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Artigos

v. 5 n. 1 (2018)

REGATÕES E COMERCIANTES NA FRONTEIRA DO RIO ABUNÃ/AMAZÔNIA

DOI
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v5i1.3278
Enviado
julho 4, 2018
Publicado
04/07/2018

Resumo

Neste artigo, analisamos a ação dos regatões na fronteira do Brasil com a Bolívia, ao longo do rio Abunã e seus afluentes, nas décadas de 1910 a 1940. Esses agentes comerciais desenvolveram suas atividades no interior das unidades produtivas da economia da borracha, a partir das brechas deixadas pelo sistema de aviamento na Amazônia. Assim, para o desenvolvimento desse trabalho, realizamos levantamento bibliográfico de autores e obras que trataram do tema em questão, bem como, analisamos entrevistas orais realizadas com atores sociais que exerceram várias atividades nos seringais do vale do rio Abunã. O comércio da borracha definiu o padrão sócio-espacial do interior da Amazônia, enquanto que a presença dos regatões caracterizou-se como um novo componente (do complexo do seringal), peculiar na paisagem na região. Esses mascates fluviais, inicialmente, praticavam o escambo com os nativos da Amazônia, trocando bugigangas com produtos regionais. Essa realidade atraiu centenas de estrangeiros que desenvolveram o comércio de regateio na região. A grande extensão do vale do rio Abunã isolou os seringais, permitindo a ação dos regatões. Os vínculos comerciais eram múltiplos, onde parte dos regatões representavam as casas aviadoras de Belém e Manaus, ou trabalhavam por conta própria. Assim, os mascates itinerantes estabeleceram complexas relações comerciais com as populações ribeirinhas, tendo que enfrentar a oposição de vários seringalistas (e às vezes, da Igreja). Em outros casos, estavam a serviço de algum seringalista-comerciante regional. Alguns regatões estabeleceram relações comerciais clandestinas com seringueiros que violavam os regulamentos dos seringalistas A majoração das mercadorias garantia altos lucros aos mascates fluviais. No entanto, os mascates tiveram uma participação importante no contexto economia da borracha, pois, em suas pequenas embarcações desafiavam todas as adversidades geográficas para abastecerem os seringais, vilas e povoados na fronteira do Brasil com a Bolívia. Com a decadência da economia extrativista, o desenvolvimento das cidades e a construção de rodovias, esta atividade perdeu a importância na região.

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