Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 8 n. 3 (2021)

HOMEM GEOGRÁFICO: O CORPO EM FLUXOS ESPACIAL E TEMPORAL

DOI
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v8i3.6093
Enviado
fevereiro 3, 2021
Publicado
20/11/2021

Resumo

Este trabalho visou a um estudo acerca do homem geográfico através da ontologia da corporalidade. Desse modo, concebeu-o pelas relações na fundamentação de: geograficidade (relação homem com Terra: existencial), topofilia (relação homem com Lugar: sentimentos) e do eu geográfico (relação homem e Espaço: desejos). Destarte, encaminhou-se, a partir do Espaço e Tempo, à condição de fluxo (em-si) do corpo (para-si). No fluxo espacial, tem-se a marcha da humanidade, dessarte, nesse fluxo dos pés, notou-se, quanto ao corpo, uma abertura pela antropologia dos sentidos: Corpo-Terra (tátil), Corpo-Técnica (manual), Corpo-Horizonte (visão), Corpo-Sabor (paladar), Corpo-Meio (audição) e Corpo-Atmosfera (olfato). Disso, caminha-se na tessitura da historicidade humana pelo habitar, desde a originária topofilia tanzaniana, marcos: construir (homo habilis), cultivar (homo erectus) e falar (homo sapiens). Enquanto no fluxo temporal, no pensamento, pelo fluxo das cabeças, há uma interação do corpo em geodiversidade: na intensidade contextual de coletividade (asabiya, ao tempo) concebendo sociedades (umran, ao espaço). Assim, permite-se situar o homem geográfico dos pés (corpo) à cabeça (consciência), transpassado pelo fluxo espaço-tempo. Tem-se, por fim, de modo existencial, uma concepção de Antropologia geográfica.

