Espaços de escuta: fazer ouvir as epistemologias de Abya Yala

Resumo

As vozes, sabedorias e tecnologias Indígenas são milenares. E os Povos Originários (r)existem desde a invasão de Abya Yala iniciada em 1492. As Literaturas Indígenas agem como estratégias de (r)existência à ruptura histórica do período colonial e carregam para a contemporaneidade suas palavras milenares. Os Povos Originários sempre tiveram voz, o que vem sendo sistematicamente negado pela ocidentalidade é a escuta dessas mesmas vozes. Nesse sentido, penso nos Espaços de Escuta que precisam existir para acolher os Lugares de Fala. Espaços de escuta precisam ser criados porque nossas vozes têm valor, tal como nossas epistemologias, nossos sistemas de conhecimento. O compromisso de desmantelar o sistema-mundo colonial deve ser universal e não apenas dos grupos historicamente oprimidos por ele e que lidam com as consequências – fatais – da colonialidade diariamente. Este trabalho propõe os Espaços de Escuta para acolhida dos lugares de fala contra o silenciamento imposto pela ocidentalidade para a disseminação de novas epistemes e a construção de novos mundos possíveis.

Abstract

Indigenous voices, wisdom and technologies are ancient. Indigenous Peoples have (r)existed since the invasion of Abya Yala, in 1492. Indigenous Literatures act as strategies of (r)existence to the historical rupture originated by the colonial period, carrying Indigenous millenary voices to contemporaneity. Native Peoples have always had a voice, what has been systematically denied by Western society is listening to those same voices. In that sense, I think of the Listening Spaces that need to exist to accommodate shared standpoints (Lugares de Fala). Listening spaces need to be created because our voices have value, as do our epistemologies, and our knowledge systems. The commitment to dismantle the colonial world-system must be universal and not just by the groups historically oppressed by it and who deal with the - fatal - consequences of coloniality on a daily basis. This work proposes Listening Spaces to welcome the lugares de fala (shared standpoints) as a strategy against the silencing imposed by Western society. Listening Spaces for the dissemination of new epistemes and the construction of new possible worlds.