Ecologia trófica de Cichla pleiozona e Serrasalmus rhombeus em reservatórios da bacia do rio Branco, Amazônia ocidental

Resumo

Estudos sobre a dieta de peixes permitem avaliar o papel dessas espécies na comunidade, além de fornecer importantes informações sobre o funcionamento dos ecossistemas no qual estão inseridas. Dessa forma, esse estudo tem como objetivo analisar a dieta de Cichla pleiozona (Kullander & Ferreira 2006) e Serrasalmus rhombeus (Linnaeus 1766), em reservatórios artificiais na bacia do rio Branco, afluente do rio Guaporé (Rondônia). Para isso, coletas foram realizadas em dois reservatórios entre novembro de 2018 e dezembro de 2019 e foram analisados os estômagos de 297 indivíduos. Entre os indivíduos analisados, 186 estavam com os estômagos cheios e 111 com estômagos vazios. Entre os indivíduos com estômagos cheios, 35 foram da espécie Cichla pleiozona (seis indivíduos coletados no reservatório da PCH Ângelo Cassol e 29 no reservatório da PCH Cachimbo Alto) e 151 da espécie Serrasalmus rhombeus (73 indivíduos foram capturados no reservatório da PCH Ângelo Cassol e 78 no reservatório da PCH Cachimbo Alto). Entre os itens consumidos por Cichla pleiozona, peixes foi o item mais comum, o que permitiu classificar está espécie como piscívora. Já a dieta de Serrasalmus rhombeus foi composta principalmente por insetos e peixes o que permitiu caracterizá-la como onívora. As duas espécies apresentaram largura de nicho estreita e nos reservatórios analisados não apresentam sobreposição de nicho. A análise da composição de dieta demonstrou que mesmo sendo ambas espécies predadoras, importantes para o funcionamento da diversidade de organismos aquáticos nos reservatórios, elas não competem pelos mesmos recursos alimentares.