A escrita de mulheres afrodiaspóricas como um anúncio de aquilombamento:

Solitária, de Eliana Alves Cruz

Autores

  • Karine Aragão dos Santos Freitas
  • Talita Rosetti Souza Mendes

DOI:

https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.310-328

Resumo

Este artigo tem como objetivo estabelecer um diálogo sobre o livro Solitária (2022), de Eliana Alves Cruz, tendo como ponto de partida a percepção de que o quarto de empregada e outras estruturas arquitetônicas de segregação correspondem, no romance, a uma metonímia para problematizar a persistência da colonialidade e o pensamento escravocrata no Brasil. Além disso, o livro aponta como a tomada de consciência da personagem Mabel sobre sua opressão também significa uma prática de aquilombamento com sua mãe Eunice em busca da humanidade suprimida a esses corpos durante séculos de opressão sobre a negritude africana e seus descendentes nas terras coloniais. Para tais análises, as principais referências teóricas ancoram-se em pensadores, tais como Malcom Ferdinand (2022), Grada Kilomba (2008) e Sueli Carneiro (2005). Espera-se, com o artigo, provocar a reafirmação de que o fazer literário é um caminho que cria inteligibilidades acerca de amarras impostas historicamente a indivíduos e a coletivos, sobretudo, de mulheres afro-diaspóricas/afro-brasileiras.

Downloads

Publicado

29/12/2024