Os desafios de ser mulher no romance Fique comigo, de Ayọ̀bámi Adébáyọ̀:
uma leitura pós-colonial da Nigéria
DOI:
https://doi.org/10.47209/2594-4916.v.11.n.2.p.154-168Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar as representações da mulher no romance Fique comigo, da escritora nigeriana Ayọ̀bámi Adébáyọ̀. Publicada em 2017, a história se passa durante o período de crise e golpes políticos na Nigéria e narra os conflitos da protagonista e de sua geração com os papéis esperados para uma mulher em uma sociedade marcada pelas imposições do matrimônio, da maternidade e das tradições nas famílias nigerianas (Diop, 2014). Realizamos uma pesquisa de caráter bibliográfico para compreender o feminismo/mulherismo (Ogunyemi, 1985), as discussões sobre gênero (Oyěwùmí, 2011, 2020, 2021), bem como a importância do mito da mãe-comunitária e do conceito de Maternismo (Acholonu, 1995) na perspectiva de intelectuais do continente africano. Desse modo, ao analisarmos as principais personagens femininas e seus papéis na estrutura social e identitária da cultura nigeriana, percebemos que, apesar da maternidade e da família manterem uma forte determinação dos papéis da mulher na cultura iorubá, o romance problematiza os conflitos entre a tradição local e os ditos coloniais no âmbito familiar, demonstrando o gosto amargo do patriarcado ocidental em uma sociedade com raízes matrilineares.
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