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Artigos

v. 7 n. 2 (2020): EDIÇÃO ESPECIAL - 20 ANOS DOS GRUPOS DE PESQUISA GEPGÊNERO E GEPCULTURA

“CONTINUUM” DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO GÊNERO FEMININO E O LUGAR DO CRIME

DOI
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v7i2.5610
Enviado
setembro 5, 2020
Publicado
03/11/2020

Resumo

O presente artigo objetiva apresentar os resultados da pesquisa intitulada “O lugar do medo: violência sexual contra meninas sob o olhar geográfico”, realizada entre os anos de 2018 e 2019, através/pela Universidade Federal de Rondônia-UNIR, para obtenção de título de mestra em Geografia. Na perspectiva da geografia de gênero, com uso do método fenomenológico, baseado na obra “A poética do Espaço” de Gaston Bachelard (1993), e por meio das técnicas de revisões bibliográficas, entrevistas e produções de mapas mentais, foi possível analisar o crime de violência sexual incestuoso ou intrafamiliar contra crianças e adolescentes do gênero feminino, o lugar onde os abusos ocorriam, a relação de proximidade ou grau de parentesco entre as vítimas e abusador (es), as consequências para o convívio social resultantes desse processo e o “continuum” de violências perpetradas contra as vítimas, concomitante aos abusos sexuais ou em momentos posteriores às violações. Meninas constituem a maior parte das vítimas nesse tipo de crime, diretamente ligado ao patriarcado, realizado sob atos de violências, opressões e ausências. A maior parte dos abusadores são os padrastos, pais, avôs, irmãos, tios e/ou pessoas que têm acesso ao lugar de habitação das vítimas, o que consequentemente desmonta a ideia da casa como lugar seguro à vida e ao desenvolvimento humano, ao mesmo tempo, em que evidencia as relações díspares no lugar vivido entre a vítima e o abusador.

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