Recortes historiográficos do cenário madeirense em retalhos de relatos: entre expedicionários, autóctones, cachoeiras e corredeiras
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.1.6822Palavras-chave:
Relatos de viagem, Rio Madeira, Representação, AutóctoneResumo
Este trabalho apresenta uma leitura-análise sobre as representações do espaço-tempo e seres da região que compreendia as cachoeiras e corredeiras do rio Madeira, na perspectiva de viajantes/escritores que deixaram seus registros sobre aquele espaço amazônico. Como corpus de análise utilizamos fragmentos de três relatos de viagem contidos na obra A ferrovia do diabo de autoria de Manoel Rodrigues Ferreira, a saber: do bandeirante Francisco de Melo Palheta em 1722, a expedição de Francisco José de Lacerda e Almeida em 1781 e a expedição filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira de 1788. Como referencial teórico dialogamos com a teoria Pós-colonial de análise de discurso, crítica literária amazônica e estudos historiográficos. Nossa leitura-análise aponta para a convergência entre os fragmentos dos relatos madeirenses com a lógica representacional predominante nos primeiros relatos sobre a Amazônia, região narrada como um espaço infernal, apagamento e/ou silenciamento dos povos autóctones no qual a visão do outsider é o padrão a ser replicado.
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