GEOGRAFICIDADES DO JURUÁ: A PERCEPÇÃO DO LUGAR DOS RIBEIRINHOS DA COMUNIDADE PORTO ALEGRE, EM IPIUNA-AM
DOI:
https://doi.org/10.36026/rpgeo.v12i1.8153Palavras-chave:
Ribeirinhos, Lugar, Geograficidade, Fenomenologia, PercepçãoResumo
O texto se propõe a analisar o conceito fenomenológico de lugar de maneira correlacionada às narrativas dos moradores da comunidade ribeirinha Porto Alegre. Uma comunidade que pertence ao município de Ipixuna-AM, e que se localizada à margem direita do rio Juruá, bem em frente à cidade. Deste modo, a pesquisa parti de uma revisão bibliográfica, embasada na fenomenologia de Merleau-Ponty e em autores da vertente da Geografia Cultural fenomenológica, tais como: Eric Dardel, Edward Relph, Yi-Fu Tuan, Anne Butimen, Paul Claval, Werther Holzer, Amélia Regina Batista Nogueira e entre outros. Assim como, se utilizou a abordagem qualitativa e enfoque descritivo/exploratório. Quanto aos procedimentos, foram aplicados entrevistas e formulários com perguntas abertas semiestruturadas com quatro das famílias mais antigas da comunidade. Nessa perspectiva, o trabalho tem como foco analisar e compreender a percepção e a geograficidade dos ribeirinhos a respeito do seu Lugar (mundo vivido), seu modo de vida, noções vinculadas à perspectiva da geografia humanista-cultural, buscando entender, por meio da percepção do lugar dos moradores, o que é ser ribeirinho. Sendo resultado de pesquisas realizadas durante o período de 2023 a 2024, a partir de interesses relacionando as leituras sobre os autores. A percepção do lugar dos ribeirinhos está imbuída nas vivências mediatizadas pela dinâmica de vida na margem do Juruá, pelo ir e vir das canoas, na subida ao barranco, na pesca, no plantio, entre outras coisas inerentes ao modo de ser ribeirinho.
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