O patriarcalismo como ferramenta de opressão e a escrita feminina no conto “O manequim”, de Adalgisa Nery
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.4.6977Palavras-chave:
Adalgisa Nery, Literatura brasileira moderna, Escrita feminina, Patriarcalismo, Vozes esquecidasResumo
O movimento modernista foi responsável por importantes transformações artísticas, intelectuais e no pensamento vigente no século XX, tendo ressonância nas mais diversas áreas do conhecimento e da vida humana. Se muitas transformações aconteciam nesse momento, a posição feminina na sociedade também estava se moldando, embora o patriarcado tivesse forte domínio sob grande parte do funcionamento social, econômico e familiar. Nesse contexto, a literatura encontrava-se, como em outros tantos momentos, como uma poderosa ferramenta de reflexão e questionamento sobre o homem, a vida e suas configurações. O objetivo da discussão promovida por este artigo é analisar as marcas do patriarcalismo no conto “O manequim”, de Adalgisa Nery, observando como essa estrutura funciona como um mecanismo de controle frente à figura feminina. Assim, a proposta dialoga com a necessidade de apresentar a obra da escritora, trazendo também um pouco de sua perspectiva sobre a vida e a sociedade, já que são muito evidentes as marcas do pensamento e da vida pessoal de Adalgisa em sua escrita. A metodologia utilizada para a construção do trabalho tem abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos, é bibliográfica. Consiste numa análise teórico-crítica sobre o texto em questão da escritora. No contexto do conto, o patriarcalismo é uma ferramenta de controle social que coloca as mulheres em situação de vulnerabilidade, de marginalidade, de apagamento, privilegiando, portanto, o homem, que está no comando, no centro da organização familiar e social.
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