Gênero, descolonização e raça em olhos d'água, de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.226-245Resumo
Este artigo estabelece relação entre os quinze contos que integram a obra Olhos d'Água (2014), de Conceição Evaristo, em especial, explora “Olhos d’Água”, “De que cor eram os olhos de minha mãe”, “Quantos filhos Natalina teve?”, “Ana Davenga, “Duzu-Querença”, “Beijo na face”, “Luamanda”, “O cooper de Cida”, “Maria” e “Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos”, em virtude de darem uma amostra do modo como a escritora desconstrói sentidos cristalizados sobre a mulher negra em nossa sociedade. Para isso, analisamos nos contos as representações das mulheres negras e sua condição de subalternidade na sociedade. Verifica-se que Evaristo se empenha na descolonização[1] da mulher negra, proporcionando um espaço discursivo de libertação do legado colonialista. Assim, tendo em vista que a autora, por meio de suas personagens, aborda a condição feminina negra na sociedade e a violência enfrentada por essa classe de mulheres e traz em suas histórias questões de gênero, descolonização e raça, tomamos as teorias que discutem conceitos como lugar de fala, subalternidade, feminismo negro, literatura feita por mulheres e interseccionalidade entre gênero, etnia e classe social como suporte para a análise. Desse arcabouço teórico, destacam-se as contribuições de Djamila Ribeiro (2017 e 2019) e Gayatri C. Spivak (2010), dentre outras que podem nortear a compreensão das questões abordadas por Evaristo.
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