FRONTEIRA ENTRE CIÊNCIA, POESIAS E VIDA: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DE UM ESTÁGIO PÓS-DOUTORAL
DOI:
https://doi.org/10.48212/c&f.v4i1.6399Palavras-chave:
entre-lugares, fronteiras, ciência, vida cotidiana, poesiasResumo
O trabalho ora apresentado consiste em relatos de minha experiência com o Estágio Pós-doutoral realizado junto a Universidade Federal do Paraná- UFPR no contexto da pandemia da Covid 19 a partir de elementos de condições humanas na tríplice fronteira de uma mulher pesquisadora que hibridiza ciência, poesia e vida, como entre-lugares de travessias forjadas para transpor os desafios impostos pela conjuntura. Uma das principais fontes de análise e reflexão consiste em um conjunto de textos a que denominei “escritos de domingo”. Trata-se de sete poesias insubmissas feitas nesse dia da semana como forma de extravasar sentimentos de ansiedade, luto, medo, revolta, resistência, solidão, saudade, tristeza e alegria, posto que a fronteira entre sanidade e loucura esteve bem tênue. Em termos de referencial teórico-metodológico o diálogo se dá com Grosfoguel (2010) para tratar de pensamento crítico de fronteira, Nietzche (2008) para tratar do humano, demasiado humano e com Bhabha (2001) para explicar porque as experiências relatadas estão no entre-lugar do acadêmico e do cotidiano imediato. Espero que essa produção atravessada e insubmissa se constitua em uma amostra das capacidades humanas de enfrentamento de crises e não uma exposição de misérias pessoais uma vez que minhas utopias continuam no horizonte e é preciso mais que nunca, prosseguir.
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