A ÓTICA IMPERIALISTA NO LIVRO AMAZÔNIA: NATUREZA, HOMEM E TEMPO DE LEANDRO TOCANTINS
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.12.n.1.4443Resumo
Este artigo analisou a presença e a reprodução da ótica imperialista de superioridade europeia e inferioridade indígena no livro Amazônia: natureza, homem e tempo do escritor paraense Leandro Tocantins. A pesquisa teve por objetivos identificar e analisar as expressões de linguagem empregadas no tocante ao indígena amazônida, bem como o seu papel na construção sociocultural da Amazônia atribuído pelo autor, ante a presença e atuação dos europeus. O presente artigo foi embasado na corrente teórica dos estudos pós-coloniais, sendo as maiores referências os autores Edward Said, Stuart Hall, Frantz Fanon, Enrique Dussel e Aníbal Quijano, com uso dos conceitos de encobrimento do outro e colonialidade do poder. Trata-se, portanto, de uma pesquisa de cunho essencialmente bibliográfico e qualitativo no campo da literatura, história e sociologia, compreendendo o livro base, objeto da pesquisa como sendo uma obra literária, dotada de certa autonomia ante o autor, leitor e sociedade em que se insere, mas intrinsecamente ligada ao contexto histórico que aborda, do qual não se desvencilha. Através dessa pesquisa foi possível identificar a presença e a reprodução do preconceito e do eurocentrismo, da ótica e da lógica imperialista colonizadora, na obra do escritor e intelectual amazônida Leandro Tocantins.