A solidão e as lembranças do eu-lírico refletidas na paisagem noturna em poemas de Florbela Espanca e Sophia de Mello Breyner Andresen

Resumo

A poesia, através de sua subjetividade, permite que se exprimam emoções por imagens que, de outra forma, não poderiam ser demonstradas em sua plenitude. Considerando imagens e paisagens noturnas, o presente artigo propõe demonstrar a solidão e as lembranças do eu-lírico refletidas na paisagem noturna dos poemas Só, de Florbela Espanca e A Solidão de Sophia de Mello Breyner Andresen, poetas portuguesas de extensa produção poética. A fundamentação teórica baseia-se em pressupostos teóricos de Canton (2009), Santos & Oliveira (2001) para conceituar espaço e lugar, Borges Filho (2009) no que diz respeito à topoanálise e simbolismo das cores no espaço, além das ideias de Blanchot (1987) e Collot (2010) no que se refere ao espaço poético e a paisagem na poesia.

ABSTRACT

Poetry, because of its subjectivity, allows the use of images to express emotion,
an effect that could not be fully achieved by other means. This paper examines nocturnal images and landscapes in order to demonstrate the loneliness and memories of two poetic personas: those of Só, by Florbela Espanca, and A Solidão, by Sophia de Mello Breyner Andresen, both Portuguese poets of vast poetic production. The theoretical framework is based on Canton’s (2009) and Santos & Oliveira’s (2001) concepts of space and place, Borges Filho’s (2009) studies on topoanalysis and the symbolism of colors in space, besides Blanchot’s (1987) and Collot’s (2010) ideas regarding the poetic space and the landscape in poetry.