PARTICIPAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS NA NOVA GOVERNANÇA PÚBLICA:
EVIDÊNCIAS DO BRASIL
Palavras-chave:
Nova gestão pública, Publicização, Organizações SociaisResumo
A Nova Governança Pública (NGP) surgiu para reestruturar a máquina pública com novas possibilidades de gestão. Dentre os novos atores instituídos para atender à demanda do serviço público, foram criadas as Organizações Sociais por meio da Lei Federal nº 9.637, de 15 de maio de 1998. A lei federal estabelece critérios para as entidades que se enquadram no estabelecido e define de que maneira os serviços podem ser transferidos a essas organizações. Diante desse novo cenário na administração pública, busca-se entender como o programa de publicização vem sendo realizado no país e quais são seus avanços e retrocessos. Esta pesquisa se propõe a descrever o processo da Nova Governança Pública por meio da legislação referente às organizações sociais nas cinco regiões do Brasil. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, utilizando procedimentos descritivos e documentais. Sua condução incorporou evidências oriundas da análise de quatro estados brasileiros (Goiás, Pará, Pernambuco), da capital de São Paulo e do município de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, além da legislação federal. Como resultado, verificou-se que a NGP é uma resposta à complexidade e à natureza fragmentada das políticas públicas. No Brasil, houve um trabalho significativo no que se refere aos limites do regime emergente de publicização, que incluiu iniciativas relacionadas à governança do processo político, desenvolvimento de habilidades-chave de gestão em um contexto interorganizacional, evolução de modelos de contabilidade e desenvolvimento de medidas para análise de desempenho.
Referências
Barrionuevo, A. (2014). A formação distorcida de preços administrados na experiência brasileira recente. Brazilian Journal of Political Economy, v. 35, n.3, p. 475-491, 2015.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
Bell, J. (2020). The Anatomy of adminstrative law. Oxford: Hart Publishing, 2020.
Bresser Pereira, L. C. (2001). Do estado patrimonial ao gerencial. In: W. E. Pinheiro, Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia das Letras.
Bullock, H.L. & Lavis, J.N. (2019). Understanding the supports needed for policy implementation: a comparative analysis of the placement of intermediaries across three mental health systems. Health Res Policy Sys, v.17, n. 82.
Carvalho Filho, J. S. (2005). Manual de Direito Administrativo. 13.ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.
Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República.
Costa, M.C.A.; Silva, K.L.S.; Silva, E.A.; Siqueira, A.B.; Marcolino, M.L.P.; Jucá, L.S.M.; Donato, J.E.O.; Costa, A.P.; Silva, L.B.B. & Santos, A.L.F. (2021). Licitações sustentáveis: aplicabilidade do decreto estadual nº 21.264/2016 nas licitações públicas no estado de Rondônia. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n. 1, p. 91163-9191.
Cornforth, C. (2003). The governance of public and non-profit organizations: What do boards do?, London: Routledg.
Denters, D. & Rose, L. (2005). Comparing local governance. Basingstoke: Palgrave Macmillan.
Dimaggio, P. (2017). Layers of endogeneity: how porous boundaries between state and society complicate institutional change. Rationality and Society, v. 29, n. 1, p. 80–90.
Di Pietro, M. S. Z. (2012). Parcerias na Administração Pública. São Paulo, SP: Atlas.
Entwistle, T. & Martin, S. (2005). From Competition to Collaboration in Public Services Delivery: a new agenda for research. Public Administration, v. 83, n. 1, p: 233–42.
Fernández, P.D.M., Peña, F.A.G., Ren, T.I. & Leandro, J.J.G. (2018). Fast and robust multiple colorchecker detectionusing deep convolutional neural. Networks. Image Vis. Comput, v. 11, n. 1.
Gomes, M. V. P.; Merchán, C. R. (2017). Governança Transnacional: Definições, Abordagens e Agenda de Pesquisa. Revista de Administração Contemporânea, v. 21, n. 1, p. 84-106.
Hanf, K. & Scharpf, F. (1978). Interorganizational policy making. London: SAGE.
