A relação entre integridade ambiental e a ocorrência de espécies exóticas invasoras de peixes em igarapés urbanos da Amazônia Sul-Ocidental
Palabras clave:
Porto Velho, Ambientes Degradados, Ictiofauna, Ecossistemas AquáticosResumen
A ocorrência de espécies exóticas invasoras (EEI) em ecossistemas aquáticos é frequentemente resultado de atividades humanas e uma série de mecanismos adaptativos contribuem para sua disseminação em novos habitats. Na bacia amazônica, uma complexa rede de pequenos riachos desempenha um papel vital no equilíbrio das funções ecossistêmicas, embora seja sensível a perturbações, como a expansão urbana desordenada e intensa observada na região. Neste cenário, o presente estudo investigou a ocorrência de EEI de peixes em igarapés urbanos de Porto Velho, na Amazônia Sul-Ocidental, e a relação com a situação ambiental destes ecossistemas utilizando um Índice de Integridade do Habitat (HII). Seguindo o protocolo de igarapés do Programa Monitora, foram coletados um total de 8.584 indivíduos e parâmetros abióticos de 10 igarapés, apenas 1.074 são de espécies nativas e 7.510 das espécies invasoras Oreochromis niloticus (Tilápia, 364 exemplares) e Poecilia reticulata (Guppy, 7.146 exemplares). As espécies invasoras dominaram em igarapés afetados pela atividade humana, indicando que a degradação ambiental está facilitando o sucesso das EEI nos riachos urbanos, o que foi confirmado pela análise de correlação de Spearman, que revelou uma forte relação negativa entre a abundância de EEI, espécies nativas (-0,895; p<0,05) e o HII (-0,911; p<0,05). Além disso, houve uma correlação positiva significativa entre a presença de EEI e a temperatura (0,585; p < 0,05). Esses resultados destacam a importância de políticas de conservação e manejo ambiental para preservar a integridade dos ecossistemas aquáticos na Amazônia, visando mitigar os impactos das espécies exóticas invasoras e proteger a biodiversidade nativa.