Pouco mais de cinco décadas, acompanhamos de forma sistêmica a metamorfose do espaço agrário do Estado de Rondônia. O “nascimento econômico” dessa região baseou-se numa economia exclusivamente extrativista, que através de novas temporalidades e materialidades cristalizadas no território rondoniense, a partir da década de 1960, foi sucumbida por uma diversidade econômica que foi se estabelecendo e vestindo Rondônia com uma nova roupagem econômica. O cenário econômico espacial do Estado se transforma dinamicamente e novos atores desse processo passam a exercer forte influência e domínio do território, impondo seus modelos de produção com base na agropecuária que projetou Rondônia no cenário multiescalar. Esse novo arranjo espacial transformou a cidade de Vilhena como centro produtor de commodities, especialmente de grãos de soja e milho que através dos circuitos espaciais da produção atende as normas de uma economia globalizada. É relevante destacar que essas transformações foram acompanhadas de problemas socioeconômico-ambientais e por conflitos pela posse e uso da terra entre camponeses e o agronegócio, responsáveis pelo processo de produção de alimentos, ou seja, pela soberania e segurança alimentar.