Literatura surda e mídias sociais

uma análise da poesia e da arte Visual Vernacular de Fábio de Sá

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.3.7296

Palavras-chave:

Literatura Surda, Literatura Marginal/Periférica, Visual Vernacular, Poesia em língua de Sinais

Resumo

A partir dos debates gerados em torno dos Estudos Culturais e Estudos surdos, apresentamos uma investigação pautada nas produções culturais de sujeitos surdos, relacionadas especialmente à literatura como manifesto poético, registrada por meios alternativos de circulação favorecidos pelo uso da tecnologia. O presente artigo tem por objetivo descrever e analisar a produção poética do autor surdo Fábio de Sá no que se refere aos modos de criação, circulação e consumo desses objetos culturais no contemporâneo seguido de atravessamentos relacionados a: Como a comunidade surda está representada na poesia sinalizada? Quem são os produtores de literatura surda em destaque na contemporaneidade? Quem é o público-leitor? Quais alternativas de circulação utilizada por esta literatura periférica? O embasamento teórico atribui-se aos conceitos mencionados por Quadros & Sutton- Spence (2006), Zumthor (2007), Garramuño (2014), Sutton-Spence (2021) entre outros. O material que subsidia esta investigação corresponde aos vídeos poéticos disponibilizados pelo autor Fábio de Sá em sua plataforma virtual Instagram, nos anos de 2015 a 2020, subsidiariamente, em dados coletados em entrevista acerca do trabalho de autoprodução em língua de sinais. Como resultado, verificamos que a mídia social Instagram conta com o maior número de produções poéticas. A estética de suas produções é construída por meio das descrições imagéticas (DI) que priorizam o modo visual, apropriando-se do corpo como suporte para materializar sua arte e promover experiência sensível no leitor diante daquilo que vê, além de recursos linguísticos proporcionados pela riqueza da língua de sinais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BRANDWIJK, M. V. Visual Vernacular An Inter and Intra Sign Language Poetry Genre Comparison. 2018. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Linguística, Linguagem e Cognição) - Leiden University, 2018.

GUARRAMUÑO, F. Frutos Estranhos: Sobre a Inespecificidade na Estética Contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.

RAMOS, D. C. M. P; ABRAHÃO, B. Literatura Surda e Contemporaneidade: Contribuições para o Estado da Visual Vernacular. Pensares em Revista, Rio de Janeiro, n. 12, p. 56-75, 2018.

SUTTON-SPENCE, R. Literatura em Libras. Petrópolis. Rio de Janeiro: Editora Arara Azul, 2021.

SUTTON-SPENCE, R.; QUADROS, R. M. Poesia em Língua de Sinais: Traços da Identidade Surda. In: QUADROS, R. M. Estudos Surdos I. Rio de Janeiro: Editora Arara Azul, 2006 p. 110-165.

SUTTON-SPENCE, R.; QUADROS, R. M. Performance Poética em Sinais: o que a audiência precisa para entender a poesia em sinais. In: STUMPF, M.; LEITE, T. A.; QUADROS, R. M. Estudos da Língua Brasileira de Sinais II. Florianópolis: Insular, 2014.

ZUMTHOR, P. Performance, Recepção, Leitura. São Paulo: Cosacnaify, 2007.

Downloads

Publicado

31/03/2023

Como Citar

Soares Rosa, D., & Batista da Silva, A. (2023). Literatura surda e mídias sociais: uma análise da poesia e da arte Visual Vernacular de Fábio de Sá. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 15(3), 102–118. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.3.7296

Edição

Seção

Dossiê Mutações Literárias: reconfigurações da literatura brasileira contemporânea (2010 ao presente)