CATEGORIZAÇÕES SANGRENTAS

COMO AS CLASSIFICAÇÕES ANTROPOLÓGICAS DO ETNOCENTRISMO EUROPEU CULMINARA NO GENOCÍDIO DE RUANDA DE 1994

Autores

  • Diogo Gonzaga Torres Neto

Resumo

O presente artigo reúne a reflexão sobre as classificações étnicas, geográficas e bélicas, que se relacionam ao Genocídio de Ruanda. A finalidade deste paper é apresentar algumas classificações, arbitrárias e de natureza hegemônica, referentes aos ruandeses no final do século XIX, os quais foram classificados em tútsis e hutus, com base nos termos usados para designar as atividades agropastoris das comunidades africanas. Tal classificação, iniciada pelos alemães, foi ainda mais acirrada durante o domínio belga, com a proibição de mudança étnica, mediante craniometrias, índices nasais, índices oculares, estatura e tom de pele, que reforçaram os estereótipos de identidades raciais. Os tútsis tornaram-se a elite, que dominamediante monarquia, e os hutus, a massa subalterna. Após décadas de subordinação, os belgas iniciam a saída de Ruanda e deixam no poder os hutus, gerando massacres tanto de tútsis quanto de hutus em diversas localidades de Ruanda. Em 1994, após a morte do presidente hutu Juvénal Habyarimana, o ódio veio na forma de uma “temporada de facões”, que durou cem dias de morte aos tútsis. A ONU, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido evitaram durante boa parte desse período o uso do termo genocídio, utilizando se de várias outras terminologias, como guerra tribal, situação de caos, massacre, atos de genocídio. Somente após a morte de 1.074.017 ruandeses, a classificação final da ONU foi assumida como o Genocídio de Ruanda.

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Publicado

27/12/2023