Autoria insubmissa de Conceição Evaristo:

considerações sobre o enfrentamento à violência por meio da escrevivência

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.207-225

Resumen

A partir do registro da escrevivência, termo criado pela escritora Conceição Evaristo, este artigo objetiva discutir acerca da violência sofrida por mulheres negras, compreendendo a escrevivência como uma experiência de enfrentamento à opressão. A referida autora começou a trabalhar com esse termo na construção da sua dissertação de mestrado, nos anos 1990. Trata-se de uma expressão que está fundamentada na vivência de mulheres escravizadas que cuidavam das crianças da família escravocrata, tendo em vista o período colonial que atravessou a história brasileira e a do continente americano. Surge para enfrentar a violência colonial do passado, mostrando que hoje, como mulheres negras, podemos contar as nossas próprias histórias. A abordagem teórica do presente artigo parte do entendimento de que o colonialismo é um dos fundamentos do modo de produção capitalista, hoje global, e contribuiu para que tal sistema se fundamentasse, também, a partir da violência a determinados corpos, como de pessoas negras, indígenas, mulheres, transsexuais etc. Como metodologia deste estudo, foi realizada uma análise documental do livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011), em que Conceição Evaristo aborda as histórias de trauma e de dor de treze mulheres.

Biografía del autor/a

  • Thaisa Silva Martins, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Assistente Social graduada pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM, 2012). Doutoranda em Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde pesquisa acerca das relações de gênero, raça e colonialismo. Mediadora do projeto nacional LEIA MULHERES, compondo a coordenação clube em Araçuaí-MG. É vinculada à Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN). No IFNMG-Campus Araçuaí, compõe o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), e fez parte do Projeto de Ensino "Encrespa". Está como Vice- coordenadora do "Projeto Aquilombar nos Vales: Mulheres negras tecelãs da resistência", do Programa de Extensão "Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, da UFVJM.

Publicado

29/12/2024