DE INFLUÊNCIA DO EMPRESARIADO NACIONAL E DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS NAS POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA DÉCADA DE 1990/INFLUENCE OF THE NATIONAL BUSINESS AND INTERNATIONAL ORGANISMS ON POLICIES FOR PROFESSIONAL EDUCATION IN THE 1990S

Autores

  • Arão Davi Oliveira UCDB
  • Celeida Maria Costa de Souza e Silva

Palavras-chave:

História da educação profissional, Políticas Públicas Educacionais, Acumulação Flexível do Capital.

Resumo

Este artigo tem como tema a história da educação profissional brasileira, se limita a investigar com quais interesses os organismos internacionais e os empresários nacionais propuseram uma reforma no sistema educativo brasileiro, em específico, na educação profissional na década de 1990? Esta pesquisa vincula-se ao Grupo de Pesquisa Políticas de Formação e Trabalho Docente (GEFORT) do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Objetiva-se apresentar as propostas e interesses do empresariado nacional e dos organismos internacionais para a reforma da educação profissional brasileira iniciada na década de 1990. Focamos nossos estudos na Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien (1990); no Relatório de Jacques Delors, Educação: um tesouro a descobrir (DELORS, 1998); no documento Educação Básica e Formação Profissional: uma visão dos empresários” (EBFP) publicados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 1993; e no documento “Prioridades e Estratégias para a Educação” publicado pelo Banco Mundial em 1995. É uma pesquisa documental e bibliográfica cujos resultados indicam que esses documentos promoveram um consenso no âmbito educativo nacional e serviram de referência para a proposição de reformas no sistema educacional brasileiro, atingindo a LDBN de 1996, os PCNEM de 1999 e Decreto Federal n° 2.208 de 1997 que ficou conhecido como a Reforma da Educação Profissional. Esses documentos federais atenderam as sugestões advindas dos organismos internacionais e dos representantes do empresariado nacional proporcionando uma formação geral flexível, polivalente, valorizando as competências com intuito de promover melhor adaptação da força produtiva a nova fase de acumulação flexível do capital.

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Publicado

20/12/2020

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Artigos