Justen Filho, M. (2006). Curso de Direito Administrativo. 2.ed. São Paulo: Saraiva.
Kettl, D. F. (2000). The global public management revolution. Washington, DC: The Brookings Institution.
Kettl, D. F. (2016). Politics of the administrative process .7 Ed. Los Angeles: SAGE Publications.
Kickert, W. (1993). Complexity governance and dynamics: conceptual explorations of public network management. In J. Kooiman. Modern Governance, London: SAGE.
Klijn, E.H. & Koppenjan, J. (2004). Managing uncertainties in networks. London: Routledge.
Kooiman, J. (1999). Social–political governance: overview, reflections and design. Public Management Review, v. 1, n. 1, p. 67–92.
Koppenjan, J., Sluis, V. A., Frans-Bauke, V. M., Kuipers, B. & Paridon, V. K. (2019). Changing the Rotterdam-Rijnmond regional fire service: a multi-dimensional approach for analysing strategies of change. International Journal of Emergency Services, v. 9, n.2, p.123–141.
Lei Federal nº 9.367 de 15 de maio de 1998. (1998). Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF.
LIPSKY, M. (1979). Street level bureaucracy. New York: Russell Sage Foundation.
Lynn, L., Heinrich, C. & HILL, C. (2001). Improving governance: a new logic for empirical research. Washington, DC: Georgetown University Press.
Marinela, F. Direito administrativo. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Milward, B. & Provan, K. (2003). Managing the hollow state: collaboration and contracting. Public Management Review, v. 5, n. 1, p: 1–18.
Niskanen, W. (1971). Bureaucracy and representative government. Chicago, Aldine Atherton.
Nohria, N. & Eccles, R. (1992). Networks and organizations: structures, form and action. Cambridge, Mass.: Harvard Business School Press.
Osborne, S. P. (2010). The (new) public governance: a suitable case for treatment. In Osborne, S. P. The new public governance? Emerging perspectives on the theory and practice of public governance. New York: Routledge.
Ouchi, W. (1979). Markets, bureaucracies and clans. Administrative Science Quarterly, v. 25, n. 1, p.129–141.
Peters, G. (2008). The two futures of governing: decentering and recentering processes in governing. HIS Political Science Series Paper 114, Pittsburgh, Pa: University of Pittsburg Press.
Pierre, J. & Peters, B. G. (2019). Governance, politics and the state. London: Red Globe Press.
Pirie, M. (1988). Privatization: theory, practice and choice. London: Wildwood House.
Powell, W. & Dimaggio, P. (1991). The new institutionalism in organizational analysis. Chicago: University of Chicago Press.
Rhodes, R. (1997). Understanding governance. Buckingham: Open University Press.
Robson, W. (1928). Justice and administrative law. London: Macmillan.
Salamon, L. (2002). The tools of government: a guide to the New Governance. New York: Oxford University Press.
Salamon, L. (2015). Introduction: The nonprofitization of the welfare state. International Society for Third Sector Research, v. 26, n. 6, p. 2147-2154.
Schofield, J. (2001). Time for a revival? Public policy implementation: a review of the literature and an agenda for future research. International Journal of Management Reviews, v. 3, n. 3, p: 245–63.
Thomas, R. & Tomlinson, J. (2017). Mapping current issues in administrative justice: austerity and ‘more bureaucratic rationality’ approach. Journal of Social Welfare and Family Law, v. 39, n. 3, p. 380-399.
Tiebout, C. (1956). A pure theory of local expenditures. Journal of Political Economy, v. 64, n. 5, p. 416–24.
Tonelotto, D.P., Crozatti, J., Moraes, V.M. & Righetto, P. (2019). Hospitais de alta complexidade do estado de São Paulo: uma análise comparativa dos níveis de eficiência obtidos pelos modelos de gestão de Administração Direta e de Organização Social. Administração Pública e Gestão Social, v. 11, n. 4.
Vickers, J.; Yarrow, G. (1988). Privatization: an economic analysis. Cambridge, Mass: MIT Press.
Wilson, W. (1887). The Study of Administration. Political Science Quarterly, 2.