A sexualização da mulher negra na sociedade italiana a partir do romance Adua, da escritora italo-somali Igiaba Scego:
estereótipos de gênero e raça
DOI:
https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.401-421Abstract
Pretende-se analisar os discursos que atuaram histórica e socialmente como vetores da naturalização dos estereótipos de gênero e raça lançados sobre as mulheres negras, afro-italianas e africanas, na sociedade italiana. Tais discursos começam a ser fomentados no período do colonialismo italiano exercido na região do Chifre da África (Somália, Eritréia, Etiópia e Líbia) e permanecem na Itália contemporânea. Para isso, será examinada a construção da imagem da personagem Adua do romance homônimo da escritora italiana de origem somali, Igiaba Scego, no qual a caracterização da protagonista mobiliza a popularização de recursos midiáticos, tais como a canção de cunho fascista Faccetta Nera (Rostinho negro) e Venere Nera (Vênus Negra) do cinema italiano na década de 1970. Esses elementos são inseridos, pela autora afro-italiana, criticamente, em seu romance, para denunciar a sexualização e estigmatização das mulheres negras pela mídia e instituições italianas, visto seu ideal de raça ou de italianidade, chamado bianchezza mediterranea ou italianità (cf. Giuliani; Lombardi-Diop, 2013; Giuliani, 2017). A fundamentação das análises deste trabalho se sustenta nos estudos teórico-críticos de Giulietta Stefani (2007), Gaia Giuliani (2013, 2017), Rosetta Giuliani Caponetto (2014), Igiaba Scego (2015), Grada Kilomba (2019), Patricia Hill Collins (2019) e Marilena Delli Umuhoza (2020), que articulam a abordagem interseccional do feminismo.
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