GÊNERO E RESISTÊNCIA: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO POEMÁRIO MUGIDO (2017) DE MARÍLIA FLOOR KOSBY

Autores

  • Erlândia Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.14.n.4.6741

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar a resistência contida na obra Mugido (2017), da escritora Marília Floor Kosby, que com sua escrita poética utiliza de potência e força para caracterizar o feminino, destoante do padrão vigente em nossa sociedade patriarcal. Heloísa Buarque de Hollanda em As 29 poetas hoje (2021, p. 29), analisa tal obra como “brutal de partos, nascimentos, violências, espanto e animalidade”. Estas nuances dos poemas, dilatam e escorrem como o próprio mugido que dá nome ao livro, desarticulando a palavra e usando dos sentidos, nessa desarticulação o animal-fêmea da trama poética ganha evidencia. Kosby sinaliza uma similaridade/afeto entre fêmeas, assim, compreende-se que as violências e resistências que o animal-fêmea sofre são também as violências e resistências que as mulheres perpassam no espaço social e simbólico. Este olhar da poeta nos traz uma crítica audaz ao nosso tempo, denunciando desde os silenciamentos pelos quais as mulheres passam, até a ausência de direitos sobre o próprio corpo. Para tanto, esta pesquisa recorre aos estudos críticos de Silvia Federici (2019), Maria Helena Kuhner (1989), Márgara Russotto (1994) e demais pesquisadoras que nos ajudem a compreender as resistências que atravessam a obra aqui analisada.

Abstract

This paper aims to analyze the resistance contained at the work Mugido (2017), by the writer Marília Floor Kosby, which, with its poetic writing, utilizes strength and potency to characterize the feminine, out of tune with the current standards in our patriarchal society. Heloisa Buarque de Hollanda in As 29 poetas hoje (2021, p. 29), analyzes this work as "brutal from parturitions, births, violences, fright and animality". Those nuance in the poems expand and drain like the own moo which gives name to the book, disarticulating the word and using the senses, in that disarticulation, the female-animal at the poetic plot gains evidence. Kosby hints at a similarity/fondness between the females, and in that sense, it is comprehended that the violences and resistances suffered by the female-animal are also the violences and resistances which women endure at social and symbolic spaces. This view by the poet brings us a bold criticism at the present times, denouncing since the muting which women are subjected to, to the absence of rights about womens' own bodies. For that, this paper resorts to critical studies by Silvia Federici (2019), Marial Helena Kuhner (1989), Márgara Russotto (1994) and other women researchers who help us to comprehend the resistances wich pass through the work here analyzed.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

01/02/2022

Como Citar

Ribeiro, E. (2022). GÊNERO E RESISTÊNCIA: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO POEMÁRIO MUGIDO (2017) DE MARÍLIA FLOOR KOSBY. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 14(4), 64–77. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.14.n.4.6741