Via Espessa: uma écloga iluminada pela loucura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.14.n.1.5664

Palavras-chave:

Égloga. Ressignificação. Hilda Hilst.

Resumo

 

Diante das odes, baladas, elegias, églogas, cantigas, trovas e sonetos, a poesia arquitetada por Hilda Hilst deslimita-se formalmente ao passo que o universo construído em seus versos se multidimensiona através do diálogo que ela articula tanto com as formas composicionais mencionadas quanto com os poetas que as articularam. À conclusão semelhante chegou Cristiane Grando (2014) que empreendeu análise do poema “Da morte, odes mínimas”, publicado em 1980, tendo como ponto de partida o processo criativo empreendido por Hilst através do estudo de manuscritos. E é através desse viés de leitura que procuramos, nesse estudo, analisar de que forma a arquitetura da égloga é ressignificada no poema “Via Espessa” publicado em Do desejo (1992). Para tal, partiremos de uma análise teórica acerca dos diálogos estabelecidos com as formas composicionais clássicas diante das influências e ressignificações tendo: Elliot (1989), em “Tradição e Talento Individual” nos seus Ensaios, Pound (1970), em ABC da Literatura,  Bloom (2002), em A angústia da Influência e Octávio Paz (1984), em Os filhos do barro como base. Logo após, partiremos à análise do poema “Via Espessa” procurando deslindar os procedimentos de ressignificação da égloga que são articulados nesse poema. 

 

ABSTRACT

Faced with odes, ballads, elegies, eglogies, songs, trovas and sonnets, the poetry designed by Hilda Hilst is formally liberated while the universe built in her verses is multi-dimensioned through the dialogue she articulates both with the mentioned compositional forms and with the poets who articulate them. Cristiane Grando (2014), who undertook an analysis of the poem "Da morte, odes mínimas", published in 1980, reached a similar conclusion, taking as her starting point the creative process undertaken by Hilst through the study of manuscripts. And it is through this reading bias that we seek, in this study, to analyze how the structure of egloga is resignified in the poem "Via Espessa" published in “Do Desejo” (1992). In order to do that, we will start from a theoretical analysis about the dialogues established with the classical compositional forms before the influences and resignifications having: Elliot (1989), in "Tradição e Talento Individual" in his “Ensaios”, Pound (1970), in “ABC da Literatura”, Bloom (2002), in “A Angústia da Influência”, and Octavio Paz (1984), in “Os Filhos do Barro” as background. Afterwards, we will start the analysis of the poem "Via Espessa", trying to uncover the procedures for the resignification of egloga that are articulated in this poem.

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Biografia do Autor

Milena Karine Wanderley, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Graduada em Letras - Língua Portuguesa (Licenciatura) pela Universidade Federal de Pernambuco (2010), Mestra em Letras, Estudos Literários, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2015) e Doutora em Letras, Estudos Literários, nessa mesma universidade. No âmbito dos estudos desenvolvidos no doutorado, investigou a poética de Hilda Hilst desde a aparição de poemas seus nas revistas literárias: Colégio, Branca e Tentativa (nas edições de 1949), até sua última obra - Estar sendo.Ter sido.(1997) - Nesse estudo, também desenvolveu análises relacionadas às relações de Hilda Hilst com a tradição, sobretudo as que são articuladas por meio da ressignificação de Formas Composicionais Clássicas. Tem experiência docente na área de Letras, com ênfase no ensino de Língua Portuguesa - Análise Linguística, Produção de texto e Literatura e atua como professora do Ensino Básico na rede privada. 

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Publicado

15/05/2021

Como Citar

Wanderley, M. K. (2021). Via Espessa: uma écloga iluminada pela loucura. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 14(1). https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.14.n.1.5664