Niketche:

das representações de gênero ao mulherismo africana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.2.7059

Palavras-chave:

Niketche, Mulherismo africana, Oxunismo, Gênero

Resumo

Este artigo analisa as tensões de gênero e classe no romance Niketche, uma história de poligamia, da escritora moçambicana Paulina Chiziane (2004). O estudo objetiva, a partir da observância desses fatores, discutir representações de gênero e os episódios narrativos que estabelecem a construção performativa de submissão do feminino; a pesquisa também problematiza aspectos religiosos que legitimam a hegemonia masculina, bem como observa a gradual subversão da passividade atribuída à protagonista da trama, a partir de atitudes de liderança, união de personagens femininas e busca por autonomia emocional e financeira. Dessa forma, ocorrem disrupções no sistema patriarcal moçambicano e a mudança na trajetória das personagens. Trata-se de um trabalho bibliográfico, na perspectiva teórica do mulherismo africana, de Hudson-Weems (1993), do oxunismo, de Oyěwùmí (2016), dos estudos de gênero de Connel (1995) e Welzer-Lang (2000).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. La hybris del punto cero: ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750-1816) / Santiago Castro-Gómez. -- 1a ed. -- Bogotá: Editorial PontificiaUniversidadJaveriana, 2005.

CHIZIANE, Paulina. Niketche: uma história de poligamia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

CONNELL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. A questão do gênero. In: CONNELL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: Nversos, 2015.

CONNELL, Robert W. MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. In: Estudos Feministas, Florianópolis, 21(1). Pg. 241-282, janeiro-abril/2013.

DOVE, Nah. Mulherismo Africana: uma Teoria Afrocêntrica. Universidade Temple. Tradução de Wellington Agudá. Jornal de estudos negros, v. 28, n. 5, maio 1998.

EBUNOLUWA, Sotunsa Mobolanle. Feminismo: a busca por uma variante africana. Traduzido por Luana Cristina Muñoz Roriz. The Journal of Pan African Studies, vol.3, n.1, 2009, p. 227-234.

FERREIRA, Jonata; HAMLIM, Cynthia. Mulheres, negros e outros monstros: um ensaio sobre corpos não civilizados. In: Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, 18(3): 336, setembro-dezembro/2010.

Hudson Weems, C. Africana Womanism: Reclaiming Ourselves. Troy, MI: Bedford Publishers, 1993.

NJERI, Aza; RIBEIRO, Katiúscia. MULHERISMO AFRICANA: práticas na diáspora brasileira. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. In: Currículo sem Fronteiras, v. 19, n. 2, p. 595-608, maio/ago. 2019. ISSN 1645-1384 (online)www.curriculosemfronteiras.org http://dx.doi.org/10.35786/1645-1384.v19.n2.09.

NKOSI, Deivison Faustino. O pênis sem o falo: algumas reflexões sobre homens negros, masculinidades e racismo. In: BLAY, Eva Alterman. Feminismos e Masculinidades: novos caminhos para enfrentar a violência contra a mulher. São Paulo: CulturaAcadêmica, 2014, p. 75-104.

OYĚWÙMÍ, O. What Gender is Motherhood? Changing Yorùbá Ideals of Power, Procreation, and Identity in the Age of Modernity. Nova Iorque: PalgraveMacmillan, 2016.

SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010b, p. 71-94.

SILVA, Candido Rafael Mendes da. Uma Branca de Neve às avessas ou Rami no país da poligamia. In: MIRANDA, Maria Geralda de; SECCO, Carmen Lúcia Tindó (Orgs). Paulina Chiziane: Vozes e rostos femininos de Moçambique. Editora Appris. Curitiba-PR, 2013.

WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. In: Revista de Estudos Feministas. Florianópolis, Ano 9, Vol. 2, 2001, p. 460-482.

Downloads

Publicado

13/10/2022

Como Citar

Lacerda, H., & Pinheiro, V. (2022). Niketche: : das representações de gênero ao mulherismo africana. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 15(2), 88–102. https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.15.n.2.7059