A África na obra o canto dos escravizados, de Paulina Chiziane

Autores/as

  • Simone de Barros Berte UNEMAT
  • Marinei Almeida
  • Vera Lúcia Maquêa

DOI:

https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.35-50

Resumen

A Literatura Africana de Língua Portuguesa, especialmente a poesia, frequentemente lança seu olhar para a colonialidade e as formas de opressão dela decorrentes, mas também evidencia a resistência, ou o anseio por ela, para a criação de uma outra realidade. Nesse contexto, este artigo tem por objetivo analisar O canto dos escravizados, de Paulina Chiziane, publicado no Brasil em 2018, refletindo sobre a experiência dos negros africanos quanto à colonialidade. A obra revisita episódios históricos das empreitas escravocratas e coloniais que envolveram o continente africano, mas também aponta para um convite a ressignificação do lugar homogeneizante legado à África. Deste modo, refletiremos, por meio da leitura de alguns poemas selecionados do livro, como é trazida a imagem da África e as estratégias provocativas utilizadas para apresentar uma possibilidade de (re)existir pela luta. Ao final, lançamos mão do poema “Grito negro” (1964), do autor moçambicano José Craveirinha, como aporte de diálogo sobre as discussões que envolvem o reconhecimento do africano como sujeito explorado, mas sobretudo com o tema da resistência, que norteia a obra poética de Paulina Chiziane.

Publicado

29/12/2024