MULHERES AGRICULTORAS - UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO E EMPODERAMENTO FEMININO NA CAFEICULTURA DE RONDÔNIA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.18361/2176-8366/rara.v17n1p142-166Resumo
A produção de café no Brasil é um exemplo da dedicação da mulher na atividade agrícola. Atividade econômica considerada por muitos uma prática exercida principalmente por mão de obra masculina. Na verdade, uma parcela significativa da força de trabalho do cafeeiro é feminina, contribuindo de forma significativa na capina, na adubação, no apanhar do café e durante a secagem dos grãos. Neste contexto a International Women’s Coffee Alliance (IWCA) tem procurado ampliar os conhecimentos e congregar plataformas e grupos de mulheres ligados à cafeicultura, em diferentes padrões de conhecimento. Recentemente, Rondônia ingressou na Aliança Internacional das Mulheres do Café - IWCA Brasil, no entanto não há estudos sobre o perfil sociocultural e econômico da mulher do café de Rondônia, uma vez que a atividade se encontra no quarto ano de implantação. Dentro deste contexto, este estudo teve por objetivo analisar o perfil sócio-econômico-cultural das cafeicultoras da microrregião da Zona da Mata, estado de Rondônia, e de alguns outros municípios, bem como seus anseios e dificuldades no empoderamento da mulher, visando à satisfação com a atividade que exerce, a relação trabalho/família e sua autoestima. Para tal, foram realizadas visitas a 20 cafeiculturas, localizadas nos municípios de Novo Horizonte do Oeste, Alta Floresta do Oeste, Cacoal, Ministro Andreazza, Vale do Anarí, Nova Brasilândia do Oeste e São Miguel do Guaporé, para aplicação de um questionário semiestruturado com questões fechadas e abertas. Para um melhor entendimento por parte das entrevistadas, os questionários foram divididos em três dimensões: o primeiro, relacionado aos dados sobre a escolaridade, idade, número de filhos e etnia; o segundo, sobre a produção de café na propriedade; e o terceiro suas percepções sobre a atividade. Neste estudo foi observado que grande parte das entrevistadas eram jovens, com idade inferior a 45 anos e desenvolviam a cafeicultura em pequenas propriedades rurais, principalmente ligadas a agricultura familiar. Dentre as tecnologias adotadas nas propriedades, o “Sprouting Process” foi o mais relatado entre as entrevistadas, e esteve ligado diretamente a satisfação com atividade cafeeira e o maior rendimento e preço das sacas de cafés comercializadas após o concurso de qualidade e sustentabilidade do café de Rondônia (CONCAFÉ). Ao mesmo tempo, observou-se a produção por micro-lotes de cafés especiais alcançou um pequeno nicho do mercado consumidor, o que dá perspectivas futuras da criação de uma associação ou cooperativa para aumentar a produção e industrialização, além de atingir um maior mercado consumidor.
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