a voz do subalterno pode enunciar, pode significar e narrar a própria história.

 

ABSTRACT

 The poetry of Odete Semedo, one of the main authors of Guinea-Bissau, echoes speeches of confrontation and pain that question the colonial past and also the past / present of wars and conflicts in her country. This article analyzes the author's poems from the perspective of post-colonial studies (BONNICI, 2009, 2017; SPIVAK, 2010, BHABHA, 2007) reflecting how her poetics, in addition to giving voice to a nation and allowing the construction of a national conscience, also overcomes the dual condition of subordination that affects women in countries that have undergone the colonization process. In the poems “Silhueta da Desventura” and “Minhas Lágrimas” we perceive a poetics that expresses the intersection of pains. However, poems are not just laments, they indicate an important impetus for confrontation and emancipation - both from the lyrical self, as well as from the nation - because when verbalizing the pain, the subaltern's voice can enunciate, can mean and narrate the story itself.

 

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Biografia do Autor

Pedro Afonso Barth, UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Doutor em Letras – Estudos Literários pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2019). Pesquisador do Grupo do CNPq "FORPROLL: Formação de Professores de Línguas e Literatura". Atualmente, professor colaborador do Curso de Letras na Universidade tecnológica do Paraná (UTFPR), Campus de Pato Branco. E-mail: pedroabarth@hotmail.com

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Publicado

10/06/2021

Como Citar

Barth, P. A. (2021). A voz da mulher, a voz da nação, a voz possível: ecos plurais na poesia de Odete Semedo. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 14(2). Recuperado de https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/5989

Edição

Seção

DOSSIÊ REVERBERAÇÕES DE VOZES FEMININAS NAS LITERATURAS INDÍGENAS E AFRICANAS