O chão e a água em terra sonâmbula: realidade e ficção, oralidade e humanização fantasiosa
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.4.n.1.1142Palavras-chave:
Linguagem mítica-lendária. Realismo. Pós-colonialidade. Tradicionalismo. Aculturação.Resumo
Com base no diálogo intertextual, abordar-se-ão fatos reais e ficcionais, representativos de África Portuguesa colonial e pós-colonialista, tendo como fundo o romance de Mia Couto, Terra Sonâmbula. Os elementos chão e água foram selecionados, pois revelam o ambiente de opressão, a fraqueza humana e a esperança (sonho) de renascimento da Terra-Mãe, provedora de todos. Daí a inserção do tradicionalismo, visto que resgata os mitos, as lendas e o modo de viver dos povos africanos, em especial de Moçambique e Angola, constituindo um modo de afirmação de ideologia identitária e de negação do aculturamento europeu. O sonho é o refúgio encontrado para fugir da tirania e miséria causadas pela guerra civil. Optou-se, assim, pela intertextualidade fantasiosa e realista, pois que se trata de uma existência ultrajada e comum a todos os povos africanos.