Referências

  1. ARISTÓTELES. A Política. Rio de Janeiro: Edições de ouro, S/D.
  2. ATMANSPACHER, Harald. Dual-aspect monism according to the pauli-jung conjecture. Rev. Simbio-Logias, Botucatu, v. 10, n. 14, p. 60-78, 2018.
  3. BALOUT, Lionel. A hominização: problemas gerais. In: KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África I: metodologia e pré-história da África. 2a. ed. rev. Brasília: UNESCO, p. 471- 489, 2010.
  4. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
  5. BESSE, Jean-Marc. Ver a Terra. São Paulo: Perspectiva, 2014.
  6. BLASIO, Carolina. Sobre a ideia de tempo vulgar de Martin Heidegger. Ética e Filosofia Política, v. 2, n. 10, p. 1-15, 2007.
  7. CLARK, John. Pré-história da África austral. In: KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África I: metodologia e pré-história da África. 2a. ed. rev. Brasília: UNESCO, p. 551-589, 2010.
  8. CLAVAL, Paul. História da geografia. Lisboa (Portugal): Ed. Edições 70, 2015.
  9. CRITELLI, Dulce. Analítica do Sentido: uma aproximação e interpretação do real. São Paulo: Brasiliense, 1996.
  10. DARDEL, Eric. O Homem e a terra: natureza da realidade geográfica. São Paulo: Perspectiva, 2011.
  11. DE PAULA, Fernanda. Sobre geopoéticas e a condição Corpo-Terra. Geograficidade, v. 5, Número Especial, p. 50-65, 2015.
  12. FREITAS, Gabriela. Da estética do fluxo à estética em fluxo: experiência e devir entre artemídia e comunicação. 2014. 225 p. Teses (Doutorado em Comunicação Social), Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
  13. GRATÃO, Lúcia; MARANDOLA JR., Eduardo. Sabor da, na e para Geografia. Geosul, Florianópolis, v. 26, n. 51, p. 59-74, 2011.
  14. HARTSHORNE, Richard. Propósitos e natureza da geografia. São Paulo: Hucitec, 1978.
  15. HEIDEGGER, Martin. Construir, habitar, pensar. In: HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 8a ed. Petrópolis: Vozes; Bragança: Ed. Universitária São Francisco, p. 125-142, 2012.
  16. HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 10a ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2015.
  17. KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 5a ed. Lisboa: Fundação Calouste, Gulbekian, 2001.
  18. KHALDUN, Ibn. Os prolegômenos ou Filosofia Social. São Paulo: Safady Ltda, v. 1, 1958.
  19. KHALDUN, Ibn. Os prolegômenos ou Filosofia Social. São Paulo: Safady Ltda, v. 2, 1959.
  20. KHALDUN, Ibn. Os prolegômenos ou Filosofia Social. São Paulo: Safady Ltda, v. 3, 1960.
  21. KIMBLE, George. A geografia na Idade Média. 2a ed. Londrina: Eduel; São Paulo: Imprensa Oficial do estado de São Paulo 2005.
  22. LA BLACHE, Paul. Des caractères distinctifs de la géographie. Annales de géographie, n. 22, p. 289-299, 1913.
  23. LA BLACHE, Paul. Princípios de geografia humana. Lisboa: Edições Cosmos, 1954.
  24. LACOSTE, Yves. Ibn Khaldun: nascimento da história – passado do terceiro mundo. São Paulo: Ática, 1991.
  25. LATIFI, Gholamreza. عمران از دیدگاه ابن خلدون. Scientific- Research Quarterly of Geographical Data (SEPEHR), v. 9, n. 35, p. 45-50, 1379.
  26. LEÃO, Emmanuel. Introdução. In: HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. 2a ed. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, p. 7-21, 1995.
  27. LE BRETON, David. Antropologia dos Sentidos. Petrópolis: Vozes, 2016.
  28. LE BRETON, David. Antropologia do corpo e modernidade. 3a ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
  29. LEITÃO, Alex. Antropologia dos sentidos. Cadernos de Linguagem e Sociedade, v. 19, n. 2, p. 278-283, 2018.
  30. LIVERANI, Mário. Antigo Oriente: histórica, sociedade e econômica. São Paulo: Ed. USP, 2020.
  31. LOPES, Jahan. Complexo de Odisseu: uma geografia existencial do deslocar e do pertencer. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 102, p. 48-62, 2019.
  32. LOPES, Jahan. Geografia existencial: entosfera, ontosfera e nadosfera. Geografia (Rio Claro. Online), Rio Claro, v. 46, n. 1, p. 1-22, 2021.
  33. LOPES, Jahan. Tempo geográfico: um caleidoscópio da simultaneidade. Geografar, Curitiba, v. 16, n. 2, p. 335-350, 2021b.
  34. LYOTARD, Jean-François. A Fenomenologia. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1954.
  35. MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 5a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2018.
  36. MIRANDA, Maria. O pensamento de Heidegger: sua importância na filosofia atual. In: HEIDEGGER, Martin. Da experiência do pensar. Porto Alegre: Editora Globo, cap. I, p. 1-14, 1969.
  37. MONDARDO, Marcos. O Corpo enquanto “Primeiro” Território de Dominação: O Biopoder e a Sociedade de Controle. Unbral Fronteiras, Dourados, Universidade Federal da Grande Dourados, 2009.
  38. NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra. São Paulo: Lafonte, 2017.
  39. PLATÃO. A República. São Paulo: Hemus, 1970.
  40. RECLUS, Élisée. O Homem e a Terra: Progresso. São Paulo: Expressão & Arte: Ed. Imaginário, 2011.
  41. RIVERA, Tania, O Corpo-Horizonte. Sobre Miragens de Regina de Paula. Poiesis, Niterói, v. 14, n. 21-22, p. 53-64, 2013.
  42. SACK, Robert. Homo geographicus: a framework for action, awareness, and moral concern. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1997.
  43. SACK, Robert. Human territoriality: its theory and history. London: Cambridge University Press, 1986.
  44. SANTOS, Fabrício. A grande árvore genealógica humana. Rev. UFMG, Belo Horizonte, v. 21, n. 1 e 2, p. 88-113, 2014
  45. SARTRE, Jean-Paul. O Ser e O Nada: ensaio de Ontologia Fenomenológica. 24a ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
  46. SEEMANN, Jörn. Estratégias pós-fenomenológicas para cartografar uma região: narrativas, mapeamentos e performance. Geograficidade, v. 3, n. 2, p. 65-78, 2013.
  47. SILVA, Paulo. Transformações na organização produtiva da agricultura camponesa: um estudo da produção de abacaxi de Sergipe. 2016. 153 f. Dissertação (Pós-Graduação em Geografia) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2016.
  48. SUTTON, John. A Pré-História da África Oriental. In: KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África I: metodologia e pré-história da África. 2a ed. Brasília: UNESCO, cap. 19, p. 511-549, 2010.
  49. TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel, 1983.
  50. TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Londrina: Eduel, 2012.
  51. VICO, Giambattista. Princípios de (uma) Ciência Nova: acerca da natureza comum das nações. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  52. WRIGHT, John. Terrae incognitae: o lugar da imaginação na geografia. Geograficidade, v. 4, n. 2, p. 4-18, 2014.

Downloads

Não há dados estatísticos.