A representação do rio no enredo de Três Casas e um Rio de Dalcídio Jurandir

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7820

Palavras-chave:

Dalcídio Jurandir, Dalcídio Jurandir; Três casas e um rio, Narrativa histórica

Resumo

O presente artigo busca explorar e refletir a representação do rio na obra Três Casas e um Rio (1958), do escritor paraense Dalcídio Jurandir através de diferentes simbologias que funcionam como estratégia de constituição tanto do desenvolvimento do enredo como influenciador na trajetória dos personagens da história. O romance escolhido como objeto deste estudo é o terceiro entre os dez que integram o chamado Ciclo do Extremo-Norte (1941-1978) e apresenta a história social e cultural da Amazônia, mais especificamente, de Belém e do seu entorno fluvial. Observa-se na narrativa a importância dada ao ambiente do espaço amazônico, inclusive, a elementos da natureza como o rio que surge em uma relação de interdependência entre este e os humanos, sendo notável através de simbolismos, metáforas e personificação que o dão vitalidade e a devida significância na história. Deste modo, o autor da obra rompe com o paradigma tradicional dos elementos da natureza serem apresentados como simples espaço que ambienta a obra ou em confronto com o personagem humano. A metodologia utilizada é de cunho qualitativo e bibliográfico. Para embasamento pautou-se nos textos de: Bachelard (1988); Nunes (2004); Loureiro (2015); Pessôa (2023); Nenevê e Sampaio (2015); Valério (2010), entre outros autores relevantes para a análise.

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Publicado

27/12/2023

Como Citar

Aragão, T. S. (2023). A representação do rio no enredo de Três Casas e um Rio de Dalcídio Jurandir. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 16(3), 373–388. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.16.n.3.7820