Mulheres, Espaços e Poder

Uma Análise Histórica das Construções de Gênero

Resumo

O presente artigo tem como objetivo central analisar o papel da mulher na sociedade, questionando os lugares e espaços que foram historicamente designados e construídos para elas a partir de uma perspectiva masculina e patriarcal. Por meio de uma abordagem histórica, o trabalho explora as vivências, lutas e resistências das mulheres, com ênfase nas mulheres negras, que enfrentaram dupla marginalização em razão de seu gênero e raça. O estudo baseia-se em leituras bibliográficas que discutem a problemática das construções sociais, culturais e políticas que limitaram a atuação feminina, especialmente durante os séculos XIX e XX, período marcado por discursos pejorativos, machistas, etnocêntricos e eurocêntricos, enraizados no colonialismo e na colonialidade do poder. A análise destaca como essas estruturas opressoras categorizaram as mulheres, relegando-as a papéis subalternos e restringindo sua autonomia. As reflexões são embasadas em diálogos com autores fundamentais, como Ana Maria Colling, Maria Lugones, Heleieth Iara Bongiovani Saffioti, Rachel Soihet, Marcia de Vargas e Sandro M. Wambier, cujas contribuições permitem compreender a complexidade das questões de gênero, raça e classe. O artigo propõe a desconstrução de padrões opressivos e preconceituosos, defendendo a necessidade de repensar o lugar da mulher na sociedade, de forma a garantir maior igualdade, representatividade e justiça social. Por fim, o trabalho reforça a importância de reconhecer e valorizar as diversas experiências femininas, especialmente as das mulheres negras e indígenas, cujas histórias foram sistematicamente silenciadas ou distorcidas pela historiografia tradicional.