A didática de Rousseau para o ensino da propriedade / The didactics of Rousseau for the teaching of property

Autores

  • Marta Camilo da Silva Guarnieri Fundação Universidade Federal de Rondônia
  • Ivanor Luiz Guarnieri

Palavras-chave:

didática, filosofia, fundamentos da educação, propriedade privada.

Resumo

A proposta pedagógica de Jean-Jacques Rousseau está assentada no conceito de Natureza. O trabalho didático do professor, segundo esse filósofo, deve seguir os ditames das leis naturais. Em sua concepção educacional, expressa na obra Emílio: ou da educação, o ensino precisa ser realizado de modo a não submeter o aluno à artificialidade de fórmulas que não têm nexo com os fenômenos da vida cotidiana, natural. Para desenvolver suas ideias voltadas para o campo da Educação, Rousseau cria um personagem, Emílio, que, desde criança, é ensinado nos moldes da educação natural rousseauniana. É o caso do ensino dos valores morais. Os valores morais são criados pela e em sociedade. Ora, para esse filósofo, a sociedade é antípoda do estado de natureza. Então, como seria possível ensinar valores sociais a partir de um modelo de ensino tirado da natureza? Rousseau responde que isso é possível por meio da educação negativa. Em linhas gerais, a educação negativa consiste não em ensinar o que é certo, mas em evitar que os vícios da sociedade sejam aprendidos pelo aluno. De igual modo, a propriedade privada é criação da sociedade. Para Rousseau, a propriedade é legítima, desde que esteja alicerçada no direito do primeiro ocupante e pelo trabalho. Esse direito é ensinado ao Emílio de modo vivencial, na história das favas vivida por esse personagem. Em ambos os casos, Rousseau demostra que é viável ensinar naturalmente conceitos que não são naturais, como os valores morais e o direito de propriedade, mas isso depende do método e do traquejo didático do professor, como Rousseau procura mostrar em sua obra.

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Publicado

27/03/2020

Edição

Seção

Artigos