SABERES E SUSTENTABILIDADE: CONEXÕES ENTRE A AMAZÔNIA BRASILEIRA, AMÉRICA LATINA E ÁFRICA

Autores

  • Haroldo de Sá Medeiros Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

DOI:

https://doi.org/10.18361/2176-8366/rara.v17n2p1-2

Resumo

É com satisfação que apresentamos a edição de maio a agosto de 2025 da Revista de Administração e Negócios da Amazônia (RARA), iniciativa editorial do Centro de Estudos Interdisciplinar em Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (CEDSA), grupo de pesquisa vinculado ao Núcleo de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e ao Programa de Pós-Graduação em Administração.

Desde sua criação, em 2009, a RARA tem atuado como um canal aberto e gratuito de divulgação científica voltado para a realidade amazônica, promovendo o diálogo entre academia, comunidades e práticas organizacionais. Ao longo desses anos, consolidou-se como a primeira revista eletrônica da área na região, mantendo sua periodicidade e compromisso com a qualidade editorial.

Nesta edição, o leitor encontrará uma seleção de dez artigos científicos originais, que revelam a diversidade de abordagens e contextos envolvendo a Amazônia, realidades latino-americanas e africanas. A abertura da edição se dá com o artigo “Gestão eficiente de áreas protegidas na Amazônia Brasileira: um modelo teórico integrando MEG e KPIs”, que propõe um modelo de gestão para Unidades de Conservação, integrando o Modelo de Excelência em Gestão (MEG) com indicadores-chave de desempenho, com vistas à consolidação da sustentabilidade e à valorização das especificidades amazônicas.

Na sequência, o artigo “Um plano de educação ambiental baseado na participação social dos povos indígenas: um estudo comparativo entre a Aldeia Terere, Brasil, a Aldeia Curicha, Bolívia, a Comunidade Aigo (Neuquén, Argentina), a comunidade Kukama Kukamiria (Amazônia, Peru) e os Kumarakapai comunidade (Venezuela)” amplia a discussão sobre transversalidade no ensino e destaca a importância da escuta ativa e do engajamento comunitário na formulação de políticas educacionais, por meio de um estudo comparativo envolvendo cinco comunidades indígenas em países da América Latina. Complementando esse eixo temático, o artigo “Estudo da viabilidade físico-química dos substratos no cultivo de mudas de espécies florestais em Panda”, realizado em Moçambique, analisa a eficácia de diferentes substratos naturais no desenvolvimento de espécies florestais, trazendo contribuições práticas para a silvicultura tropical.

Mantendo a perspectiva da sustentabilidade, o artigo “Turismo e cultura como fatores de sustentabilidade socioambiental do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto” examina o potencial ainda subaproveitado do turismo cultural como vetor de desenvolvimento local e conservação ambiental, propondo maior integração entre as dimensões socioeconômicas e ecológicas do território. Já o artigo “Relação de causalidade entre exportação e crescimento econômico no Brasil entre os anos de 1994-2017” retoma a agenda tradicional da economia ao investigar, com rigor econométrico, os efeitos da base exportadora sobre o crescimento do PIB brasileiro, trazendo reflexões sobre planejamento econômico em contextos periféricos.

A análise de variáveis de mercado ganha destaque no artigo “Fatores que influenciam a variação do preço de café”, que investiga as forças que moldam os preços do café arábica brasileiro, como condições climáticas, produção, taxas de câmbio e políticas monetárias, contribuindo para a compreensão do comportamento das commodities agrícolas. O artigo “Um estudo de caso da demanda de suplemento alimentar para funções cognitivas e memória nos estados brasileiros” apresenta dados inéditos sobre o mercado de suplementos no Brasil, com foco no envelhecimento populacional e na busca por bem-estar na terceira idade, explorando as diferenças regionais na demanda.

A pauta ambiental também se evidencia no artigo “Passivo ambiental: uma análise comparativa do nível de evidenciação das empresas participantes e não participantes do ISE antes e depois da pandemia da Covid-19”, que demonstra, por meio de análise documental, que o nível de transparência nas demonstrações financeiras sobre passivos ambientais ainda é insatisfatório, mesmo entre empresas que utilizam índices de sustentabilidade. Por sua vez, o artigo “Aplicação do método Minimum Viable Product no ramo de confeitarias artesanais de bolos caseiros” inova ao aplicar o método MVP em um microempreendimento de bolos, demonstrando como práticas de gestão ágil podem ser adaptadas a contextos locais, com impacto direto na validação de novos produtos.

Encerrando esta edição, o artigo “Modelo de matriz técnica de distribuição de recursos orçamentários na área acadêmica da Universidade Federal de Viçosa, campus sede” realiza uma análise comparativa entre os modelos orçamentários da UFV e da UFLA, evidenciando as estratégias adotadas para promover a autonomia universitária por meio da descentralização na gestão de recursos.

Agradecemos a todos os(as) autores(as) pelos relevantes trabalhos submetidos e aprovados, bem como aos(às) pareceristas que, com dedicação e rigor acadêmico, contribuíram para a qualidade desta edição. Estendemos nosso reconhecimento à equipe editorial e aos colaboradores que tornam possível a continuidade da RARA como espaço de construção e circulação de conhecimento científico.

Ainda, convidamos os leitores e leitoras a explorarem os artigos aqui reunidos e a acompanharem as próximas edições da revista, reafirmando nosso compromisso com a divulgação de pesquisas que dialogam com os desafios contemporâneos da Amazônia e de contextos afins. Desejamos a todos uma excelente leitura!

Biografia do Autor

  • Haroldo de Sá Medeiros, Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

    Doutor em Administração pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA), Professor da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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Publicado

10-10-2025